▸ 5 - Seus troféus.

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Neteyam já estava acordado há algum tempo, porém permanecia deitado sobre a rede. Tuk ainda dormia em seu peito enquanto ele mantinha suas mãos atrás da cabeça. Pensava sobre tudo e nada ao mesmo tempo, queria poder fazer algo sobre essa situação, no caso, resolver os problemas para finalmente poder voltar para sua casa. Seus olhos transmitiam uma culpa que obviamente não o pertencia - ... - Suspirou pelo nariz fechando seus olhos a fim de esvaziar sua mente. Ouviu Tuk murmurar algo inaudível e logo pôde ver os olhos da pequena bem abertos, seu semblante confuso indicava que ela tentava raciocinar quem era e onde estava - Acordou é? - Neteyam sorriu e logo liberou uma de suas mãos para fazer um breve carinho na pequena que sorriu fechando seus olhinhos apenas aproveitando o momento - Vamos levantar? - Ele se sentou sobre a rede com ela ainda em seu colo, ela coçava seu olho esquerdo tentando acordar

- Bom dia Nete - Ela disse sonolenta e manhosa. Neteyam se levantou a pegando no colo, a fim de estender seu tempo de sono, Tuk abraçou seu irmão deitando sua cabeça no vão do pescoço do jovem já fechando seus olhos. Lo'ak ainda roncava na rede ao lado quando Neteyam se deslocou até o cômodo principal do marui

- Eu vejo você mãe - Ele fez o sinal segurando Tuk que ainda estava deitada sob seu pescoço

- Eu vejo você, Neteyam - Ela sorriu fazendo o sinal - Já está acordado a essa hora? - Ela descascava algumas frutas

- É...tentando me adaptar - Ele fechou seus olhos brevemente - Posso dar uma volta? - Ele questionou enquanto observava ela

- Claro, só peço que volte a tempo para tomar café conosco - Ela disse calmamente, Neteyam assentiu e logo começou a andar pelas pontes rumando para praia. Estava pensativo enquanto andava carregando Tuk que dormia em total paz. Seus pés tocaram a areia fofa que logo penetrou entre seus dedos dos pés. O dia ainda não estava totalmente claro, ondas leves e calmas moviam a água até seus pés, o barulho do mar chacoalhando o deixava calmo e a brisa leve que batia em seu rosto o fez querer chorar. Por que tudo isso estava acontecendo? Uma lágrima grossa e desacompanhada escorreu de seu olho lentamente. Sua sofrença era notória, seu peito carregava saudade e culpa. Fungou limpando a lágrima com a palma de sua mão

- Você tá chorando? - Sua dor foi cessada dando total brecha para o desespero, o susto foi certeiro. Neteyam virou de imediato em pose de ataque, seu rabo estava agitado

- Qual a tua? - Sorriu ao ver Ao'nung - Por que sempre chega por trás sem aviso prévio? - Não queria deixar suas fraquezas serem vistas, muito menos por Ao'nung - Eu não estava chorando, caiu um cisco no meu olho... - Ele sorriu sem jeito. Ao'nung o olhava com uma feição que entregava que ele sabia que era mentira

- Tá... - Cortou o assunto - Cara, vamos até a minha casa! - Ele sorriu empolgado

- O que? - Neteyam ajeitou Tuk em seu colo estranhando a ação

- Precisa vir comigo! Tenho que te mostrar algo! - Ele estava empolgado quando saiu puxando Neteyam pelas pontes bem feitas

- Mas- Minha mãe- A Tuk- Não conseguia terminar nenhum raciocínio iniciado pela adrenalina de ser puxado. Sem muita demora estavam na tenda. A Tsahìk, mãe de Ao'nung e Tsireya, estava cortando algo em uma bandeja quando os jovem chegaram

- Eu vejo você mãe - Ao'nung por fim se acalmou e logo ela devolveu o sinal olhando para Neteyam e Tuk com um leve sorriso no rosto. Ao'nung ainda segurava o braço de Neteyam quando a mãe dele encarava o mesmo

- Eu vejo você, Ao'nung - Era possível ver o semblante calmo que ela transmitia, ela abaixou sua cabeça levemente para cumprimentar o azulado que devolveu o ato com um sorriso mínimo nos lábios

- Trouxe Neteyam para ver algumas coisas, estamos no quarto! - Ele disse e logo puxou Neteyam mais uma vez

- Tsc... - Ela riu levemente do desespero de Ao'nung - Afobado! - Ela ria enquanto descascava as frutas

▹ Meu Refúgio「Ao'nung X Neteyam」Onde histórias criam vida. Descubra agora