Capítulo Único

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Era mais uma manhã calma do ano, um Domingo meio frio na estação do outono e em tão poucas horas da manhã as pessoas já estavam acordando por aí. Por igualmente Mihawk, que já tomava um café quente lendo o jornal da manhã, quase não estava prestando atenção no que lia por sua mente estar lhe passando flashes de memória de encontros anteriores, com um certo ruivo.

Não eram exatamente "encontros" daqueles tipos que casais tinham, que curtiam sozinhos por um tempo para aprofundar mais suas relações, mas sim apenas um encontro entre amigos, ou apenas conhecidos.

Para Mihawk era mais para a segunda opção, ele não sabia nada sobre o ruivo e nem mesmo porque ele vinha em sua casa conversar consigo toda vez que podia, mesmo sempre estando ocupado pelo emprego de carteiro. Mas ao contrário dele, Shanks sabia de tudo sobre o outro, como se ele estivesse o olhando de longe por muito tempo, ou como se fosse um livro aberto em um idioma estrangeiro no qual apenas o ruivo conseguia ler.

O mesmo não se importava muito com o ruivo saber sobre sua vida, embora gostasse de ser reservado e misterioso para o restante das pessoas. Com Shanks ele sentia confiança e conforto, sentia como se ele pudesse se desabafar com o mesmo e isso era algo que ele nunca sentiu na vida, não depois que traíram sua confiança e lhe fizeram retrair-se dentro de si mesmo.

O ponteiro do relógio agora indicavam 9 horas da manhã, o horário ao qual Shanks chegava para entregar as cartas e envelopes pela vizinhança. Mihawk sempre ficou curioso de como o ruivo tinha tanto tempo para conversar consigo, embora do início ao fim de seu expediente o dia era totalmente coberto por agitação e entregas atrás de entregas.

Assim que o ruivo por fim passou pela grande casa do outro, deu um sorriso e se pôs a falar em voz alta mas também em um tom sereno.

S: Bom dia, o carteiro chegou! - sem muita demora o som de passos e da porta se abrindo foram ouvidos.

Sem se gabar mas Mihawk morava em uma grande casa com direito a um grande gramado, uma grande cerca e um interfone para caso não ouvisse alguém lhe chamando, o que apenas juntava poeira pois não servia de uso contra a sua audição aumentada em duas ou três vezes mais do que a de alguém normal.

E embora isso tudo, ele ainda fazia questão de todas as vezes sempre pegar as correspondências pessoalmente, por medo de algo acontecer e pela estranha curiosidade sobre o que o moreno iria lhe contar desta vez de seu dia anterior e começo de manhã.

M: Bom dia. Apenas essas hoje? - pegou as duas cartas da mão alheia e olhou as letras conhecidas nos envelopes antes de sorrir minimamente, ficava feliz de saber que as pessoas de sua confiança ainda escreviam cartas para si, mesmo depois de tanto tempo.

S: Sim, apenas estas - olhou o outro sorrir olhando as cartas.

S: Queria saber de quem são estas cartas que te enviam quase todo dia - resmungou para si mesmo em tom baixo, por inconveniente o outro ouviu mas o mesmo não lhe deu muita importância.

S: Bem, quer saber as boas novas? - não deu nem tempo de Mihawk responder e o ruivo continuou animado.

S: Ontem Luffy finalmente conseguiu ser notável na academia ao qual está, depois de tantas bagunças ele finalmente aprendeu algo!

Luffy era o tão falado filho de Shanks, eles não partilhavam o mesmo sangue mas tinham um laço inquebrável de algo mais do que uma família qualquer. Shanks adorava falar do menor e sempre se gabava por seus feitos, era quase como um pai de verdade para ele e era isso que Luffy sempre precisou desde pequeno, por conta de sua história que nem Shanks conhecia pelo menor se recusar a falar por algum motivo pessoal.

M: E isso foi pela recente inclusão do novo vice-diretor, não? Pelo que você disse, recentemente Garp virou o vice dessa academia - analisou.

S: É.. Luffy disse que nunca se deu bem com seu avô, mas estou feliz dele estar ao menos compreendendo ele, já que não está mais brigando nem nada.

E se.. Eu te amasse? (Oneshot) Onde histórias criam vida. Descubra agora