Capítulo Único

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Notas do Autor:

Já fazia um tempo que queria escrever uma one-shot desse casal, eu vejo tão poucas fanfics relacionado a eles...

No decorrer da história existe um fato que é cannon no mangá de Yashahime, se não me engano é no capítulo 8.
Espero que curtam. Bjs!


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Não vou dizer que nunca procurei o amor. Sim eu procurava, de maneiras erradas, confesso, mas procurava.

Sempre perguntava a todas as moças bonitas em cada vilarejo por onde passei, se elas queriam ter um filho meu. Sim, eu perguntava desse jeito, descaradamente.

Os meus amigos reclamavam, dizendo que eu era um monge pervertido... bom, isso podia ser já que herdei esse lado um tanto... mulherengo de meu pai e avô. Mas o que eles não sabiam, é que me sentia sozinho depois da morte deles, e que era um condenado à morte, porque Naraku, havia posto uma maldição em minha família, que atingia todos os homens, "o buraco do vento". Um dia aquele buraco em minha mão direita iria aumentar tanto, que me sugaria junto com ele para o limbo, e eu, desapareceria desse mundo assim como eu vi acontecer um dia com meu pai.

Por isso queria logo construir uma família, casar, ter meus filhos... Ter um pouco de alegria na vida, que eu acreditava que seria curta. E também, alguém que se vingasse de Naraku caso eu não conseguisse. Caso eu me fosse antes de poder fazê-lo.

Então conheci a Sango. Uma jovem exterminadora de youkais, determinada, valente, corajosa e muito bonita. Lembro de como foi nosso envolvimento amoroso: Devagar... Bem aos pouquinhos, já que ela não confiava nem um pouco em mim no começo. Eu não a culpava, porque o que ela via, era o que todos viam: Um monge mulherengo que mal podia ver uma garota e perguntava se ela queria ter um filho. Mas eu era totalmente azarado até conhecer a minha Sango, nenhum dos meus pedidos as outras mulheres, jamais havia dado certo.

Ela havia mudado a minha vida, tinha me dado forças para continuar até o fim, para lutar. Me apaixonei por ela como nunca pensei que me apaixonaria por alguém em toda a minha vida. Mas admitir que eu tinha um sentimento tão forte assim, não foi fácil, principalmente para eu mesmo.

Por ela enfrentei tudo, chegando até mesmo a tomar uma porção que poderia se tornar veneno caso a dose fosse maior. Tudo para que eu não sentisse dor na ferida que havia se formado ao redor do buraco em minha mão. Eu fazia aquilo para ajudá-la, para conseguir lutar ao seu lado, para conseguir protegê-la de alguma maneira.

Um dia, quando já havia reconhecido para mim que estava completamente apaixonado, mas sem saber se sairia vivo da luta contra Naraku, disse a ela essas palavras:

"Sango. Eu gostaria que você me escutasse, porque o que vou dizer é o que estou sentindo agora. Não importa o que aconteça, você significa muito pra mim. Eu também quero dizer que nunca tinha conhecido uma mulher tão especial quanto você em toda a minha vida. Por essa razão, eu não posso tratá-la como trato as outras mulheres, entendeu? Pra mim, você é uma companheira que luta ao meu lado."

"Eu não estou pedindo que você goste de mim, Miroku."

Ela ainda não tinha entendido e se levantou me dando as costas.

"Espere, eu ainda não terminei. Se nós conseguirmos vencer essa batalha contra o Naraku e a maldição da minha mão desaparecer... Sango, você aceitaria viver ao meu lado, pra depois disso ter um filho meu?"

Ela me olhou com lágrimas não derramadas. Desabou de joelhos na grama quase chorando de emoção. Finalmente ela havia compreendido o que eu queria lhe dizer. Que eu queria um futuro a seu lado.

"Sim, eu aceito". – Disse sorrindo. Seus cabelos castanhos balançavam com o vento que passou por nós naquele campo aberto.

"Não importa se serão 10 ou 20 filhos?" – perguntei esperançoso.

"Não, não importa".

E assim se cumpriu. Junto de Sango, Inuyasha, Kagome, Shippou, Kohaku, Rin, Jaken e até o Senhor Sesshoumaru, vencemos o Naraku, e aquela maldição foi desfeita, podendo assim me casar e ser feliz, ao lado dela, ao lado de minha Sango.

Anos já haviam se passado, e mesmo com nossos filhos já crescidos, aquela chama que crepitava entre nós não havia desaparecido. E acredito que nunca desapareceria.

Sango chegou ao quarto vestida com uma yukata de algodão, se sentando ao meu lado no futon, me olhou com curiosidade.

- O que houve, Senhor Monge?

Mirei aqueles olhos castanhos que faziam com que eu me sentisse aquecido até mesmo em uma noite fria como aquela de inverno. Tomei uma de suas mãos e levei aos lábios, vi suas bochechas ficarem rosadas.

- Nada, só pensando se você não gostaria de se aquecer ao meu lado.

- Miroku... Seu pervertido! – Mas vi que tinha um sorriso de canto de boca.

A puxei colocando-a sentada no meu colo, de frente para mim. Um braço havia ficado ao redor de sua cintura e tinha uma das mãos em seu rosto. Coloquei uma mecha solta atrás de sua orelha. Eu a admirava, a devorava com o olhar.

- Sango, você é como o vinho...

- Como o vinho?

- Como é possível que esteja ainda mais bonita e tentadora do que antes? Cada dia que passa, fica ainda mais formosa... Me embriaga e me deixa mais quente, mesmo nesse frio.

- Monge... – ela ficou ainda mais rosada, mas percebi que gostava do que eu dizia.

Coloquei a mão em seu ventre, acariciando a pequena vida que ela gerava ali.

- Quando vamos contar a todos a novidade?

- Bom, eu não sei...

Nós esperávamos o nosso quarto filho. Tinha sido uma surpresa para nós dois depois de tantos anos de casamento.

- Eles ficarão felizes quando souberem.

- Sim, eu sei que sim. – E sorria para mim.

Agarrando seus quadris com ambas as mãos, aproximei meus lábios dos dela. Nossos rostos estavam quase colados. Os corações martelando juntos. Sincronizados.

- Por que não damos as boas-vindas a esse inverno? Hein, minha doce Sango? – Sussurrei.

- Você é mesmo um safado, Miroku. – Ela falou baixinho.

- Sim, mas eu sou o SEU safado, o SEU pervertido.

- Eu gosto que seja assim, comigo, é claro.

E assim a beijei, e era tão ardente como nas outras vezes. Ela me faria entrar em combustão a qualquer momento. O desejo nos inflamava enquanto a fogueira crepitava consumindo a madeira posta.

Mas eu sabia de uma coisa: Não precisaríamos de fogueira para nos manter aquecidos, não por um bom tempo. Porque ela era quente. Sango era tão quente como vinho no inverno. E o seu amor não me deixaria com frio, jamais.

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Notas Finais:

Aos fãs desse casal de Inuyasha e Yashahime.
Espero que tenham gostado.

Quente como Vinho no Inverno (One-Shot de Sango e Miroku).Onde histórias criam vida. Descubra agora