𝐂𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨-𝐑𝐢𝐧𝐧𝐞𝐲

¹⁸

Finney definitivamente não sabia o que fazer, fechou os olhos implorando por misericórdia divina, o medo transpirava por suas vestes e mais uma batida foi dada na porta:

— Com quem você tá falando finney? — O pai pareceu perder a paciência e então Finn se levantou com medo mas abriu a porta.

Robin estava sentado na cama com uma expressão de paisagem.

— Olá senhor Blake. — acenou com a mão

— Por onde ele entrou? Não vi ninguém passar por mim na sala. — olhou para Robin um tanto quanto desconfiado.

— Ele voltou pra casa junto comigo pai, por isso não viu ele — mentiu

— Seus pais sabem que está aqui? — perguntou e Robin concordou, mais uma mentira.

— Tá bom então, não durmam tarde. — Pareceu desconfiado mas saiu fechando a porta

Finn suspirou aliviado e Robin riu do garoto.

— Se ele soubesse o que você veio fazer aqui ele iria matar nos dois — falou baixo.

Arellano se levantou e foi até Finn pegou a mão dele e olhou em seus olhos:

— E o que eu vim fazer aqui Finn? — perguntou

Blake se afastou suspirando fundo tentando voltar a respirar normalmente mas era impossível.

— Quer tomar um banho? — perguntou abrindo o armário

— Está insinuando que eu estou fedendo Finney? — Robin questionou chegando próximo de Finn por trás

— Não é isso, eu só quero que fique confortável aqui — Falou rindo baixo

— Posso abraçar você? — Arellano perguntou educadamente.

— Tudo bem, pode sim. — Finn pareceu um pimentão mas mesmo assim se manteve de costas para Robin.

O mexicano se aproximou segurando Finn pela cintura e fechou os olhos sentindo rodeando os braços em volta do mesmo que não soube o que fazer.

— Sabe... é muito confuso — Blake falou olhando por cima do ombro conseguindo enxergar apenas os olhos fechados de Robin que foram se abrindo e formando um sorriso fraco.

— Pra mim também — Disse soltando Finn que não gostou nem um pouco do distanciamento mas não demonstrou irritação.

— Parece tão errado. — Finn comentou estralando os dedos sem desviar o olhar do chão.

Robin então puxou o queixo do cacheado e deu um beijo em sua testa.

— Deve ser por isso que é tão bom — respondeu dando de ombros — Onde fica o banheiro?

Perguntou e Finn respondeu, então Robin saiu do quarto indo em direção onde Finney mostrou. O telefone tocou e Blake atendeu no corredor.

— Finn? — a voz era de uma mulher, julgou ser a mãe de Robin.

—  Oi?

— É a mãe do Robin, ele tá na sua casa?

Antes de responder Finn olhou para os lados se certificando que seu pai não iria ouvir.

— Sim, ele tá tomando banho agora.

— Ele não me avisou que iria dormir ai, esse mino...

— Ele deve ter esquecido

— Deve mesmo, se divirtam então. Boa noite querido

— Boa noite senhora Arellano

O telefone foi desligado e então Finney voltou para o quarto e vestiu seu pijama de galáxia enquanto esperava Robin.

Não demorou muito o moreno apareceu com o cabelo preso, provavelmente para não molhar no banho, a roupa que Finn o emprestou serviu bem já que ambos tinham quase o mesmo tamanho e corpo. 

— gostei do pijama — Robin disse olhando para o menino que ficou envergonhado — Você tem escova de cabelo?

Finney abriu o armário do lado da cama e entregou a escova para Robin.

— Q-quer que eu passe a escova? — Perguntou inseguro se era uma boa idéia.

Robin o olhou de lado e abriu um pequeno sorriso, Arellano considerava seu cabelo como um talismã e ele nunca deixava ninguém encostar, só sua mãe quando ele ganhava carinho.

— Sim... só não puxa por favor — Disse entregando a escova para Finn

Finney começou a pentear delicadamente com medo de puxar algum fio, o cabelo de Robin era macio e brilhoso. Finn se coçava para perguntar qual shampoo ele usava,mas perguntar não adiantaria de nada já que o Blake morria de preguiça para cuidar do seu próprio cabelo.

— Pronto — Finn disse entregando a escova para Robin.

Robin agradeceu e se sentou na cama.

— Quer montar lego comigo? — perguntou se sentando no chão puxando a caixa

— Claro — desceu da cama e se sentou perto do Blake.

Ficaram bons minutos montando o foguete, Finney parecia empolgado e concentrado mas ao mesmo tempo cansado.

— Acho que tá na hora de dormir — Finney disse coçando os olhos.

Robin riu baixo ao notar os olhinhos de Finn ficarem cada vez mais pesados.

— Você vai tem que dormir na minha cama, isso é um problema? — Finn perguntou

— Por mim não — Robin respondeu.

— Ótimo — sorriu arrumando a cama.

Finn se deitou indo para o canto da cama. Robin se deitou ao lado dele ficando um pouco na ponta, de barriga pra cima ele olhava o teto.

— Desliga o abajur por favor? — Finn pediu e então Robin fez

O garoto do canto notou que Arellano parecia tenso. Finney se virou para cima ficando na mesma posição que Robin.

— Eu gosto de você, sabe disso não é? — Finney falou e Robin virou apenas o rosto para o lado.

— Você não gostava da Donna? — questionou

— Gostava... — Finn respondeu desviando o olhar — Mas acho que eu nunca tive contato direto com ela, provavelmente só acho ela bonita mas gostar é uma palavra muito forte

Respondeu estralando os dedos.

— Ah, então... também me acha bonito — Robin perguntou claramente debochando a situação mas para Finn foi um soco no estômago.

— E-eu...

— estou brincando Finn

— Acho...eu acho você bonito — agradeceu mentalmente por estarem no escuro já que seu rosto queimava.

Ouviu uma risada de Robin e então quando abriu os olhos Robin o encarava. Arellano havia se levantado e estava praticamente em cima de Finn.

— O que foi? — Perguntou e então ouviu o abajur ser aceso

— Só queria ver sua cara de vergonha

Finney deu um leve tapa no braço do mexicano fazendo ele voltar a deitar.

— Escuta aqui, acho legal que não tenhamos mudado as coisas depois de tudo... — Robin Admitiu

— Eu também — Finn bocejou

— Boa noite — Robin desligando o abajur.

» continue? ˎˊ˗ ࿐