Capítulo 13

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— Aigoo... Tudo bem, tudo bem. Entendo que estejam tímidos depois dessa revelação, mas já estou satisfeita em ouvir sua voz — Disse a figura feminina naquela sala com um enorme sorriso ao ouvir as palavras de sua “nora”. — É a primeira vez que vejo uma garota lhe tratar tão amorosamente, me faz lembrar de quanto conheci o seu pai...

— Está bem, chega... Vamos por um fim nisso, não foi para isso que eu vim... — Fazia caras e bocas quando ela estava tão animada, afinal, era apenas uma mentira que precisou inventar de última hora quando por si só já acreditavam no que as redes divulgaram por si mesmas. Os olhares encantados e aliviados o traziam conforto, não queria desaponta-los e esquecer aquele semblante encantado que tinha em cada um naquela sala. Quando olhava para o lado, sua existência se tornava nula, pois sua mãe ocupava-se em conversar e planejar um monte de coisas naquele momento, até mesmo comentar com suas amigas que enfim o seu filho mais novo iria se casar. Ele vai se casar? — Ei, espera aí. Em nenhum momento disse que vamos nos casar! — Sua situação estava piorando ainda mais com o passar do tempo ali.

— Por que? Ela tem alguma doença? Não é bonita o suficiente? A não ser que... Você tem outra?! Você está doente? — Virou para seu marido, sentindo dor de cabeça e estar prestes a desmaiar de uma forma bem inusitada e visivelmente falsa. — O que eu faço? Estou ficando velha e acho que não terei a chance de ver meu pequeno Sehun em um altar...

— Mãe!

— Sim! Esse é o meu fim... Já vivi o suficiente, mas não dei o meu melhor... Pune-me senhor, mesmo que eu não esteja pronta... — Continuou com o fingimento, caindo sobre o próprio homem que não suspeitava de sua farsa, ou ao menos sabia atuar muito bem. Com um olhar, a empregada já sabia o que fazer e agia em quietude.

— O que está fazendo? Sabe que sua mãe está doente e apenas diz besteira, olhe como ela está! — O presidente abanava-a constantemente numa tentativa de faze-la reagir.

— Hyung?! — Arriscou procurar ajuda, no entanto Byeong-Ho ajudava seu pai, dando de bruços sem saber também o que fazer.

Sem caminho. Estava em suas mãos.

— Tudo bem, tudo bem! Eu vou me casar, okay? Vai ser o casamento mais chique e extravagante, glorioso! — Como se fossem palavras mágicas, no mesmo instante ela se recuperou e se ergueu diante aqueles braços que a seguravam. Um sorriso largo voltava para o rosto e com uma gargalhada fraca pareceu orgulhosa com o que ouviu.

— Ok, não vá quebrar suas palavras! Tenho provas do que foi dito, não tente trapacear... — Sua empregada subitamente ergueu um pequeno gravador, reproduzindo as promessas vazias que o jovem Oh estabeleceu com. — Meu bebê irá casar... — Apertou suavemente a bochecha deste, seguindo até o próprio quarto enquanto murmurava feliz a decoração do evento. — Ouro... Sim, um imperador precisa estar coberto por ouro!

— Ahn? — Em silêncio e boquiaberto, Sehun não mexia um dedo do pé, estava em completo choque e ainda mais preocupado em como explicaria o que acabou de acontecer para uma desconhecida que nem sabia o que fazia da vida. Os olhares caminhavam como um ciclo naquele cómodo, de seu irmão até seu pai e deste até o seu irmão. Todos reagiam da mesma forma. — Droga...

Apesar da encrenca que se meteu, outra coisa estava o preocupando mais ainda e tinha toda a razão; não era o único que se encontrava nas capas de notícias por todo o país, havia uma mulher que nunca conheceu em sua vida e mais do que isso, sua vizinha. Pensando nisso, mesmo que indiscretamente, questionou o que deveria fazer naquele momento em que todos estavam sabendo sobre seu “relacionamento” e sua mãe desejava ansiosamente por um casamento que não estava nos planos, como resposta, apenas olhares confusos e a distância de cada um aumentando ainda mais.

[...]

— “Oppa” — Estava gargalhando, porém não pela graça e sim pelo deboche do tipo de humilhação que provocou a si mesma. — Com o que eu estava na cabeça para dizer aquilo? Se Jay estivesse aqui estaria sendo humilhada... Espera um pouco — Recordando das primeiras falas na ligação, percebeu em que tipo de situação se encontrava já que ao invés de desmentir aquela história mal contada, a própria mãe do sujeito já estava sabendo mais dela do que ela mesma e contribuindo ainda mais para aquela arapuca, tendo o desprazer de ser chamada por nora. — Aquele desgraçado...

Por um susto, algo lhe atingiu os ouvidos, eram os barulhos do lado de fora. Curiosa como era, com passos calmos destinou-se até aquela claridade coberta pelas cortinas, surpreendendo-se com o volume de pessoas que estavam na frente de seu prédio com câmeras enormes e microfones conhecidos; aqueles eram os repórteres em busca de mais uma capa para suas futuras notícias.

— Será que eles estão aqui por mim ou por ele? — Tampou sua própria boca ao surpreender a si mesma com seu pensamento. — Já sabem que moramos no mesmo hotel?

Pling, pling, pling. Três tocares da campainha.

Ainda usava a toalha ao redor do próprio corpo e nem morta iria se expor daquela forma para alguém, os olhos arregalados correspondiam às suas ações preocupadas mas não conduziram com a imagem que carregava de si. As suspeitas eram imensas e uma delas seria de que finalmente a encontraram, não duvidava da capacidade daqueles enlouquecidos por notícias quentes que poderiam facilmente viralizar em todas as redes de comunicação os trazendo bolsos cheios de dinheiro, mais do que possivelmente um processo poderia cobrar.

Caminhava até o quarto e se vestia tranquilamente, não havia ninguém naquele lugar que desejasse a ver, pelo menos era isso que pensava até uma voz familiar soar pelos corredores com as batidas mais fortes na porta. Lisa já estava vestida, porém desejava não morar naquele quarto enquanto um estranho lhe perturbava do lado de fora.

— Abre essa porta, sou eu, Erik!

Estava perto demais para não abrir e longe demais para querer o atender, não tinha escolhas quando poderiam perceber o que acontecia e facilmente desvendarem o andar que ela estava. Os olhos reviraram-se em birra enquanto os pulmões puxavam a maior quantidade que podiam de ar, as pernas se moviam e os pés produziam sons na caminhada até a porta, expressava de todas as formas possíveis o quanto NÃO queria fazer aquilo, mas precisava.

— Entra — Porta aberta e novamente a mulher voltava para a sala, nem ao menos o encarou nos olhos para poupar ainda mais sua paciência enquanto sentia o acolchoado do sofá.

— Que tipo de comportamento é esse? Estava entediada demais ou tem tempo livre o suficiente para se meter em fofocas como passatempo? — Sem nem ao menos cumprimentar ele entrou indagando, fechou a porta como o mínimo de educação que tinha e a seguiu até o primeiro cómodo, bufando por suas narinas.

— Excuse me? — Mencionou sem qualquer expressão, rindo soprado para continuar. — Ganhou alguma liberdade como presente para de repente passar a opinar na minha vida? — Seus olhos desejavam atirar fogo contra ele.

— Caso não saiba, você trabalha para mim agora e a sua imagem mexe muito com a da minha empresa — Tinha uma mão na cintura e a outra a aponta-la, estava dirigindo aqueles asquerosos dedos na direção dela.

— Ah... Então estamos falando de negócios? Achei que fosse mais uma crise do seu transtorno psicológico, não sabia que a minha vida amorosa fazia parte desse tipo de relacionamento — Como um hábito, organizava as próprias vestes, não dando a mínima atenção aquele homem.

— Tsk... Poupe-me da sua ironia Lisa, estou falando sério. Sabe o quanto eu estarei perdendo sem a sua presença no estúdio?

— Nada.

— O que? — Questionou sem entender.

— Nada — O encarou. — Você sabe que nada do que está dizendo faz sentido, não sabe? — Como se o fizesse acordar, causou um silêncio prolongado numa troca de olhares intensa, ela estava certa e ele sabia disso. — Para começar, desde quando eu estou trabalhando para você? — Riu. — Você que está trabalhando para mim, eu sou a responsável pelos seus lucros até o final do contrato — Levantou-se caminhando até ele. — Este que, caso você não lembre, posso cancelar a qualquer momento. E não sou eu quem vai ficar no prejuízo...

Suas palavras soavam calmas como a luz de uma vela, entretanto descarregavam cera quente nas vogais e consoantes – na sua estrutura. Não precisava fazer nada para que ele entendesse muito bem o que estava dizendo, não precisava se esforçar para que ele soubesse quem é o proprietário da verdade, muito menos quem era o inquilino naquela discussão. Lisa, como qualquer outra mulher, tinha a força de se colocar no exato lugar além de mandar outrem para seus pequenos barracos apenas com uma palavras.

— Acabou? — O semblante robusto e problemático não se agradava com aquelas ações e aquela pergunta, Manoban poderia notar a forma como a língua deste tocará o céu da boca numa tentativa de se acalmar, porém a paciência que sentia vinda por aquela jovem o irritava ainda mais. — Se você já acabou então me dê licença por favor... E sobre essa fofoca, eu mesma cuidarei disso, sendo verdade ou não — A mulher pôs um fim em suas palavras.

Ele novamente estava do lado de fora e aquela porta prestes a se fechar, mas seus punhos se mantiveram fortes e com certa força foi capaz de impedir aquela ação. Os olhos se encontraram novamente, procedendo uma certa atitude vinda dele; estava pressionando as bochechas de lisa contra si mesmas, usando o anelar e indicador como principais vilões e trouxe aquele rosto para perto sem nem tentar enfraquecer a mão que apertava com força a região.

— Ele te ama? Tenho certeza que não... Ninguém iria gostar de uma mulher insuportável tipo você como eu. Nem mesmo alguém conseguiria fingir que gosta — A garota tentava se afastar mais isso o deixava ainda mais preso a ela com aqueles seus lábios comprimidos onde só conseguiam pronunciar gemidos de dor e súplicas falhas para que ele a soltasse. — Mas não se preocupe, nós vamos ficar juntos e você será muito feliz... Vai se questionar por que não aceitou a minha proposta antes, minha querida.

— De fato, a minha mulher realmente é muito querida, mas não é sua — Sehun apareceu por suas costas, fazendo-o virar até um certo ponto em que já não mais fosse capaz de manter a mesma força. Com isso, o então jovem mestre se dirigiu até a garota, tocando seu rosto enquanto demonstrava preocupação. — Está doendo muito, meu amor?

Como poderia responde-lo quando ainda estava abalada por aquele tipo de reação inesperada vinda de Erik? Sua cabeça estava confusa e mesmo que estivesse envolvida pelos braços daquele estranho, não era capaz de gesticular ou verbalizar nada naquele momento, estava em choque. Sua respiração ofegante e a vermelhidão no rosto, mais do que dor estava sentindo medo.

— Esse é o seu “namorado”? — Um sorriso ladino estava no rosto enquanto pronunciava aquela palavra. Como se estivesse louco para a ver desabar, continuava. — Deveria se tornar atriz agora, por alguns segundos achei que fosse verdade.

— Você está certo, nós não somos namorados — Aquele olhar tentava conforta-la, afirmando suavemente com a cabeça para ela como se estivessem a fazer um acordo. Obviamente que no estado em que ela se encontrava, a ação passava por despercebida do que se tratava, todavia, os planos já estavam caminhando por si só. —  Somos noivos — Com aquele mesmo sorriso que o então presidente vos apresentou, Sehun balbuciava, abraçando de uma forma mais intensa os ombros da mulher. — E se ainda não fui claro o bastante, eu e Lili iremos nos casar.

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⏰ Última atualização: Jan 18, 2023 ⏰

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