Aquele primeiro verão.

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Choveu muito naquela noite, relâmpagos trovões evidenciavam sua força sob a escuridão.

"É... Nada pra fazer" pensei.

Peguei um caderno com aquela cara de ânimo que só eu tenho, apontei um lápis que já estava só o toco e sentei.

"Essa chuva combina com a
preguiça que eu tô sentindo agora"

E lá estava eu, descabelada, sentada com a coluna torta, esperando o arroz que estava no fogo ficar pronto, e ao mesmo tempo, matutando na cabeça o que faria.

Primeiro, comecei a desenhar um gato, quer dizer, parecia um gato, mas quando virei o caderno, parecia uma árvore ou algo coisa assim.

"Ei! Isso me fez lembrar de algo."

Peguei meu diário da Tinker Bell, que estava na estante, era rosa e cheio de glitter, tinha até cadeado, só não entendi o conceito de ter a chave, se dava de abrir com a mão.

Comecei a relatar uma lembrança que foi desbloqueada a partir  daquele desenho que havia feito. Estava tão concentrada, que acabei esquecendo do arroz, trágico.

De repente, ouço um grito que tirou meu foco na mesma da hora.

- JHENNYFFER, ESSE ARROZ NÃO TÁ QUEIMANDO?? - Grita a minha mãe.

Que antes, eu considerava como minha tia, mas depois conto essa história.

"Ih verdade, esqueci a merda
do arroz" pensei.

- Nesse frio, melhor seria uma sopa, né? - Digo com ar de deboche.

- Mas se bem que...

Sou interrompida por outro grito.

- JHENNYFFER!!

- Tá bom, tá bom, já tô indo. - Digo revirando os olhos.


Corro até ao fogão igual uma tartaruga, desligo, pego a panela e a coloco na pia, volto com a mesma agilidade e sento.

"Então, onde estávamos?"
Penso olhando para o diário.

No fim, o arroz nem ficou tão ruim assim, se tratando que era arroz integral, então não tem como piorar.

Entre frases sem pé e nem cabeça e o arroz queimado, muitas outras coisas já haviam acontecido.

Eu sou Jhennyffer Jhullye, mas pode me chamar por Jhullye, e esse é apenas o começo da minha história.

Minha história em um diário sem cadeado.Onde histórias criam vida. Descubra agora