deux

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⋆。゚☁︎。⋆1 de dezembro de 2022。 ゚☾ ゚。⋆

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⋆。゚☁︎。⋆1 de dezembro de 2022。 ゚☾ ゚。⋆

Senti os raios de sol baterem diretamente em meus olhos, e com isso a dor insuportável em minha cabeça.

Por que diabos eu decidi beber tanto? Principalmente quando Charles me disse que não iria beber pouco e que não iria ficar de olho em mim naquela noite?

Aos poucos, comecei a ganhar consciência do que havia em minha volta mesmo sem abrir os olhos, como, por exemplo, o peso familiar sobre a minha cintura. Eu conhecia aquele abraço muito bem. Já havia acordado nele incontáveis vezes durante meus 23 anos de vida.

Charles.

Não só o peso em minha cintura, como também o aroma amadeirado que preenchia o ambiente, me ajudaram a me localizar no quarto de meu melhor amigo.

Usei minha mão como um escudo e a coloquei em frente aos meus olhos com o objetivo de abri-los. Devagar, fui me acostumando com a claridade do quarto e me localizei melhor. A brisa de Monaco fazia seu caminho pela fresta da janela, fazendo os pelos do meu corpo coberto somente por um fino lençol branco arrepiarem.

Calma lá.

Por que caralhos eu estou nua, na cama do meu melhor amigo, com o braço dele em volta de mim?

Puta que o pariu.

Senti meu coração acelerar e tomei uma respiração entrecortada, e tentei sair dos braços de Charles sem o acordar somente para senti-lo me apertando mais contra si.

Meu deus, meu Deus, meu Deus.

Sim, eu estava prestes a entrar em combustão espontânea. Eu tinha transado com Charles? Charles Leclerc, o meu melhor amigo Charles Leclerc?

E eu não tinha outra opção a não ser acorda-lo. Isto é, a não ser que eu quisesse que ele me pegasse acordada encarando a parede em silêncio. Respirei fundo e virei levemente meu tronco para encara-lo, e quase desisti de tirar Charles de seu sono.

O rosto estava completamente relaxado, sem qualquer tipo de tensão que normalmente estavam presentes durante a temporada. Os lábios formavam um sorriso quase imperceptível... os mesmos lábios que tinham me levado do céu ao inferno em segundos.

Ai meu Deus, não pense sobre isso, Athena!

Charles. — Eu sussurrei, o monegasco nem se mexeu. — Charles. — Eu disse um pouco mais alto, e ele soltou uma respiração mais pesada, os olhos começaram a se mexer em baixo das pálpebras, mas ele ainda não acordou. O cutuquei e chamei pela terceira vez.

A respiração de Charles ficou mais pesada e ele finalmente abriu os olhos. As iris verdes passearam pelo quarto antes de pararem em mim. Ele sorriu levemente e retirou o braço de minha cintura, usando as mãos para esfregar os olhos. E ele não pareceu ter consciência do fato de que nós dois estávamos nus em sua cama.

— Bom dia, Tetê. — Charles disse, a voz rouca, e eu girei na cama para encara-lo, segurando o lençol acima dos meus seios. Como diabos ele não tinha notado ainda?

— Charlie, a gente... — Eu comecei, mas ele finalmente pareceu se tocar e entender a situação em que nos encontramos.

Oh, cazzo! — Ele exclamou e se apoiou nos cotovelos, passando os olhos pelo quarto freneticamente.

É, tava uma zona.

Eu nem tinha me levantado, mas podia ver as peças de roupa espalhadas pelo quarto, e, surpreendentemente, eu podia me lembrar com clareza como elas chegaram lá. Olhei para Charles, que tinha o rosto tão vermelho quanto seu uniforme 'pras corridas.

Mon dieu, Tetê! — Charles se sentou e passou as mãos pelo cabelo, o lençol caindo e expondo seu torso e suas costas, me permitindo ver o estrago que minhas unhas tinham feito. — Eu...

O que quer que ele fosse falar foi interrompido pelo toque do meu celular, que me fez segurar o lençol acima dos seios para poder me esticar sem revelar nada. Não que Charles não soubesse o que estava por debaixo dos panos já que... né.

— Athena, cadê você? — A voz de minha irmã soou apressada pelo telefone, o sotaque quase imperceptível no português. — Você tá atrasada.

— Eu 'tô... — Olhei em volta, Charles tinha se jogado de volta na cama, e suas mãos cobriam o rosto. Passei a língua entre os lábios e soltei um suspiro. — Não importa onde eu 'tô. Eu 'tô atrasada para o que mesmo?

— O ensaio da Vogue, sua idiota! — Ela sussurrou um grito, e meus olhos se arregalaram. — Corre 'pra cá o mais rápido possível.

Aphrodite desligou antes que eu pudesse responder, e eu praguejei ainda em português. Eu tinha esquecido completamente desse ensaio, e a situação em que eu estava não ajudou em nada.

— O que aconteceu? — Charles perguntou ao tirar as mãos do rosto, que começava a voltar ao tom normal.

— E-eu... ahm, eu tenho um ensaio 'pra Vogue agora... — Eu me sentei desajeitadamente. — Será que você pode...

As sobrancelhas de Charles franziram por alguns segundos antes de ele soltar um "oh" e cobrir os olhos. Não é como se eu fosse tímida nem nada, mas Charles ainda é meu melhor amigo de infância, e nós termos transado enquanto estávamos sob efeito de álcool não muda o quão estranha e constrangedora a situação era para mim.

Catei minhas roupas e me vesti rapidamente, avisando Charles quando terminei para que ele pudesse abrir os olhos. Pude sentir seu olhar queimando em minhas costas enquanto eu ajeitava meu cabelo em frente ao espelho e, naquele momento, nem percebi as marcas em meu pescoço.

— Athena, acho que a gente precisa...

— Eu sei, eu sei. Precisamos conversar. — Eu o interrompi e me sentei na beira da cama para afivelar os sapatos de salto. — Mas eu 'tô super atrasada. Eu juro que, assim que puder, eu ligo.

Me levantei e olhei para Charles a tempo de vê-lo assentir. De qualquer modo, me despedi rapidamente e saí do apartamento como um foguete. E por mais que eu repetisse em minha mente que a pressa era por causa do meu compromisso, eu sabia, lá no fundo, que era para fugir das memórias da noite anterior – que pareciam estar queimadas a ferro em minha mente.

ATHENA'S SONG, charles leclercOnde histórias criam vida. Descubra agora