Prólogo

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(Perdoem os erros)

Seattle, Washington

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Seattle, Washington...

Piso fora do aeroporto sem conseguir acreditar que quebrei minha palavra e voltei para essa cidade outra vez, não que odeie Seattle, mas com certeza não tenho boas lembranças daqui. Só de pensar a respeito já sinto a raiva flutuando na superfície pronta para estourar.

Quando lembro que foi aqui nessa cidade que passei metade da minha infância, tentando a todo custo ser alguém bom o suficiente para um homem que não via nada além de poder, dinheiro e prestigio, sinto que fui um tolo.

Faço sinal para um taxi estacionado logo em frente e o motorista acena já abrindo o bagageiro, entrego minha bagagem para ele e entro no taxi. Conforme passamos pelas ruas em direção ao hotel no qual fiz reserva, não consigo deixar de pensar no passado.

Para quem jurou nunca mais pisar aqui, não relutei muito em entrar em um avião e voltar. Quando tinha dez anos minha mãe decidiu que estava farta de viver de migalhas, esperando que meu pai largasse a esposa dele para assumir a gente e cumprisse as promessas que fez. Percebi cedo que nunca seriamos reconhecidos, que não seriamos nada além de um estorvo para um homem que não teve coragem de reconhecer o próprio filho.

Foram anos difíceis, eu era apenas uma criança, mas a rejeição deu para sentir na pele. Sair dessa cidade foi a melhor coisa que minha mãe fez pela gente. A quilômetros de distância daqui foi onde encontramos a felicidade, eu não sabia o que era ter o amor de um pai até conhecer o Arturo Brooks, o homem que me criou e amou a minha mãe até o leito de morte dela.

Esse homem me ensinou tudo que sou, todos os valores que tenho e toda a força que possuo. Ele tem sido um bom pai, um ótimo avó para minha filha e esteve ao meu lado quando passei pelos piores momentos da minha vida. A morte da minha mãe, da minha esposa e as dificuldades de criar a minha filha por todos esses anos sozinho.

Mas é incrível como o destino age na vida da gente, olha para onde estou agora, de volta onde tudo começou, para fazer o que? Ajudar meus sobrinhos, que até alguns dias atrás nem sabia que existiam, a receber o que eu não recebi quando estive aqui. Parece que o egoísmo, a mesquinhes e a falta de afeto pelo próprio sangue vêm de família. Pelo menos para aqueles que carregam o sobrenome Hewish.

- Estamos aqui senhor – O motorista anuncia, agradeço pagando a ele pela corrida e eu mesmo pego minha bagagem.

Entro no hotel para fazer o check in, depois de pegar o cartão de acesso do quarto subo direto para o meu quarto. Deixo a mala sobre a cama mandando uma mensagem para o Juiz Hemingway, ele entrou em contato comigo a alguns dias para conversar sobre a situação dos meus sobrinhos e ficamos de conversar aqui quando chegasse.

Combinamos de nos encontrar no gabinete dele em uma hora, tempo suficiente para tomar um banho e comer alguma coisa em uma cafeteria bem bacana no centro da cidade. O lugar me lembra uma antiga cafeteria que costumava vir com a minha mãe quando era pequeno.

Brooks e os Hewish - Livro único (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora