— Sem gracinhas. — Avisei.
— Imaginei diferente. — Não escondeu a frustração.
— Achou mesmo que dormiríamos na mesma cama? — Ri e joguei uma almofada em cima do cobertor posicionado no chão.
— Imaginava uma divisão ou algo assim, não achei que seria tão cruel me pondo para dormir no chão.
— Pobrezinho. — Me aproximei apertando suas bochechas e rindo.
Josh não aguentou manter a pose de durão a acabou rindo também, me afastei, mas seus olhos ainda estavam nos meus. Nunca havia reparado o quão intenso os azuis eram.
— Vamos dormir. — falei indo me deitar, na tentativa de quebrar a palpável tensão que havia se formado ali.
Ele suspirou mas, concordou. Me deitei rapidamente, virada para o lado da parede. Me peguei a pensar em como as coisas seriam agora.
Eu estava com medo.
Medo de nunca mais vê-las.
Medo do que elas seriam sem mim.
Era impossível controlar o sentimento de proteção que eu possuía sobre Hina, Sofya e Joalin. A morte de Heyoon foi como uma válvula de pressão que explodiu. Nada podia tirar de mim o sentimento de fraqueza e fracasso, eu me sentia esgotada e principalmente, culpada.
Saber que novamente eu não pude proteger alguém que eu amava era devastador, mas eles nunca entenderiam realmente, posso soar egoísta em apontar que eles não entendiam a dor da perda, mas eles não entendiam como aquela dor funcionava em mim.
Era como algo inconsolável.
E agora tudo vai se repetir, ao menos que eu as encontre novamente, e pelos céus, como eu desejava isso. Eu queria que elas chegassem bem ao abrigo, que elas pudessem ter uma vida feliz, formar suas famílias e seguir em frente.
Mesmo que pra isso eu precisasse me sacrificar.
Porque no fim eu não tinha mais nada a perder, eu não contei a nenhum deles o quão fraca eu vinha me sentindo. Que lapsos de me memória me atingiam constantemente. Eu sabia o que era isso.
Era o que minha mãe tinha.
Eu sempre soube que sua doença podia ser genética, mas eu cresci bem e nunca havia apresentado nenhum sintoma, até agora. Não existia tratamento ou remédios que prolongassem o meu tempo como minha mãe teve. Eu só podia esperar e torcer para não ir antes de leva-las a paz.
Senti uma mão em meu ombro, Josh estava sentado na cama me olhando com preocupação, só então me dei conta dos meus olhos encharcados e dos meus soluços.
— Ei, o que houve? — Ele perguntou se aproximando e me puxando para seus braços.
— Eu estou com medo, Josh. — Sussurrei me aninhando em seu aperto.
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𝐂𝐎𝐑𝐑𝐈𝐃𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋 | 𝙳𝚎𝚙𝚘𝚒𝚜 𝚍𝚘 𝚊𝚖𝚊𝚗𝚑𝚎𝚌𝚎𝚛
FanfictionLivro único. Any sempre teve uma vida complicada. Com uma mãe doente e a ausência do pai, teve que tomar as rédeas da casa e assumir desde nova o posto de cuidar da família. Quando descobre que estava prestes a realizar seu grande sonho, ela vê o m...