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Os pingos de chuva pingavam na janela e escorriam pelo vidro, a chuva que está acontecendo lá fora é confortável e ótima para ter uma boa noite de sono, mas tanto Chuuya, quanto Dazai estavam acordados, sentados no chão do quarto com uma pequena caixa de primeiros socorros ao lado.

O ruivo está segurando levemente o braço de Dazai, passando delicadamente um algodão umedecido com antisséptico pelos cortes recentes. O Nakahara estava até que bem acostumado com as crises do moreno, além de ser seu namorado, tinha virado seu “médico”, mas não reclamava, mesmo que não admitisse por causa de seu orgulho, adorava cuidar de Dazai, principalmente nesses momentos, onde o seu único refúgio do vazio é a automutilação que convive com si há bastante tempo.

Osamu não gosta de colocar Nakahara no meio dos seus problemas, tanto que tentou esconder, mas como todas as outras vezes, o ruivo acabou descobrindo, não entrando no assunto do porquê, mas sim, chamando o moreno como se ele fosse uma criança de cinco anos para cuidar de seus machucados.

O maior suspira, desviando o olhar de Chuuya para olha pro piso.

— Desculpa. — Diz, e solta um riso baixo.

— Desculpa pelo o quê? — Pergunta, concentrado.

— Ahh Chuu, você sabe!

— Você não precisa ficar pedindo desculpa por isso, seu idiota. — Olha para Dazai.

Seus olhares se encontraram, o moreno fica hipnotizado com os olhos heterocromáticos do ruivo, seu olho esquerdo tem um lindo tom de azul, e o direito um castanho claro. Além de seus olhos, observa as pintinhas e sardas que tem pelo seu rosto. Tem razão, Nakahara Chuuya é um baita de um Deus Grego...

— Ahh tudo bem.

Para de observa-lo, e suspira pesadamente, sua mente volta a ficar cheia de pensamentos. Um deles é o medo, medo de estar perturbando seu namorado com seus problemas, com sua vida, com suas dores... Medo de estar jogando um peso todo encima de suas costas, e a última coisa que não quer de jeito nenhum, é que Chuuya se canse e comece lhe odiar por ser tão fraco.

— Você não precisa fazer isso, tá? — Diz, Osamu. — Eu posso fazer sozinho.

— Da última vez que você tentou cuidar disso sozinho, você jogou álcool por não ter achado a caixa de primeiros socorros, e ficou reclamando da ardência depois.

— Mas agora eu sei que não pode jogar álcool, e sei onde fica a caixa, então posso fazer isso sozinho, não quero que você faça mais.

O ruivo suspira e revira os olhos, sorrindo. Dazai não estava entendendo, até que Chuuya segura cuidadosamente os pulsos do moreno, esticando seus braços, Chuuya abaixou sua cabeça, e começou a beijar as cicatrizes e cortes recentes nos braços do moreno, que ganhou um rubor forte em suas bochechas, além da surpresa.

Ao terminar de deixar beijos ali, Chuuya olhou para Dazai, o moreno não sabia oque dizer ou oque fazer, apenas desviando o olhar algumas vezes, mas sempre olhava para Chuuya novamente, sentindo seus batimentos irem cada vez mais e mais rápidos. O Nakahara riu da situação.

— Pode deixar que eu faço isso, seu besta. Se você pensa que me atrapalha, não, você não me atrapalha, e cuidar de você é o máximo que posso fazer. Então para com essa merda de cu doce, e deixa eu fazer seus curativos logo.

— Oh... Tudo bem...

Dito e feito. Chuuya enrolou as faixas médicas nos antebraços de Osamu, e depois que terminou, fez questão de puxa-lo para a cama, aliás, estava de noite, e ambos estavam cansados.

Os dois foram para a cama, deitando-se e se enrolando com o cobertor, o ruivo abraçou o corpo do maior, que também o envolveu.

— Obrigado, ChuuChuu. — Diz, rindo.

— Cala boca, idiota. Vai dormir, se não eu te dou um soco pra você desmaiar logo.

— Okie-Okie~

Se calou, aproveitando o calor corporal do menor, sentindo o cheiro doce dos seu cabelos ruivos, além de aproveitar o barulho da chuvinha gostosa que caia do lado de fora. Logo adormeceu junto ao seu amado.

I Kissed The Scars On Your Skin;Onde histórias criam vida. Descubra agora