Capítulo 13

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— Sem gracinhas

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— Sem gracinhas. — Avisei.

— Imaginei diferente. — Não escondeu a frustração.

— Achou mesmo que dormiríamos na mesma cama? — Ri e joguei uma almofada em cima do cobertor posicionado no chão.

— Imaginava uma divisão ou algo assim, não achei que seria tão cruel me pondo para dormir no chão.

— Pobrezinho. — Me aproximei apertando suas bochechas e rindo.

Josh não aguentou manter a pose de durão a acabou rindo também, me afastei, mas seus olhos ainda estavam nos meus. Nunca havia reparado o quão intenso os azuis eram.

— Vamos dormir. — falei indo me deitar, na tentativa de quebrar a palpável tensão que havia se formado ali.

Ele suspirou mas, concordou. Me deitei rapidamente, virada para o lado da parede. Me peguei a pensar em como as coisas seriam agora.

Eu estava com medo.

Medo de nunca mais vê-las.

Medo do que elas seriam sem mim.

Era impossível controlar o sentimento de proteção que eu possuía sobre Hina, Sofya e Joalin. A morte de Heyoon foi como uma válvula de pressão que explodiu. Nada podia tirar de mim o sentimento de fraqueza e fracasso, eu me sentia esgotada e principalmente, culpada.

Saber que novamente eu não pude proteger alguém que eu amava era devastador, mas eles nunca entenderiam realmente, posso soar egoísta em apontar que eles não entendiam a dor da perda, mas eles não entendiam como aquela dor funcionava em mim.

Era como algo inconsolável.

E agora tudo vai se repetir, ao menos que eu as encontre novamente, e pelos céus, como eu desejava isso. Eu queria que elas chegassem bem ao abrigo, que elas pudessem ter uma vida feliz, formar suas famílias e seguir em frente.

Mesmo que pra isso eu precisasse me sacrificar.

Porque no fim eu não tinha mais nada a perder, eu não contei a nenhum deles o quão fraca eu vinha me sentindo. Que lapsos de me memória me atingiam constantemente. Eu sabia o que era isso.

Era o que minha mãe tinha.

Eu sempre soube que sua doença podia ser genética, mas eu cresci bem e nunca havia apresentado nenhum sintoma, até agora. Não existia tratamento ou remédios que prolongassem o meu tempo como minha mãe teve. Eu só podia esperar e torcer para não ir antes de leva-las a paz.

Senti uma mão em meu ombro, Josh estava sentado na cama me olhando com preocupação, só então me dei conta dos meus olhos encharcados e dos meus soluços.

— Ei, o que houve? — Ele perguntou se aproximando e me puxando para seus braços.

— Eu estou com medo, Josh. — Sussurrei me aninhando em seu aperto.

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐈𝐃𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋 | 𝙳𝚎𝚙𝚘𝚒𝚜 𝚍𝚘 𝚊𝚖𝚊𝚗𝚑𝚎𝚌𝚎𝚛 Onde histórias criam vida. Descubra agora