Eu estava admirando o céu, como faço quase todos os dias. Sempre saio de casa com meu livro, uma câmera e uma garrafa de água, e caminho devagar até o melhor ponto da cidade. É um monte, onde, para subir, você precisa pegar uma enorme escada, e enquanto você sobe, a vista vai ficando cada vez mais bonita.
Estava no topo. Respirei fundo e sorri, sentindo a brisa gelada bater contra meus cabelos e fazer eles voarem.
Fui até a beira e me sentei ali. Encostei-me à pedra que sempre está ali, como se fosse perfeitamente calculado para alguém se sentar e encostar-se.
Eu chamava aquele lugar de refúgio. Era meu cantinho. Meu ponto de paz. O lugar que eu corria quando precisava me acalmar e me sentir bem. Era o lugar onde eu era feliz.
O relógio batia 18h00min e o pôr-do-Sol estava começando. Eu admirava, depois de bater algumas fotos com minha câmera. Eu sorria, porque eu estava feliz. Sorria, porque gostava de estar aqui. Sorria, porque sentia paz.
Ver aquilo era incrível. Aquela sensação boa de estar viva e estar vendo o dia acabando, logo a Lua ficando cada vez mais visível e as estrelas também. O céu escuro, iluminado por algo que eu mais amo: a Lua.
Eu era apaixonada pela Lua. Amava cada detalhe. Em todas as fases. Hoje ela estava na fase crescente.
Assim que o Sol se pôs completamente e tudo ficou escuro, eu suspirei e deixei a câmera ao meu lado.
Busquei meu livro em minha pequena bolsa.
Era um livro de poesias. Eu gostava, e sempre lia, todos os dias, nem que seja apenas uma.
Normalmente, eu abria páginas aleatórias e lia, sempre levando para a vida. Era como se o universo estivesse me dando algum tipo de sinal pelos versos da poesia.
Abri, em uma página qualquer, e li:
"Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer dividir um planeta e uma época com você."
Soltei um riso. Às vezes não tinham sinais, eram apenas versos românticos.
Sorri e fechei o livro, suspirando. Deixei ele de lado, sob a bolsa, e entrelacei meus dedos, respirando fundo. Respirando o ar puro. Admirando as estrelas, o céu, a Lua.
Hoje minha fuga para cá tinha nome e sobrenome e era minha mãe. E, algo que eu aprendi bem, é que eu não devo discutir com ela, simplesmente aceito e depois saio para esfriar a cabeça.
Nós tivemos uma briga. Digo, ela brigou, eu ouvi.
Eu falava no celular com minha amiga, falávamos sobre viajar para fazer faculdade, já que estamos já no último ano e faltavam poucos meses para as aulas acabarem, e agora definitivamente. Eu gostaria de fazer faculdade de astronomia, mas, aqui onde moro, por ser uma cidade muito pequena, não existia nada sobre. Queria ir para uma cidade grande, fazer faculdade, começar minha vida adulta e ser independente.
Mas minha mãe não sabia ver seus filhos voando para longe. Foi o que aconteceu com meu irmão. Ele saiu de casa e ela simplesmente mudou bruscamente com ele. Odiava ver como ela o tratava.
E eu sei que, assim que eu sair de casa, ela fará o mesmo drama. Não queria perder minha mãe assim, mas eu não viverei para ela. Eu viverei para mim. Viverei para, talvez, uma futura família. Com alguém que me faça feliz, talvez filhos, e espero que ela aceite e, mais ainda, continue na minha vida.
Gostaria de ir almoçar na casa dos meus pais e levar meus filhos. Eles seriam ótimos. Mamãe seria a avó babona e papai seria o avô divertido.
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Eclipse - NaMo
Fanfiction𝙴𝚌𝚕𝚒𝚙𝚜𝚎. 𝑪𝒐𝒏𝒄𝒍𝒖𝒊́𝒅𝒂. 𝑵𝒂̃𝒐 𝒂𝒄𝒆𝒊𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔. Momo e Nayeon têm várias diferenças, mas algo conecta elas: O amor pelo céu. Uma ama o Sol, a outra ama a Lua. Ambas ama as estrelas. "- Você é a minha Lua! - E você...