O macho da fazenda

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E cá estou eu arrumando a minha mala para passar um final de semana inteiro na roça. Nem me perguntem o que eu vou fazer lá, que essa resposta até mesmo eu queria saber. Sabe, eu deveria ser mais firme nas minhas decisões. Mas infelizmente eu tenho uma amiga muito insistente, que beira a um capeta do suborno.

- Já arrumou suas coisas? - E por falar nela. A morena sorria largo, enquanto eu me mantinha séria. - Eu tenho certeza que você vai amar lá, tire essa carranca da cara.

- Eu já disse ontem, estou dizendo hoje. Eu não quero ir! - Ela rolava os olhos, muito abuso para uma pessoa só. - Só estou indo pelos meus cem reais que você disse que me daria.

- Então vamos? - Perguntou. - Quero muito que você conheça uma pessoa lá.

- Nem vem, já basta eu estar indo a força e subornada. Não quero que me jogue nos braços de ninguém, ouviu? Ninguém!

Sun acentiu com a cabeça e sorriu. Aquilo não soou cem por cento seguro, mas fazer o que, né?

Verifiquei se tudo que eu precisava estava na mala e então a fechei, insegura. Retirei a mala de cima da cama e a coloquei no chão. Suspirei fundo e encarei Sun Jun, seja o que Deus quiser.

- Vamos.

{...}

Enquanto minha amiga dirigia eu observava a paisagem do lado de fora. Já devíamos estar na estrada à uma hora ou talvez minutos que mais pareciam horas.

- Já chegou? - perguntei.

- Está quase. - respondeu, ela parecia mesmo animada. - Espero que a tia Soo tenha feito bolo. Você vai amar o bolo dela.

Virei meu rosto em direção a janela novamente e voltei a observar a linda vegetação.

Talvez eu até goste de passar esse final de semana lá, mas nada é garantido para uma pessoa como eu, digamos que o mundo me odeie. Se acharem que eu estou exagerando eu até mesmo provo.

A algum tempo atrás eu, Sun e alguns outros amigos viajamos juntos para a Europa. Num surto de loucura havíamos nos reunido para acampar, isso mesmo, acampar em uma floresta próxima do local onde nós estávamos hospedados. Pois bem, a idéia parecia maravilhosa e tudo foi muito bom até que no meio da diversão um tanto quanto rústica, apareceu um urso. Não uma cobra, ou um unicórnio, um urso. Eu e todos os outros nos embrenhamos na mata na maior velocidade que podíamos. De onde tinha saido aquele bicho? Com certeza era o universo brincando com a minha cara. Só sei que nunca corri tanto na minha vida e desejei tanto a minha casa e a minha cama. No fim, acabamos que todos estávamos bem, mas nem arriscamos pegar as coisas que haviam ficado pela mata a dentro. Nunca mais pisei naquele lugar, e turismo pra mim, só de longe. Sem extravagâncias.

Sem contar da vez que eu e Sun fomos no zoológico e um macaquinho ficou me jogando terra na cara. Era só na minha! Ou quando eu quase fui picada por uma aranha gigante na casa de seus avós. Isso comprova que o universo me odeia e faz de tudo para me eliminar. Não há dúvidas sobre isso.

- Já chegamos? - perguntei de novo.

- Já. - E eu encarei, então uma porteira que privava a entrada para a grande fazenda.

O Fazendeiro (Kim Taehyung) Where stories live. Discover now