- único

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A chuva relutante e desesperada caía no chão em respingos molhados, em acumulos de água criados no solo úmido e antes tão verde e vívido. Era difícil olhar para frente, seguir o caminho que eu tinha planejado tão bem, já que gotículas geladas tampavam de pouco a pouco minha visão, me obrigando a afastá-los de meus olhos com movimentos exagerados de mão agressivos. Aquele dia estava muito ruim, pelo menos até um raio fraco de Sol me surpreender em meio ao ambiente cinzento e chuvoso.

Como se fosse um poema, ouvi o passo estalado na lama, junto de uma risada muito bem conhecida pelo meu sub consciente. Era uma risada rouca, surpresa e irritavelmente infantil, tão presente nos meus ouvidos quanto a risada que dei quando Itachi me levou para casa em suas costas naquele dia, em que encostei meu queixo em seu ombro e senti seu cheiro habitual e textura macia de seus fios. “ desculpe irmão, essa foi a última vez... ”

— sasuke? - murmurou, mas não em seu tom agudo e altamente irritante, e sim de uma maneira mais calma e oscilatoria, como se não acreditasse que eu estava na sua frente, de cabelos molhados pela chuva e a espada enfiada na bainha encharcada fosse algo da sua própria mente. Sorri sem mostrar os dentes, fechando os olhos por um segundo. estávamos  parados em meio a chuva, como se fôssemos imunes a ela.  ergui o olhar e me deparei novamente com Uzumaki Naruto, de cabelos dourados molhados e caídos no rosto, olhos azuis brilhantes e um kimono azul acompanhado de uma trouxa mas costas. O loiro deixou uma risada alta escapar, relembrando a mim tão vividamente os velhos tempos, tempos em que nós acordávamos 5 horas da manhã para ir ao campo aberto da vila de Konoha esperar por horas Kakashi chegar, ou quando ele finalmente conseguia aprender um selo. Naruto era alguém que eu odiava profundamente, mas que mechia com meu senso comum. Era algo que eu nunca tinha visto antes, me desafiava em todos os sentidos e meios. Com aquela risada também não conti uma risadinha baixa e contida, olhando para baixo. Senti as lágrimas brotarem no canto de seus olhos, deixando-as cair em meio Áquela chuva, ainda sorrindo.

— caramba, que baita chuva ein?

— sim. - olhei para ele, sorrindo genuinamente, olhos brilhando, rinnegan roxeado, azul brilhante como a água.

[...]

Espero que tenham gostado.

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