6 | O ᴇᴄʟɪᴘsᴇ

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Minha história foi interrompida quando minha esposa chegou do trabalho. Ela entrou e nos lançou um sorriso enorme.

— Mamãe!! — Rael correu para seus braços, ela abaixou e segurou o menino.

— Oi, bebê! — Beijou sua bochecha. — Oi, filha. — Caminhou até a menininha, abaixou e beijou seu rosto, recebendo um abraço apertado dela.

— Oi, Lua — falei sorrindo.

— Oi, meu Sol. — Selou nossos lábios e sentou-se ao meu lado, com o garotinho no colo.

— E depois o que aconteceu, mamãe?? — Zoe perguntou animada e eu sorri.

— Aconteceu com o quê? — ela perguntou curiosa.

— Eu tô contando a eles como a gente se conheceu. — Momo sorriu.

— E onde parou?

— Quando íamos nos beijar, mas você interrompeu e disse que não poderia.

— Então conte o resto! — Assenti.

Zoe estava sentada no puff em minha frente, eu no sofá, encostada, e Momo ao meu lado, com Rael agora em seu colo.

Eu estava no aeroporto, junto de meus pais. Mamãe me abraçava enquanto esperávamos dar o horário de eu embarcar. Eu chorava baixinho em seu ombro, mas era pelo simples fato de que Momo sumiu e não falou mais comigo pelo resto da semana, o que indicava que ela realmente não queria nada.

Logo ouvi o chamado. Soltei minha mãe e ela me olhou nos olhos, segurou meu rosto e suspirou, sorrindo brevemente.

— Por favor, se cuide!

— Eu vou, mãe.

— Eu te amo. — Me abraçou.

— Eu também — murmurei. — Tchau, pai. — Abracei ele.

— Te amo, pequena.

— Também, pai! — O soltei. — Chegando lá eu envio uma mensagem.

E então eu estava dentro do avião, esperando ele decolar. Lágrimas em meu rosto. Agora era por tudo. Não veria diariamente meus pais, nem meus amigos, nem iria até meu cantinho... Eu sentiria falta do meu cantinho. E, aparentemente, não veria Momo nunca mais.

Meu celular apitou, peguei-o rapidamente, antes do avião decolar. Um sorrisinho brotou no meio de lágrimas enquanto eu lia a mensagem.

"Maninha!! Fiquei sabendo que você vai voar, longe das asas dos pais... Boa sorte, viu?? Sei que você vai conquistar o mundo!! Brilhe, garota. Qualquer coisa tô aqui!! Te amo, estranha <3".

Meu irmão... Como eu sentia falta dele.

Mandei uma resposta e então desliguei o aparelho. Encostei minha cabeça na poltrona e respirei fundo.

Vida nova.

(...)

Quatro semanas. Um mês. Eu estava me acostumando aos poucos. Minha faculdade começa daqui 2 dias e eu já tinha ido atrás de alguns serviços, mas nenhum me deu certeza, apenas disseram que iriam analisar meu currículo e talvez ligaria.

Mas eu estava confiante no último; era para trabalhar em uma cafeteria, seria legal até.

Estava em casa, sentada no sofá e vendo filme. Eu tomava um sorvete sabor maracujá, e quando percebi isso, ri. Ri porque lembrei dela me zoando por preferir sorvete de maracujá do que um de chocolate. Ri lembrando de ela provando, e adorando e querendo trocar comigo. Ri, porque da última vez que fomos na sorveteria juntas, ela pediu um sorvete de maracujá.

Eclipse - NaMoOnde histórias criam vida. Descubra agora