⁰⁴⁵ Você?

459 62 21
                                    

Dias se passaram desde que eu senti as primeiras contrações, sem contar a ninguém sigo a vida normalmente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dias se passaram desde que eu senti as primeiras contrações, sem contar a ninguém sigo a vida normalmente. Cada vez se aproximava mais do dia e o medo apertava meu coração, o medo de sentir dor novamente, a dor sempre foi minha pior inimiga.

Durante esses meses que vão se passando rapidamente Miguel e eu estamos mais próximos, um dia atrás do outro tem mensagem sua com fotos, suas mensagens são tão lindas e me fazem me sentir bem, ele consegue me arrancar um sorriso mesmo de longe apenas por uma pequena tela, a tela que nos aproxima.

Eu não posso mais gravar até que Luna venha ao mundo, estou de licença, não quero ter um parto conturbado ou perigoso, ao ponto de escolher entre nós duas para poder sobreviver, e se fosse para escolher eu com toda certeza lhe escolheria sem exitar.

Ainda hipnotizada olhando para a janela vendo pequenos monumentos de neve caindo na varanda e na rua abaixo do prédio, o tempo se passou tão rápido que já estamos no clima natalino, as meninas não perderam tempo em decorar os pequenos cantos da casa com luzes de várias cores e uma árvore maior que todas nós juntas perto da janela da sala.

Presentes são colocados abaixo da árvore. A maioria são para Luna que ainda nem nasceu mas já tem mais coisas do que eu própria.

Cada vez que o tempo passava eu me sentia mais perto de casa, eu sentia que cada vez estava mais perto de ir embora e finalmente isso poderia acontecer, só que eu não voltaria sozinha, ao contrário voltaria acompanhada.

Por fotos via que Lya havia crescido e a todo momento podia ver sua aparência mudar completamente, aquela menina pequena que eu deixei estava crescendo aos poucos, mas estava crescendo tão rápido. Meu maior medo era vê-la crescer, infelizmente ela está começando a entender as coisas e mais tarde poderá entender o'que eu um dia eu passei.

Eu estava disposta a proteger a menina da minha vida de tudo que a de ruim nesse mundo, eu quero que essa mesma menina seja feliz assim como eu fui um dia, mas não quero que passe pelo o que eu passei, eu faria e faço de tudo para vê-la feliz consigo mesmo.

Lya foi meu melhor presente, Lya trouxe cor a minha vida, ela foi a única que me via chorar todas as noites pedindo para que eu fosse embora logo, pedindo para que aqueles sentimentos fossem embora. Lya sempre esteve ao meu lado, deitada na mesma cama passando sua mãozinha nos meus cabelos, me ouvindo com toda a atenção mesmo não entendendo.

Apesar de tudo continuo a vida.

────Vamos logo, vamos começar a preparar os biscoitos de chocolate. ────Ayla abre a porta junto Aurora, as duas carregavam sacolas de supermercado. ────Ah, oi Lilian.

────Boa tarde meninas, para que as pressas? ────Às pergunto vendo colocarmos as sacolas sobre a mesa que por um minuto sumiu totalmente.

────Vamos começar a fazer os doces para o natal, compramos alguns ingredientes para começar hoje. ────Afirmou Aurora fazendo de seu cabelo um coque bagunçado.

────E a gente vai começar por onde?. ────Perguntei novamente, dessa vez me levantando do sofá.

────Não Lilian, você pode ficar aí, não queremos que você faça nada.

────Exatamente Aurora. Lilian queremos que nossa Luna venha logo e bastante saudável, fazer força não vai dar certo.

Pela milésima vez Ayla e Aurora não me deixavam fazer absolutamente nada, passar o dia sentada em um sofá e ficar apenas olhando a janela à frente já estava se tornando cansativo.

Posso ouvir alguém bater na porta e vou abri-la, é Adan, ele não frequentava muito ultimamente, mas esses dias ele está se tornando frequente.

────Oie Lilian, que barriga linda. ────A maioria das vezes Adan só vem para elogiar minha barriga e ficar conversando com Luna.

────Olá Adan. Obrigada.

Ele caminha até Ayla lhe dando um beijo rápido, logo se senta na cadeira vazia da mesa. Ayla e Aurora estavam tirando as compras da sacola e as guardando no armário.

────E quando eu vou poder ver Luna?.

────Em breve Adan, em breve. ────O respondo.

────Nossa esqueci de comprar o pote de chocolate, vou ter que voltar. ────Ayla diz. Talvez ir comprar isso no seu lugar seria uma boa ideia para sair dessa casa que já estava cansativa.

────Eu posso ir, eu vou comprar.

────Lilian, certeza?

────Sim Ayla, vou de carro rapidinho.

Pego as chaves que estavam ao lado da minha bolsa, coloco a bolsa no ombro direito e saio andando até o elevador. Posso respirar tranquilamente agora, olhar para todos os cantos da casa estava tão chato.

Vou até a garagem do prédio pegando meu carro, entro nele dou partida, sigo até o mercado mais longe possível só para poder andar um pouco, vejo que as ruas estavam muito movimentadas, o clima natalino chegou e a multidão se espalhou.

Acho que esse é o melhor evento do século. Chego no supermercado e vou até a prateleira de doces logo de cara consigo ver o'que Ayla havia esquecido, como era apenas uma pequena coisa fui até o caixa e o paguei.

[...]

Não demorou até eu voltar e já estava de noite, de fato eu esqueci que teria que voltar mais cedo, só que eu passei por uma loja que chamou bastante atenção, não pude evitar e deixar o carro para dar uma olhadinha de 2 hrs. Não coloquei o carro no estacionamento, deixei na frente do prédio. Adan havia mandando uma mensagem pedindo para que deixasse na frente, ele pediu emprestado por algumas horas.

Com a cabeça baixa ando até a entrada, estava tentando abrir o zíper da bolsa que infelizmente travou e não queria abrir de forma alguma. Sem perceber esbarrei em alguém que estava ali em pé, não prestei atenção ao entrar e infelizmente isso aconteceu, quando noto já estou muito perto do homem à minha frente.

────Desculpa moço eu não percebi…────Ao levantar minha cabeça percebo que não era um desconhecido. ────Você?

𝘼 𝘼𝙩𝙧𝙞𝙯 𝙋𝙧𝙞𝙣𝙘𝙞𝙥𝙖𝙡  𝙊 𝙧𝙚𝙘𝙤𝙢𝙚𝙘̧𝙤 / Miguel Cazarez Mora Onde histórias criam vida. Descubra agora