Do Mi Ti

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Tanjiro

Estava frio lá fora, mas mesmo assim me sentia quente.

Seus toques firmes em minha cintura me faziam revirar os olhos e esfregar as pernas uma na outra.

Eu não fazia a menor ideia de como fui acabar na cama com ele de novo, mesmo depois de ter feito uma promessa a mim mesmo de que nunca mais me rebaixaria, mas aqui estou eu... recebendo toques carinhosos e calorosos, sendo iludido mais uma vez...

*** 

De longe podia vê-lo, estava sério e de braços cruzados.

Ah, sim... aqueles braços...

Ainda me lembrava da última vez que aqueles braços me pegaram de jeito na cozinha de Giyuu, seu namorado.

Giyuu foi viajar e o loiro automaticamente me ligou... por que eu fui afinal?

Transamos a tarde inteira naquela casa e depois, ele apenas disse que eu deveria ir.

Ainda surpreso ele apenas jogou minhas roupas, nem esperou eu terminar de vestir minha calça e me empurrou pra fora, trancando a porta logo em seguida.

Foi ali que prometi nunca mais me entregar a ele. Já bastava que ele tivesse meu coração, meu corpo, ele nunca mais teria.

Mas vê-lo naquele terno justo, com a cara séria, me encarando nervoso enquanto eu era acompanhado por Inosuke, me fazia tremer.

Eu não podia fraquejar diante dele, então juntei todas as forças que sabia que não podia gastar, e dei meu melhor sorriso debochado pra ele, que revirou os olhos e tomou todo o conteúdo que continha em um copo quadrado.

Ele sorriu de volta.

Aquele maldito sorriso...

Foi quando eu soube que estava ferrado.

E depois de algumas horas dançando com Inosuke e sentindo-me queimando pelo efeito da bebida, foi que me dei conta do horário.

Precisava voltar, Nezuko estava doente e ela só tinha a mim.

Fui até o banheiro lavar o rosto e me preparar para ir embora quando o vi.

O reflexo no espelho mostrava o quão irritado ele estava.

-Já disse que não gosto daquele garoto.

Engoli seco e abaixei o olhar. Não queria brigar.

-Você não manda em mim Kyo...

Kyojuro se aproximou de mim e sorrateiramente deslizou as mãos pela minha cintura e me abraçou.

-Eu sei que não... mas você poderia fazer esse mimo pra mim né?... qual é, eu não gosto dele.

-Eu já me afastei de 5 amigos porque você não gostava deles Kyo... e nós nem somos nada.

Ele fechou a cara e me olhou bravo.

-Você tá gostando dele?

Suspirei. Estava tão cansado... mas eu o amava tanto...

-Não... você sabe de quem eu gosto. Mas essa pessoa já ama outra.

-Não é porque eu amo outra pessoa que significa que não posso ficar com outras.

Dizia já se esfregando em mim.

Não. Não. Não. Não.

-Isso é errado... Kyo... você namora o Giyuu...

-Nós terminamos

A voz dele saiu abafada já que estava usando a boca pra beijar meu pescoço.

-Você sempre diz isso... mas sempre voltam.

Reprimi um gemido quando ele deslizou os dedos pra baixo da minha camisa e apertou um dos meus mamilos.

-É, mas dessa vez é sério.

Então acreditei.

Eu sempre acredito...

-Vamos pra um lugar melhor?

Beijou meu queixo.

-Uhum.

***

Agora me encontrava ali.

Em uma cama de motel barato, gemendo igual uma vadia enquanto ele metia com toda a força em mim.

A cama rangia e batia na parede, a cada estocada eu ia pra cima e pra baixo.

-Aahh... G-Giyuu... isso... que delícia.

Fechei forte meus olhos.

Eu sabia que isso ia acontecer.

Sempre acontecia...

Já era tão natural, eu apenas fechava os olhos e fingia que era o meu nome que ele estava chamando.

Me sentia um caco, e nós nem tínhamos acabado ainda.

Ele me virou de costas, como um saco de batatas e enfiou forte seu pau em mim.

Eu queria chorar, mas não podia parecer um fraco.

Apenas respirei fundo e aguentei.

A dor que eu sentia não era física.

Era mais que isso.

Machucava.

Sangrava.

Era a dor de saber que ele não estava pensando em mim.

Mesmo Tomioka tendo “terminado” com ele, Kyojuro ainda o chamava.

Isso era o que mais doía.

Qual a dificuldade?

Por que não eu?

Por que não amar a mim?

Por que não pensar em mim?

Eu o amava e estava sempre ali quando o loiro precisava, mas, ele se importava?

Depois de acabamos, ele foi tomar banho e fiquei largado, acabado.

Quando saiu, não disse nada.

Apenas jogou o dinheiro pra pagar o quarto e um pouco a mais.

Por acaso ele pensava que eu era uma puta?

Bom, eu também acharia isso. Afinal, ele me tem quando quer.

No outro dia, o vi andando de mãos dadas com Tomioka.

Eu sabia que isso aconteceria, os dois sempre voltavam depois que Kyojuro transava comigo.

Kyojuro me viu e fingiu que não me conhecia, continuou andando e comprando coisas pro namorado.

Enquanto eu apenas ignorava, eu o amava muito pra odiá-lo.

Quando a noite chegava é que era pior.

Minha mente me perturbava.

Me lembrava dos momentos quentes.

Do seu carinho.

Das suas mãos passeando o meu corpo como se eu fosse a coisa mais bela aos olhos dele.

Não era.

Eu sabia quem ele fingia que eu era.

Por que não eu?

Washing Machine Heart (RenTan)Onde histórias criam vida. Descubra agora