0.1: Você que amassou meu carro!

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O ano era 1998, faltavam apenas dois anos para a chegada dos anos 2000 e a única coisa que Dean Winchester conseguia pensar não era no fim do mundo. Só uma única coisa fazia sua ansiedade subir às alturas e desejá-la mais que nunca.

Podia sentir a animação vibrar em suas veias; fazendo o sorrir de orelha a orelha; o deixando maravilhado com toda aquela lataria brilhante e perfeita.Aquele carro, ele não era qualquer carro. Dean deslizou os dedos pelo capo sentindo a eletricidade percorrer por todo seu corpo. O impala 67, não tinha nada como ele existente em toda terra, e agora com dois anos para acabar o mundo aquela maravilha pertencia legalmente a Dean Winchester.

Ele era o recém adulto mais feliz. Quem tinha tanta sorte quanto ele? Ninguém! Ninguém completava dezoito anos e recebia uma perfeição em rodas....

"Dean, ele é mesmo uma maravilha, não é?" John sorriu cruzando os braços sobre o peito.

"Uma maravilha? Com toda certeza! Perfeito? Sem sombras de dúvidas!"

John deu risada. Era cômico ver como Dean estava feliz com aquele carro. Não era de se esperar menos, afinal Dean sonhava e idolatrava aquele carro desde que era um pequeno bebê.E agora ele estava grande, um homem e tanto. Meu Deus, John se sentia emocionado, orgulhoso.

"Vem cá" Ele puxou o filho para um abraço "Feliz aniversário"

Dean abraçou o pai com força "Obrigado"

"Que Deus te abençoe"

Dean torceu o nariz. Um feliz aniversário era suficiente. Quer dizer, para ele Deus nunca foi uma "figura muito presente" em sua vida. Como nas noites do passado em que ele rezava por horas na esperança de mudar, mas nada acontecia. Se afastou dos braços de seu pai e sorriu com um aceno de cabeça.

Sua família toda era cristã. Não do tipo que ia às missas todo domingo, mas que rezava antes das ceias de Natal ou desejava que fosse pela sombra de mãos dadas com Jesus. E mesmo que não seguissem arrisca era uma tradição de gerações e isso deixava Dean culpado, afinal ele era o único que não tinha fé.

"E então, já posso dar uma volta com esse bebê?" John concordou com a cabeça dando uma gargalhada.

"É todo seu, não é?" Dean pegou a chave que voou no ar em sua direção.

"Oh se é!'

Dean acelerou o impala até a lateral da casa. Buzinou algumas vezes e viu que não tinha resposta, abriu a janela e sentou-se na borda.

"Ei!"

Sam apareceu com a cara toda amassada marcada pelo travesseiro-hilário, se Dean não estivesse tão animado com seu presente, talvez teria corrido pegar a câmera para guardar aquela cena -abrindo as cortinas de seu quarto. Esfregou os olhos para ter certeza de que não se deparava com uma miragem ou quem sabe até mesmo um sonho.

Pegou o casaco jogado desajeitado por cima da escrivaninha e correu escadas abaixo o mais rápido que conseguia sem tropeçar.

"A preciosa agora é minha, Sammy!"

"Tá falando sério!?" Sam abriu a porta do passageiro e entrou, ficando ao lado do irmão mais velho "Para onde vamos?"

"Para onde a estrada nos levar!'

Os motores cantaram alto, mas não tão alto quanto o som do rádio tocando "Thunderstruck-AcDc" sobre o deslize das rodas.

Eles andaram derrapando por toda a cidade desde quando o sol habitava o céu até o início do nascer da lua. Oh sim, era agora que as coisas ficavam divertidas. Seu pai costumava dizer que a noite era uma criança perigosa, um momento em que tudo ficava mais obscuro.

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