A aula estava chata, como de costume, mas eu estava animada. Ontem quando voltamos a nos falar, eu disse a Rosie que gostaria de falar sobre tudo isso e ela disse que tudo bem, vamos depois da aula, só nós duas, porque Jen não quis ir.
A loira veio de carro hoje, fomos deixar Jen e depois seguimos pra sua casa, que é bem afastada da cidade.
— A Jisoo...
— Não está — Diz enquanto saímos do carro
Subimos uma pequena escada pra chegar até a porta e entramos. A decoração é simples e moderna, com exceção de quadros antigos que devem valer uma fortuna.
— É linda — Falo e ela sorri concordando
— Venha, vou fazer algo pra você comer — Diz e a sigo até a cozinha — Pedi a Jisoo pra renovar as compras, estava tudo vencido
— Vocês não comem? — Pergunto e ela nega — Mas na escola...
— Nós não precisamos comer, não faz diferença, não enche, não é tão gostoso quanto pra humanos, mas é bom pra manter as aparências
— Entendo — Digo e ela vai a geladeira, onde vejo várias bolsas de doação de sangue
— Temperei antes de sair — Diz animada mostrando o frango — Não cozinho a décadas
— Tem muito sangue ali — Comento
— Não é nem metade do que temos aqui em casa — Fala
— Como foi transformada? — Pergunto curiosa
— Um vampiro estava com raiva do meu pai e me transformou na frente dele
— Como?
— Para se transformar, é preciso morrer com sangue de vampiro no corpo, aí você entra em transição. Quando acordar, tem que beber sangue humano nas primeiras 24 horas, ou morrer — Fala
— Como foi quando acordou?
— Meu pai estava lá, preso, com um pequeno corte, o vampiro em questão queria que eu o matasse, a sede é muito grande quando se acorda e eu era a filhinha do papai, mesmo em 1920, ele nunca tinha me vendido ou algo assim, eu disse que não queria me casar antes dos 20 e ele respeitava isso — Diz e faz uma pausa, mesmo 100 anos depois não parecia ser um assunto fácil — Quase o ataquei, mas fui forte, eu o soltei e fugi pra rua, não podia matar ele, mas na rua tinham muitas pessoas dançando, os corações batendo, a música alta incomodava e foi aí que eu conheci Jisoo
— Ela estava lá e percebeu que eu estava em transição e viu meu desespero tentando não atacar ninguém, então ela me ajudou, me levou pra longe e conversou comigo, me deixou decidir se eu queria ou não — Fala
— E você queria?
— Não, mas também não queria morrer, meu tempo já estava quase acabando quando bebi o sangue, ela me deu uma dessas bolsas de hospital — Fala e eu concordo
— Você controla muito bem, como? — Pergunto vendo ela cozinhar
— Depois que eu bebi a primeira, queria mais, mas Jisoo não deixou, ela não teve escolha na vez dela, a forçaram a beber sangue humano e ela passou alguns anos descontrolada, matou muita gente e se sentia muito culpada, ela não queria que acontecesse o mesmo comigo, óbvio que eu quase ataquei ela quando me negou sangue, mas ela é mais velha que eu, quanto mais velha, mais forte, ela me conteve com facilidade e me explicou sua própria experiência, e eu pedi pra ela me ajudar a controlar
— Eu não queria matar ninguém, eu podia beber uma quantidade de bolsas de sangue por dia, nos primeiros dias, depois a gente tentou diminuir, deixar o sangue lá, mas eu tentar não tomar, deu certo, mas demorou semanas. Mandei uma carta pro meu pai, contando que estava viva e que estavam me treinando pra eu não atacar as pessoas e que eu ia sair da cidade por um tempo
— Quando saímos da cidade, começou a parte mais difícil, interagir com humanos e junto com isso, Jisoo teve que me ensinar a não matar humanos quando tomar o sangue deles, beber só o necessário, demorou alguns meses pra esse último, é muito fácil perder o controle, mas com todo esse treinamento que durou mais de um ano, e mais um século de prática, controlo muito bem
— Nunca matou nenhum humano?
— Já, não posso mentir, mas não foi por perder o controle, em 1992, eu estava em um bar e um homem estava assediando uma mulher e ameaçando ela, digamos que eu fiz um bem pra humanidade — Fala e eu rio — Mas, uma vez, um caçador de vampiros, humano, tentou me matar, eu perdi o controle da minha raiva e matei ele
— Nunca vou tentar te matar, então acho que estou bem — Falo e ela ri — Pra quem não cozinha a décadas, o cheiro está muito bom
— Menos mal — Fala sorrindo
Comemos tranquilamente, ela me acompanhou pra eu não comer sozinha, conversamos, depois ela me mostrou o resto da casa, retratos e tudo mais. Agora estávamos deitadas, eu estava abraçada a ela que fazia carinho em minha cabeça.
— Eu te amo, Rosie
— Também te amo — Fala e eu me separo pra dar um selinho nela
— Tem água ali? — Pergunto sobre a mini geladeira
— Só sangue, mas posso pegar água pra você — Fala e eu nego voltando a abraçá-la
• Se gostou deixe o voto, ajuda muito S2
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Eternal soulmate - Chaelisa
ФанфикRoseanne Park está no terceiro ano do ensino médio na Coreia do Sul, mora com sua irmã mais velha Jisoo, mas ambas dividem um segredo, escondido por décadas, mas que pode vir a tona. - Tem uma foto dela em 1998 - Falo - E daí, Lisa? - Jennie pergunt...