O COMEÇO DO NOSSO FIM

Lisa, a belladona da tristeza.

Todas as ações tem suas consequências, mas não para Lisa, pelo menos até aquele dia.

A estudante de moda corria contra o tempo para manter seu amor por Jennie vivo. Ela sabia melhor do que ninguém naquele prédio acinzentado que era tóxico. É isso que não te contam sobre alguns relacionamentos, pode ser tóxico, mas não significa que alguns não gostem disso. Cada caso é um caso, e o caso delas é um dos piores que já vi em todos os meus 17 anos.

Os olhos castanhos piscavam rapidamente, a ansiedade dentro daquele elevador era palpável. Ainda estava no 2° andar e o elevador parecia tentar a engolir. A menina se olhava no espelho a cada segundo, seja pra arrumar o vestido branco, ajeitar a franja ou só repetir afirmações positivas. no 3° andar ela começou a se questionar se valia mesmo a pena se submeter a isso. Outro sentimento perceptível naquele elevador era o medo, medo de descobrirem quantos pinos de pó tinham dentro da bolsa rosa.

No 4° andar tentou deixar pra lá, ela não estava fazendo nada de errado, se ela tivesse intenções boas não era errado. Quando piscou já tinha chegado no 5° andar, não tinha mais volta, respirou fundo e com passos firmes seguiu até a porta de número 18°, bateu três vezes e quando foi bater pela quarta vez Jennie abriu a porta, seu rosto se iluminou ao ver sua amada ali, um sorriso de canto surgiu nos lábios finos da ruiva e os olhos puxados quase se fecharam por conta do sorriso.

Seria lindo, se Lisa não tivesse espancado Jennie uma noite antes com a desculpa de que estava "estressada" por conta dos surtos de abstinência dá coreana pela falta de cocaína.

Adentrou o espaçoso apartamento timidamente, como se não tivesse fodido Jennie ali várias vezes, como se fosse um ambiente desconhecido. Respirou fundo e desatou a falar sem tirar seu sorriso largo do rosto em nenhum momento, suas pupilas tinham o dobro do tamanho normal.

- Então, soube que Rosé tem uma surpresa para nós, estou tão animada, Ruby, você não faz ideia.

Dois grandes pilares. Era isso que as duas representavam uma para outra. Infelizmente não há razão para ter pilares em uma construção na beira do mar feita com areia.