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0 7 : 1 4 A M
M i n h a c a s a | S e u l,
C o r e i a d o s u l.

Respiração descompassada, um forte aperto no peito, visão turva. Aconteceu de novo. Mais uma manhã despertando após um dos vários pesadelos horríveis que vem me assombrando há quatro anos. Fechei meus olhos no compasso em que sentia uma lágrima solitária rolar em meu rosto, era assim praticamente todos os dias. Abri-os novamente limpando o rosto e me preparando para me levantar e fazer minha corrida matinal.

Fui até o banheiro que havia em meu quarto e fiz tudo que precisava fazer antes de sair para me trocar. Enquanto colocava minha roupa, comecei a planejar mentalmente o que faria no decorrer daquele dia. Diferente de meu pai, que sempre trabalhou duro para termos tudo que temos hoje, eu não tinha tantos afazeres fora de casa. Ele nunca me obrigou a trabalhar, mas eu queria e sabia que uma hora ou outra assumiria a empresa que começou tão pequena e hoje já era uma das maiores do mundo. Eu dividia o cargo de bebê do meu pai com ela e até entendia o motivo.

Estava tão imersa em meus pensamentos que nem percebi que já havia me trocado e estava pronta para sair de casa. Antes de chegar a porta que me levaria até o jardim de casa, peguei meu fone, meu celular e uma garrafa d'água. Correr era a minha maneira de relaxar e manter meu corpo e mente saudáveis ao mesmo tempo. Eu corria alguns quilômetros todos os dias pela manhã e amava esse meu momento. Naquela manhã, o tempo estava parcialmente nublado o que me fazia sentir mais vontade de aproveitar aquele momento fora de casa.

Depois de uma hora e meia, eu finalmente me encontrava atravessando a porta de entrada da minha casa. Iria subir para o quarto para tomar um banho, porém desviei meu caminho para a sala de jantar ao ouvir a voz da minha mãe.

— Bom dia. — Dei um beijo em cada um antes de me sentar ao lado da minha mãe.

— Bom dia amor, já tomou café? — Minha mãe perguntou com a sua voz serena e doce de sempre.

— Não. Eu vou subir para tomar um banho e já desço para comer alguma coisa.

— Meu bem eu já disse que não é bom que você saia para correr sem comer pelo menos uma fruta.

— Eu sei pai. Eu só me esqueci, fica tranquilo, eu estou me sentindo bem. — Respondi recebendo um balançar de cabeça negativo dele. — Eu vou tomar um banho rapidinho e já desço.

Minha mãe apenas balançou a cabeça.

Já no segundo andar, eu me despia para tomar um banho não tão longo mas o mais relaxante possível. Ao sair, coloquei uma calça de moletom preta e uma camisa de pijama, afinal, não tinha compromisso algum para aquele dia. Pelo menos era o que eu pensava.

Desci e finalmente me juntei a mesa com meus pais para comer. A atmosfera agora era diferente, era tensa.

— Tem alguma coisa errada? — Perguntei depois de alguns minutos em silêncio enquanto me servia.

— Não, fica tranquila. — Meu pai respondeu mas sem desviar os olhos da sua própria xícara. — Inclusive, temos um almoço importante para ir hoje, esteja pronta antes das onze.

— É tão importante assim para eu ter que acompanhar?

— Sim. — Minha mãe respondeu agora de um jeito diferente de antes, não era tão doce e isso me fez ficar em alerta por algum motivo.

My Dear Destiny | JenoWhere stories live. Discover now