F·U·L·G·O·R

T·W·O

Verônica foi embora hoje de manhã e decidi dormir um pouco mais, não era sempre que eu podia ter um sono tranquilo como hoje, e eu tive. Acordei 12h00 e estava atrasada para o almoço na casa dos meus pais.

Me levantei rápido e fui ao banheiro tomar banho. Assim que saí coloquei minha calcinha e sutiã, uma calça jeans escura cós baixo e uma camiseta da côr branca que tinha friends escrito na parte da frente, ela ia até acima do meu umbigo deixando o mesmo à mostra, e no pé um tênis Air Force branco. Não estava disposta a me arrumar tanto só para um simples almoço, então deixei meu cabelo secar naturalmente e de maquiagem passei apenas um gloss.

Peguei minha bolsa e meu celular e saí de casa indo até meu carro, enfim partindo para a casa dos meus pais. Não demorei tanto a chegar, não tinha trânsito e não moramos tão longe, alguns minutinhos e eu ja estava estacionando na garagem deles.

Saí do carro e entrei em casa. Como não vi ninguém na sala suspeitei deles estarem na cozinha, já que eu me atrasei. E realmente ja estavam comendo, sem mim.

-Ora ora. -Entrei na cozinha fazendo eles olharem para mim. -Estão comendo sem mim? -Fiquei parada na entrada com as mãos na cintura.

-Quem mandou você não chegar na hora. -Minha mãe respondeu parando de comer.

-Por que se atrasou? -Meu pai perguntou.

-Eu acabei dormindo demais, estava cansada. -Falei indo até eles e beijando a bochecha de cada um. -Sofi não vem mesmo? -Me sentei de frente para eles e coloquei minha comida.

-Bom, ela disse que tentaria vir mas acho que não deu tempo. -Meu pai disse antes de voltar a comer.

-Normal. -Falei e comecei a comer.

O almoço foi super tranquilo, como sempre. Meu pai vez ou outra nos fazia soltar altas gargalhadas com suas piadas, era incrível que ele nunca mudava, e minha mãe adorava esse jeito dele. Se eu não tivesse um dedo podre para escolher alguém, talvez eu estivesse assim igual a eles, mas não tenho essa sorte mesmo, e talvez nunca tenha.

A única coisa que mudou foi que minha irmã Sofia não aparecia mais para almoçar com a gente aos finais de semana, e se dependesse dela a gente nunca mais iria ver Malu, minha sobrinha. Sofia tem 26 anos e é quatro anos mais velha que eu, fora que também é bem mais resolvida na vida. Ela tinha o emprego dos sonhos, uma família completa; seu marido que sempre demonstrou ter um carinho e respeito por ela, e sua filha que agora tem 5 anos. Sempre que eu podia eu pegava Malu para passar um tempo comigo, só assim para não ficarmos tão distantes já que Sofia ficava cheia de trabalhos e não saía de casa por nada, ou apenas não queria nos visitar mesmo, tanto faz.

Depois da sobremesa e de conversarmos sobre todos os assuntos que surgiam naquele momento, ficamos assistindo documentário na tv e quando percebemos já estava escurecendo.

–Vai pra casa ou dormir aqui, hija? –Meu pai disse assim que o documentário acabou.

–Infelizmente vou ter que ir. –Fiz uma cara triste e eles sorriram fraco. –Mas amanhã eu volto. –Voltaram a sorrir e eu sorri também, pareciam crianças.

–Tudo bem então, mas é pra vir mesmo, hein mocinha. –Minha mãe disse me dando um abraço e logo em seguida meu pai me abraçou também.

–Pode deixar! –Dei um beijo nos dois e saí de casa entrando no carro.

A estrada estava um pouco mais movimentada que de manhã, mas ainda estava tranquila e não demorei a chegar na minha casa. Como sempre, já cheguei indo tomar banho e caindo na cama.