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lá estava você de novo: suas costas pressionadas contra a porta do banheiro, seu coração disparado, era a terceira vez que isso acontecia esta semana, se agarrando casualmente com seu amigo gavi, as portas fechadas.
você nem sabia como isso se tornou uma coisa. cada vez que você pensava sobre isso, ficava mais obscuro.
a primeira vez que aconteceu foi depois de uma noitada com alguns amigos. vocês dois estavam tontos por causa dos coquetéis que tomaram, ambos falando besteiras na caminhada para casa. vocês estavam bem próximos um do outro, então caminhar juntos não era uma decisão tão questionável.
ao virar uma esquina, seus ouvidos se encheram de música. alguém está se divertindo, você pensou, a música vindo de um condomínio. você continuou a caminhada, mas logo foi parado ao perceber que gavi não estava mais ao seu lado.
você se virou confuso, sendo saudado pela presença do seu amigo, o braço dele estendido para você. —Dance Comigo.— ele comandou bêbado e você não pode deixar de rir.
você aceitou a oferta dele, tonto demais para protestar contra qualquer coisa. você pegou a mão dele e ele rapidamente girou você, resultando em risadas. seus braços em volta dos ombros dele, enquanto vocês dois começaram a dançar lentamente na batida rápida da música. as mãos dele pousaram em seus quadris e você não sabia se era por causa da ação dele ou do vento, mas sentiu um arrepio na pele.
vocês sorriram e se encararam por um tempo, ocasionalmente cantarolando junto com a música. enquanto você continuava a pequena dança, você sentiu os olhos de gavi pousados em seus lábios, seus rostos próximos um do outro. você culpou sua imaginação e o álcool restante em suas veias, pensando que era tudo coisa da sua cabeça.
no entanto, quando você ouviu o menino sussurrando —posso?— na brisa da noite, você não pode deixar de acenar com a cabeça. os lábios dele pressionados contra os seus e você o beijou de volta, sem saber o que deu em você. tudo parecia certo para você, então você seguiu junto.
o beijo foi doce e lento e vocês se puxaram o mais próximo possível um do outro. vocês dois sorriram, depois que se afastaram, sem sentir nenhum constrangimento ainda.
—vamos, vamos te levar para casa.— gavi propôs, seu braço em torno de seu corpo quando você começou a andar.
suas interações depois daquela noite ficaram cheias de tensão e você não poderia culpá-lo. toda vez que você via o rosto dele, pensava na sensação dos lábios dele contra os seus naquela noite, imaginando por que ele iniciou a ação.
gavi também sentiu a tensão e isso o matou. ele se perguntou o que poderia fazer para que isso desaparecesse toda vez que te visse.
então, quando você chamou seu grupo de amigos para jantar em sua casa e ele foi o primeiro a chegar, ele sabia que tinha que fazer algo para resolver o problema.
—e se nos beijarmos de novo para que as coisas não sejam tão estranhas?— ele se viu deixando escapar, como ele olhou para você enquanto você limpava alguns copos.
você parou no meio do caminho. foi a primeira vez que ele mencionou algo desde aquela noite e isso te pegou de surpresa.
—que?— você perguntou claramente confusa e se virou para ele para verificar se ele estava falando sério ou não. deixou você surpreso que ele estava, de fato, falando sério.
—pense nisso, é estranho, porque nós fizemos enquanto estavamos bêbados, aliviaria a tensão se o fizéssemos de novo e rir disso— ele tentou explicar,mexendo com os dedos.
você sabia que recusar a oferta tornaria as coisas mais difíceis do que eram e você não conseguia nem pensar em ficar pior do que isso. você suspirou, enquanto começava a caminhar em direção a ele. mesmo sabendo que isso era apenas uma proposta para melhorar as coisas, havia algo em você que estava animado para beijá-lo novamente. você tentou reprimir seus sentimentos.
—isso é estúpido, gavi.— você respondeu, enquanto fechava a distância entre vocês, pressionando seus lábios nos seus, demorou um segundo até que ele retribuiu o beijo e você podia sentir as mãos dele em seus quadris, como naquela noite, seus dedos pousaram no peito dele, enquanto você continuava a se beijar no meio da sua cozinha.
vocês dois não queriam se afastar, mas foram interrompidos pela campainha, anunciando que seus convidados chegaram.
—veja, não é tão ruim.— o menino disse, enquanto você se afastava e vocês dois riam disso, enquanto você cumprimentava seus amigos.
depois disso, o gesto tornou-se regular. toda vez vocês se viram e ficaram sozinhos, um de vocês conseguiu propor beijo novamente até que se tornou tão frequente que você parou de pedir. você apenas seguiu em frente sem perguntas. verdade seja dita, aliviou a tensão, mas fez você desenvolver sentimentos, que você tanto tentou reprimir.
foi assim que você chegou à sua situação atual: ficar com gavi em um de seus treinamentos, em um banheiro qualquer no corredor. as mãos dele percorriam suas costas, sua respiração forte sendo o único som na sala.
você foi tirado de seus pensamentos quando ouviu uma batida na porta, seguida por uma voz familiar:
—gavi, apresse-se. gerente está procurando por você.—
—só um segundo.— ele respondeu, se afastando de você.
você se afastou dele, caminhando em frente ao espelho para se arrumar depois da sessão de amassos. o garoto começou a passar as mãos pelo cabelo cor de chocolate na tentativa de fazê-lo parecer normal.
você olhou para ele divertida, enquanto tirava seu gloss, querendo aplicar uma camada depois de sair. gavi sorriu para você através do espelho.
—vou indo, te encontro no carro?— ele perguntou, ao que você assentiu com um sorriso.
ele se virou, com a mão na maçaneta enquanto parava por um momento, como se tivesse esquecido alguma coisa.
—oh e s/n? amigos não fazem esse tipo de merda.— ele disse antes de sair do banheiro, deixando você lutando contra suas emoções.
