Sons Norturnos

Cap 1

Nunca Mais com certeza é uma das escolas mais peculiares que já existiram, não são muitas instituições de ensino que possuem os filhos de alguns dos seres sobrenaturais mais perigosos que já caminharam sobre a terra. Esse colégio possui uma aura sombria assustando todos que se aproximam dela, ainda mais após todos os assassinatos que aconteceram anos atrás e foram resolvidos por uma certa gótica enxerida, com uma língua afiada, uma personalidade forte e um prazer incomum por torturas. A chuva cai incessantemente na madrugada do Colégio, com altos estrondos dos raios nos céus, o que torna o clima perfeito para a noite de Wandinha Addams, uma das residentes do Prédio Ofélia.

— Aaahhh... Aaahhh...

Ruídos roucos ecoam pelo quarto, o que acaba não escapando dos ouvidos da garota deitada a esquerda do quarto. Os olhos frios da moça se abrem e encaram a parede a sua frente.

— Aaahhh... Aaahhh...

— Curioso. Não esperava que alguma criatura teria coragem de invadir o meu quarto para tentar me matar. — Wandinha pensa sem parar de encarar a parede.

A garota continua escutando os ruídos, sons de respiração pesada, enquanto tenta identificar a origem dele sem sair de seu lugar.

— Hmm... Não me recordo de nenhuma criatura que possa fazer esse tipo de som. Será uma espécime novo? Se for, adoraria disseca-lo para futuros estudos e uma diversão momentânea. O que ele faz no meu quarto? Não me lembro de estar envolvida em algo que possa tirar minha vida recentemente. O barulho não aparenta ser de um Raid, não pode ser uma Gorgona o som de ar está sendo expelido, não sugado. Um zumbi não faz esses barulhos, com certeza é uma criatura nunca vista. Para ter certeza, vou tomar cuidado com uma possível aproximação, talvez ele venha realizar o meu desejo de aniversário e me dilacere completamente, seria divino.

Wandinha começa a forçar sua mente a talvez encontrar alguma criatura que faz tal som.

— Talvez não esteja aqui para me matar, como a Enid não está gritando apavorada e irritantemente como ela sempre faz, não deve estar atacando ela. Se essa criatura veio até aqui, foi para me observar e não para me dar uma morte lenta e dolorosa, infelizmente. — Wandinha pensa. — Acho que posso observar o que é, talvez eu assim descubra.

Wandinha se vira na cama lentamente levando seus olhos na direção que ela acredita que origina o som. Assim que se vira, ela não consegue ver nada que realmente possa ser perigoso no lado de dentro do quarto, a chuva cai sem parar do lado de fora, fazendo a moça ficar ainda mais curiosa com o que acabou de ouvir.

— Hmm... — Wandinha murmura observando a janela.

(...)

Wandinha caminha pelos corredores de Nunca Mais, e não consegue deixar de pensar nos sons estranhos da noite anterior.

— Que criatura será que era aquela? Será que hoje á noite ela vira de novo? Será que dessa vez, ela vai tentar me matar? Droga! Tenho que descobrir o que é o quanto antes. — Wandinha pensa continuando a andar mas acaba esbarrando em uma certa loira de cabelos coloridos.

— Me desculpa Wandinha, eu tava distraida. — Enid diz e a morena nota que a amiga está com um semblante triste.

— Que cara essa? Alguém morreu? — Wandinha pergunta, com uma certa curiosidade.

— Ninguém, eu tô assim porque terminei com o Ajax. — Enid conta triste e abaixando a cabeça.

— Que pena, digo pelo fato de ninguém ter morrido, mas porque terminaram? Vocês eram tão grudados e melosos que me davam urticária.

— Nós só não estávamos nos dando certo. Acredito que talvez ele estivesse gostando de outra garota.

— Entendi. Bom, vou cumprir minha promessa mais tarde.