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Você pensou que aquela seria a noite de vocês.
Estava acontecendo uma evento de premiação entre as celebridades, seu nome estava na lista como acompanhante. Você estava linda em um vestido prateado de tecido fino que ia um pouco acima das suas coxas e um modelo que não necessitava do uso de sutiã. Mas infelizmente tudo parecia conspirar para dar errado. Seu carro quebrou no meio da estrada, bem quando uma chuva resolveu cair. Você não conseguiu chegar ao evento junto de seu namorado, Johnny.
Lembrando desse dia agora, você desejou que nunca tivesse saído de casa.
Assim que chegou ao local, você descobriu um terrível engano e seu nome não estava listado como acompanhante e sim como uma repórter. Sem conseguir se desvencilhar dessa situação, você só pôde observar Depp ao longe e como todas as garotas tiraram um momento para importuná-lo. Todas pareciam recém saído de uma capa de revista ou passarela. Você se amaldiçoou por não poder fazer uma cena. O pior de tudo, era como ele parecia tão atencioso com todas elas. Você quis gritar quando uma loira sorridente passou suas mãos de unhas compridas em seus braços.
Decidindo que aquele era seu fim, você se levantou abruptamente da mesa em que conseguiu se sentar e atraiu a atenção de algumas pessoas. Procurou um local afastado e vazio pra esfriar a cabeça. Estava funcionando, até um forte perfume masculino e conhecido invadir seu olfato. Era ele.
"Oi, meu amor!" A voz suave e despreocupada.
Você bufou e se afastou, antes que ele pudesse te abraçar.
"Oh, o que há de errado?" Pergunta, rosto tomado em confusão.
"Tudo! Tudo está errado. Primeiro, eu não consigo chegar aqui da forma planejada, depois, estou sentada atrás de você tendo uma bela visão de como estava a vontade com todas aquelas abutres pairando sob suas calças!" Despeja, não aguentando mais nada daquela situação.
"O que você queria que eu fizesse? Não posso ser grosseiro em uma premiação como essa e-"
"Sério? Essa é sua justificativa?" Virando-se totalmente para ele e encarando-o nos olhos, raiva é tudo que você é, no momento.
"Não posso lidar com isso agora. É melhor você se recompor."
Olhos marejados e coração ferido, você dá as costas para o homem que você acreditou ser o amor da sua vida. Talvez tivesse sido exagero, mas a forma como ele parecia nunca se importar com sua insegurança sobre si mesma e sobre vocês, estava te deixando no limite. Toda aquela situação havia sido a gota d'água.
(...)
Semanas após aquele infame dia, você passou a ignora-lo. Fingiu não estar em casa todas as vezes que ele bateu em sua porta e recusava todas as suas ligações. Talvez fosse para ser assim, talvez vocês nunca foram para dar certo, de qualquer maneira. Quando as coisas ameaçavam melhorar, aquela dor horrível no peito e aquele vazio retornava para te atormentar. Até que você se sentiu enjoada em um dia no trabalho e nos seguintes que se sucederam. Qualquer coisa era motivo de correr para o banheiro e despejar lá todo seu almoço ou café da manhã. Além de náuseas.
Foi em uma primavera que você descobriu a gravidez. De início, ficou desolada, não estava mais com seu parceiro e agora carregava um pedaço dele com você, crescendo em seu ventre. Assim que saiu o resultado, imediatamente Johnny foi contactado, e em um restaurante chamado Três Primaveras, ele soube que ia ser papai. Sua primeira expressão foi de choque mas logo abriu um imenso sorriso. Ele quis te abraçar e te beijar porém você não permitiu. Talvez ainda estivesse magoada.
(...)
Ravi S/s Depp nasceu forte e saudável. Era uma mistura perfeita de vocês dois, mas com características dominantes do seu ex namorado. Veio ao mundo em um dia ensolarado, e seu nome representava tudo que ele significava para você. Seu filho era seu sol e sua luz. Vocês dois agora moravam em uma casa maior e confortável, presente de um John bastante insistente, mas que você aceitou somente pensando no bem do seu bebê.
Hoje ele completava quatro meses de nascido. Depp era cuidadoso e preocupado, adorava presenteá-lo; seja com roupinhas ou brinquedos que provavelmente tinha uma indicação maior que seis meses, mas era com todo o coração. A campainha de repente toca e você suspira, o pai do seu filho lhe espera com flores e uma caixa gigante de presente.
"Entre, ele acabou de dormir." Você murmurou.
"Bem, isso nos dá um tempo a sós. Precisamos conversar."
Você apenas concordou com a cabeça.
Já em seu quarto, Ravi ressonava tranquilo no berço ao lado da sua cama. Ele tinha seu próprio quarto, mas claramente preferia o seu. Olhando para o lado, você pôde ter a visão de um John um pouco diferente do que estava acostumada. A barba agora crescida e bem-desenhada, seus cabelos caindo em ondas perfeitas e muito maior, mas sem chegar nos ombros.
"Já faz um tempo. Eu sinto sua falta." Ele diz, olhando nos seus olhos.
"Johnny...Eu...É complicado."
"Eu sei, sinto muito por aquela noite e por não ter sido um bom namorado para você."
Droga, você odiava como ainda era fraca sob seus efeitos. Porque ele ainda tinha que ser tão lindo e atraente? Porque a saudade daqueles lábios e daquelas mãos tinha que estar tão insuportável? Tem sido difícil dormir sem o calor do seu corpo. Sem mais uma palavra, você o envolve em seus braços e lágrimas que você nem percebeu escorre pelo seu rosto.
"Eu também sinto a sua falta."
Você levanta sua cabeça apenas para encontrar seus olhos castanhos e intensos com um brilho triste, quase como se estivesse a ponto de chorar como você. Uma mão é levantada para acariciar sua bochecha e você não pode deixar se inclinar com o toque. Tão fodidamente fraca por ele. Você honestamente não sabe como conseguiu se manter tanto tempo longe. De olhos fechados, você sente lábios macios encostarem nos seus lentamente. Você se deixou entregar a esse beijo, você deixou cair todas as suas barreiras. Era um contato de saudade, mas era calmo. Era 'certo'. Um choro de bebê tira vocês dois do transe, e rindo, vocês se afastam.
"Bem, parece que nosso bebê de primavera finalmente acordou, eh?"
