Ajudo Tsireya a pegar novas conchas para fazermos pulseiras. Sorrio para a garota e mostro uma concha roxa que achei. Ela sorri também.
"Vamos voltar?" Pergunto por meio de sinais.
" Vamos." A garota responde.
Guardo as concha em minha saia e nado até casa. Apostamos corrida,então chegamos em alguns minutos. Quando subo Até a superfície percebo que algo está errado. Tsireya aparece ao meu lado.
Olho para a garota enquanto aceno com a mão para a multidão toda amontoadas.
— O quê será que está acontecendo?- pergunto para minha irmã.-
— Não sei.- ela responde e pega minha mão.- Vamos lá ver.
Saímos da água e abrimos espaço entre a multidão. Levanto o olhar e vejo na'vis da floresta. Fecho a cara na hora.
Meu melhor amiga,quer dizer,ex melhor amigo, era um na'vi da floresta. E ele fez coisas horríveis pra mim e pra minha família. Minha mãe tentou avisar,mas eu não escutei.
Ou seja,não me dou bem com Na'vis da floresta. Suspiro e seguro a mão de minha irmã mais velha.
A garota me olha e aperta minha mão. Continuo olhando para a família que faz um sinal de respeito quando meus pais se aproximam.
Eles murmuram: Eu vejo você. Me aproximo de minha mãe. Ando no meio dos forasteiros. Minha mãe me olha e faz o mesmo. Mas dessa vez ela puxa as mão, braços e caudas deles. Respiro fundo. Sei que isso vai acabar em briga.
— O quê querem aqui?- meu pai pergunta.-
— Estamos em busca do turu.- a mulher responde.-
— O turu?- minha mãe questiona.-
— Abrigo para a família deles.- respondo e todos me olham.-
— São na'vis da floresta.- meu pai diz.- Suas habilidades não servem de nada aqui.
— Eu já fui do povo do céu!- o mais velho da família exclama.- E agora sou um na'vi da floresta. Podemos nos adaptar.
Meu pai parece pensar. Minha mãe,por outro lado,puxa o braço da mais nova.
— Os braços e as caudas são finas.- ela os olha com desdém.- Vão ser devagar na água.- ela puxa a mão de outra garota.- Essas crianças nem são na'vis de verdade!- ela exclama e mostra para todos.- Tem sangue de demônio!
— Não temos não!- a garota grita.-
Minha mãe se aproxima da outra mulher que rosna. Ronal rosna também.
— Meu marido foi Toruk Maktu.- ela diz.- Ele liderou povos a vitória!
— Chamam isso de vitória?- minha mãe pergunta.- Se esconder entre desconhecidos?
A mulher rosna para minha mãe. Ronal rosna também.
— Peço perdão pela minha companheira.
— Não peça perdão por mim!
O homem suspira.
— O turu é tudo o que pedimos.- O mais velho pedi.- Eu só quero proteger minha família.
Olho para um garoto que estava ali. Meu peito se levanta quando vejo que ele estava olhando para mim também. Desvio o olhar e o volta para o meu pai que parece pensativo.
— Jake e a família vão ficar!- ele grita para todos.- Ensinem nossos costumes para eles para que não sintam o constrangimento de serem inúteis.- meu pai olha para Jake que agradece com a cabeça.- Meu filho,Aonung e Syay minhas filhas, Tsireya e mostrarão nossa vila para vocês.
Fecho a cara ao escutar meu nome. Eu não queria mostrar a vila para desconhecidos. Eu não queria eles aqui,mas não vou descumprir uma ordem do meu pai. Até por quê da última vez que fiz isso,não acabou bem.
Olho pela última vez para o garoto que estava me olhando antes de eu virar as costas. Ele ainda olhava para mim.
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Meu garoto da floresta
FanfictionQuando Na'vis da floresta chegam na casa de Syay. A garota não vai com a cara dos novos habitantes do lugar,mas talvez ela possa até se apaixonar por um deles. Uma história cheia de aventura, emoção e amor. "- Eu quero te beijar,Syay."