Traitor! - Hyunin.

You're nothing less than that.

TW warning; relacionamento abusivo e tóxico, drogas/álcool, distorção de imagem etc.

Mais uma noite Jeongin estava sofrendo. De novo.

Não sabia até quando iria aguentar tudo isso, toda noite o seu namorado saía para beber e o trair, e sempre que o jovem Yang abria a boca pra falar alguma coisa, Yonan o batia e o gritava.

Agora chorava de novo, seu rosto ardendo pelo tapa árduo que recebeu do namorado, estava acabado e se sentindo minúsculo.

Por longos minutos teve que ouvir xingamentos de Yonan, seja o chamando de puta mal comida ou de desleixado, e que "ninguém o amaria pelas roupas cafonas que ele vestia, pois eles só davam valor a homens e mulheres gostosos", e não a ele.

E bom, Jeongin, por tanto ouvir isso passou a concordar, apesar da dor no peito, ele se acostumou em ouvir o namorado o chamar de coisas horríveis. Machucava? Bastante.

- Era só o que me faltava. Não me diga que ia sair pra me trair com os seus putos, Jeongin! - lá estava ele, gritando o corpo esguio que mantinha os cotovelos apoiados no joelho e as mãos na cabeça. Prestes a explodir.

- Eu não ia trair ninguém porra nenhuma, Yonan! - elevou o tom de voz - Eu só ia pra festa do Changbin, eu te falei mais cedo e você concordou. O que há de errado? Você é bipolar por acaso, seu merda?!!

Yonan segurou a mandíbula do jovem com força, o fazendo gemer de dor pela força aplicada ali.

- Fale direito comigo, sua puta!! Com quem pensa que está lidando?

Soltou o maxilar de Yang e o jogou no sofá novamente. Aquele sentimento estava presente nele mais uma vez. Se sentia um lixo.

- Que seja. Traga um vinho pra mim, vou tomar banho.

Yonan não deixou Jeongin responder, subiu para o quarto do casal e se jogou pela cama. Yang respirou fundo, um suspiro cansado saindo de suas narinas, se arrastou até o armário de vidro e pegou o vinho, subindo as escadas em passos preguiçosos. Antes mesmo de entrar no quarto era possível ouvir os roncos de Yonan, na mesma hora Jeongin sorriu, limpando as lágrimas. Entrou devagarinho no quarto e deixou a garrafa em cima do criado-mudo.

Fechou a porta com cuidado e desceu correndo, pegou as chaves do carro e se mandou.

Era inevitável segurar as lágrimas teimosas que desciam sobre as bochechas vermelhas. Ele se sentia um lixo, usado e descartado. Apertou o volante quando esses pensamentos invadiram sua cabeça, mas logo se recompôs quando viu que estava prestes a chegar na casa do amigo.

Cerca de cinco quarteirões depois estacionou ali perto, o som alto era ouvido do começo da rua, Changbin era conhecido por dar as melhores festas da faculdade.

Diferente do que pensou, assim que pisou o pé foi recebido pelo anfitrião da festa e o seu lindo sorriso acolhedor, o qual somente os amigos da roda tinham o prazer de vê-lo.

- Você veio!! Pensei que não ia te ver por aqui, Innie.

- Oi, Hyung. Bom... quase não consegui vir, mas aqui estou.

- A casa é sua, te vejo por aí!

Seo deixou um beijinho na bochecha de Jeongin e saiu acenando, recebendo outro sorriso em troca. Andou entre as pessoas, era tão difícil se concentrar quando alguém o esbarrava a cada segundo. Logo encontrou o barman, como sempre, Seungmin e Minho estavam tomando conta das bebidas. Os mais velhos deram um sorriso em conjunto para Jeongin, o chamando para lá.