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Está escuro lá fora, porque ele sempre está no escuro como se fosse uma sombra, preciso ir no banheiro, preciso correr até o interruptor e acender a lâmpada assim ele vai embora, ele não gosta da luz, está me olhando pela janela como se fosse me atacar, os olhos dele parecem mais tristes hoje, sem perceber eu começo a chorar também, nós se formam na minha garganta, ele vai entrar aqui e me matar, eu sei que vai, quero correr, mas meus pés não se mexem, estou respirando tão profundamente como se estivesse chorado muito. Ele entrou. Com um soluço acordo do meu transe e consigo correr e gritar pela minha mãe. " Ele quer me matar". Ninguém ouve, chego à porta do quarto deles, estão dormindo, como ainda podem estar dormindo? A paralisia, ela voltou, não consigo me mexer, ele está aqui, eu sei que está, tento gritar mas minha voz não sai, começo a chorar de novo. Duas mãos pretas, compridas e pontiagudas agarram meus ombros, sinto o bafo quente no meu pescoço, mas ainda não consigo me mexer, uma das mãos sobe até a minha boca para me calar?! Ouço a voz rouca e arrastada no meu ouvido "É melhor correr" Uma respiração profunda, " O seu sangue eu vou beber" A mão volta para o meu ombro e uma dor horrível se espalha e eu grito de dor.

A Sombra (Concluido )Onde histórias criam vida. Descubra agora