/Autora ON/
E então chegou o dia de Izuku voltar para a escola, e ele já podia usar os aparelhos auditivos que Masaru lhe deu. Os alunos foram entrando e no meio deles, Katsuki. Todos foram para seus lugares, as carteiras estavam todas afastadas do loiro já que ninguém o queria por perto.
Quando a porta se abriu, os alunos pensaram que era o professor Aizawa, mas quando viram aquele cabelo verde, ficaram muito felizes em vê-lo. Todos, menos Katsuki, se levantaram e correram até Izuku, o abraçando e perguntando como ele estava. Izuku assegurou-lhes, através de seu caderno, que ele estava completamente bem agora. O professor aparece e logo vê Izuku, até Aizawa teve sua expressão suavizada ao ver o aluno, ele teve que ensinar com a preocupação passando por sua 'máscara'.
- Estou feliz- Não, estou aliviado por ter você de volta na minha classe, Midoriya.- Aizawa disse e Izuku começou a escrever.
'Obrigado pela sua preocupação, professor. Na verdade, obrigado a todos por se preocuparem comigo, estou muito grato.'
Izuku percebeu o posicionamento das cadeiras na sala, Katsuki estava em um canto sozinho enquanto as outras cadeiras estavam muito longe de todos os outros, inclusive o assento de Izuku.
- Midoriya, você pode se sentar ao lado de Iida se não quiser se sentar perto dele.- Izuku notou que o professor franziu a testa quando ele olhou para Katsuki. O professor não parecia gostar de sequer pronunciar o nome do loiro.
Izuku começou a escrever e rapidamente mostrou ao professor.
'Não me importo de sentar perto dele e é melhor não olhar para ele desse jeito, não é muito profissional e eu odiei esse olhar.'
Izuku sorria e Aizawa pareceu se sentir um pouco envergonhado.
-Faça o que quiser, então.- Aizawa disse.
Izuku então foi em direção a sua cadeira, mas ao invés de se sentar, ele a arrastou para mais perto de Katsuki. E quando digo perto, quero dizer que ele tinha a cadeira ao lado da de Katsuki.
Todos, até mesmo Katsuki, ficaram surpresos com o quão perto Izuku estava do loiro. Seus ombros estavam a uma mão de distância. Izuku rapidamente escreveu um recadinho para Katsuki.
'Você já se desculpou e eu já te perdoei, então não há o que temer de você. O medo não teria sentido de qualquer maneira, somos até amigos, não somos?'
Katsuki sentiu sua bochechas esquentarem e virou a cabeça para que Izuku não o visse daquele jeito, mas deu um joinha para afirmar o assunto do recado.
Todos, ainda um pouco surpresos, voltaram para seus lugares. O professor e os alunos olhavam de vez em quando para verificar como Izuku estava, não querendo que o loiro o machucasse novamente.
As aulas ocorreram, mesmo quando Izuku e Katsuki sentiram os olhares dos outros. Para Izuku, os olhares transmitiam um pouco de preocupação, enquanto para Katsuki, olhares de ameaça ou advertência. No intervalo, Uraraka e Iida conseguiram afastar Izuku de Katsuki arrastando-o para longe dele. Izuku, mesmo querendo passar um tempo com Katsuki, acabou não tendo outra opção a não ser passar um tempo com os outros alunos de sua turma pois todos o impediam de ir até o loiro.
Katsuki estava sozinho novamente, a mesma solidão, os mesmos olhares e o mesmo sentimento de culpa. Mas ao mesmo tempo, algo parecia ter mudado, Katsuki sentia algo dentro de si, um sentimento que nunca pensou que sentiria: ciúmes. Ele sentia não apenas ciúmes, mas raiva de todas aquelas pessoas tocando, abraçando Izuku.
Ele queria se levantar, ir até eles e tirar Izuku de lá. Assim ele poderia ter o esverdeado perto dele. Mas ele não o faria. Aqueles eram os amigos com quem Izuku deveria estar.
Katsuki só podia imaginar, tendo aquele sorriso dirigido a ele com mais frequência.
- Olha se não o monstro da classe 1A, Katsuki Bakugou.- Katsuki conhecia muito bem aqueles cabelos loiros e lisos.
- O que quer, Monoma?- Katsuki perguntou, nem se importando em olhar para ele.
- Nada, eu só quero ver como o monstro que quase matou uma pessoa surda está indo.- Monoma disse.- Pelo que dizem, você terá que trabalhar para pagar pelo que fez. Então, com o que você vai trabalhar?
-Não é da sua conta, me deixa.- Katsuki disse.
A mesma provocação, o mesmo lembrete horrível do seu feito terrível.
Katsuki, depois da aula, foi procurar emprego. Quanto mais rápido ele encontrasse um emprego, mais rápido ele poderia pagar pelos aparelhos auditivos de Izuku.
Foi aí que ele viu um cartaz de um restaurante. 'Procura-se garçons ou garçonetes.'
Pelo visto, o herdeiro do negócio Bakugou viraria, por tempo indeterminado, um garçom.
Katsuki suspirou fundo e abriu a porta do restaurante e foi até o balcão.
-Uh...Com licença, eu vi que estão procurando garçom, eu gostaria de tentar uma entrevista.- Katsuki diz.
- Claro, venha! Vamos fazer a entrevista numa sala lá dentro.- A moça disse.- Estamos sem garçom, estamos desesperados!
-...Entendi.
Então, ele fez uma entrevista. A garota ficou surpresa que Katsuki Bakugou estava procurando emprego e escolheu ser garçom. Mas ele parecia bastante competente para o trabalho, então ela o contratou imediatamente e disse que ele poderia começar amanhã às 13h.
Era uma boa hora, já que as aulas terminavam ao meio-dia.
Ele chegou em casa e disse aos pais que já havia conseguido um emprego em um restaurante. Eles ficaram orgulhosos de que seu filho estava assumindo a responsabilidade pelas ações que cometeu.
Ele jantou e foi dormir, pois amanhã teria um longo dia.
/Autora OFF/

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A voz do seu silêncio( Izuku surdo)
FanfictionIzuku é surdo e o novo aluno da prestigiada escola da UA. Mas mesmo que a escola seja tão famosa, nem todos os alunos não são os melhores em serem legais, e quando digo nem todos, quero dizer apenas um garoto chamado Katsuki Bakugou. Izuku não fez...