cap. 1

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Nunca pensei que minha adolescência seria desse jeito. Para mim, todas essas coisas que estão acontecendo agora seriam apenas parte de um enredo de filme legal de ficção ou sei lá, mas sinto-lhes informar que nesse mundo, tudo é possível.

Sempre fui alguém que tinha o futuro em mente. Passava horas trancado no meu quarto estudando para vestibulares e provas bimestrais. Quando saía, era para comer ou para tomar ar depois de ficar horas dentro de um pequeno quarto mal arejado. Se me arrependo disso hoje? Sim, mas não temos como voltar no tempo agora.

Seis meses atrás surgiram boatos nos grupos bate-papos sobre uma nova doença contagiosa, em que fazia com que seus órgãos se comessem por dentro, algo muito bizarro. Ninguém deu muito ouvidos a isso, já que acharam que seria mais um spam enviado e compartilhado por milhares de pessoas.

Vídeos de pessoas "infectadas" se espalharam rapidamente por toda internet, pessoas se debatendo no chão com seus olhos vermelhos. As pessoas não sabiam se duvidavam ou se acreditavam, pois a internet não é uma fonte muito confiável as vezes. Uns acreditavam que poderia ser apenas alguém pregando uma peça neles, mais como uma brincadeira, outros, chamados e apelidados de "fanáticos", achavam que o mundo estava a acabar. "Ele está voltando." - Comentavam eles. - "Ele virá nos salvar".

Ao meu ponto de vista, o mundo realmente está acabando, mas acho que ninguém virá nos salvar.

Os comentários sessaram por um tempo. Não se via mais falar de "doença contagiosa" ou "novo vírus da raiva", o que fez com que as pessoas se acalmassem também.

Era uma terça-feira normal, ás 9:46.
Estávamos todos tendo uma tediosa aula de química orgânica.

                  Terça-Feira - 9:46 AM

- Então alunos... aprenderam tudo sobre aldeídos? - Perguntou o professor em um tom animador, mesmo com a maioria dos alunos dormindo, enquanto outros mexiam no celular. - A chance de perguntar é agora! - Finalizou ele.

Sem respostas, o professor apagou a lousa negra, fazendo com que pó de giz se espalhasse por todo o ambiente.

- Ótimo. - Já que a maioria não está muito animada para falarmos de química orgânica... o que acham de falarmos sobre os boatos que estavam circulando pela internet nos últimos dias? - Falou o professor colocando o apagador no lugar.

O professor Hwang sempre foi um professor muito paciente e educado, mesmo quando não havia ninguém prestando atenção em sua aula.

- Ouvi dizer que se originou de um animal infectado. - Comentou um aluno não muito atrás de mim.

- Ouvi isso também. Que a doença se espalhou por causa de um cervo "morto vivo"... pelo menos é o que dizem. - Continuou outra aluna, que antes estava navegando em algum site da internet.

- "A nova raiva humana" - A hashtag se tornou viral em redes sociais como Twitter, Tik Tok e Instagram. O nome se deu pela doença ter se originado nos animais. - O professor disse, enquanto seu sorriso aumentava de tamanho ao ver todos os alunos, agora focados na aula, o olhando.

- Mas, suponho que vocês não sabiam que a raiva humana tem algo relacionado a química também. - Continuou senhor Hwang, andando de um lado para o outro da sala, mania que ele tinha toda vez que se empolgava com um assunto.

- As ligações químicas normalmente tem... - Senhor Hwang foi surpreendido pelo sinal, indicando que a aula havia acabado. Um suspiro alto percorreu a sala, já que todos os alunos estavam começando a se animar com o assunto.

Os alunos começaram a sair, pouco a pouco. Uns iam para o refeitório da escola, outros iam para a conveniência.
Já eu, prefiro ficar sentado no meu lugar, lendo algum livro de qualidade.

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⏰ Última atualização: Mar 20 ⏰

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