A sad day?

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"Stefani, eu sinto muito".

Foi exatamente isso que eu ouvi durante a manhã, dos meus amigos, do Michael, da minha vizinha que soube não sei por quem.

Minha vó Verônica faleceu. Hoje. Sabia que um dia eu ia ter que me despedir dela, só não estava preparada pra esse dia. Ninguém nunca sabe, mas a verdade é que eu não queria aceitar isso. Mas eu tinha. Ela estava com câncer. Ela estava morrendo já fazia dois anos. Tivemos esse tempo para nos despedirmos dela. Minha vó Verônica morreu hoje pela madrugada. Foi o que acabaram de me falar. Não sei bem como estou me sentindo, uma mistura de tristeza, angústia, saudade. A última vez que a vi foi no meu aniversário, não que ela tenha ido, claro que não, mas não imaginei que aquela vídeo chamada seria a nossa última. Ela estava com uma fisionomia cansada, vencida, mas nunca deixava ninguém dizer isso, ela sempre queria que estivéssemos felizes ao seu redor e que não nos preocupássemos com ela, ela sabia que um dia iria nos deixar e sabia que iríamos sentir muito a sua falta. Como estou agora.

Não consigo falar nada. Estou anestesiada. Ao meu redor as coisas parecem estar em câmera lenta e em completo mudo. Não ouço, não me importo com nada. Eu só quero pensar que o sofrimento dela acabou. Ela não está mais entre nós mas sempre estará dentro do meu coração.

"Vá em paz Grandma, nós ficaremos bem"

Foi o que meu coração pode sentir, o meu autoconforto agora é o que me resta para me agarrar, todos estão sofrendo, tenho que ser forte para eles.

Começamos a receber algumas visitas. Alguns amigos vieram nos prestar condolências. Eu amo eles. Não estava esperando realmente, mas a aparição repentina de Michael, sozinho, me deixou um tanto mais a vontade, não sei explicar, mas ele me passa uma paz e um conforto que nunca havia sentido com ninguém.

Eu o avisto e vou em sua direção, da última vez que nos vimos havíamos nos beijado, desde então temos nos comunicado por mensagem de texto, e confesso que fico mais aliviada por termos contato.

Encaro-o e vou em sua direção.

Tento ser o mais forte possível para não chorar, minha família está dispersa demais para se importa em quem chega e quem sai. Minha avó era muito querida.

Ao me aproximar sinto meus olhos arderem. DROGA. Não era pra isso acontecer.

- Imaginei que você estivesse precisando de um ombro amigo - ele diz e aquilo me desmonta. Ele pensou em mim e se importou comigo.

- Não sei o que dizer - minha voz trêmula.

- Não precisa dizer nada, apenas sentir. E eu tô aqui se precisar de alguma coisa - Ele chega mais perto e me abraça.

Retribuo o abraço de volta e confesso que foi minha salvação tê-lo aqui. Ele me traz paz. Mais o mais importante, ele tá aqui.

Uma lágrima escorre pela minha bochecha, ele nota e toca o meu rosto com delicadeza, enxugando a lágrima. Ele me olha nos olhos e percebe que eu havia dormido mal essa noite. As olheiras típicas, os olhos avermelhados, minha cara de derrota.

- Eu vim cuidar de você - ele diz - Imaginei que estivesse um pouco desolada.

- Eu não esperava isso, Michael. Não hoje - digo.

- Nunca esperamos, eu entendo você. Mas sua voz descansou agora, mas ela sempre estará com você. Você confia em mim? - ele pergunta.

- Sim - e essa foi uma resposta verdadeira.

Então ele me chama para podermos ficar mais a vontade. Deixo a sala e vou em direção a cozinha com ele, ele perguntou se eu havia me alimentando hoje e eu neguei, não estava com cabeça pra isso.

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⏰ Última atualização: Jan 12, 2023 ⏰

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