Church • Chaelisa •

único

Os únicos pensamentos de Rosé durante o culto a noite eram sobre os pecados que cometia tão arduamente. Ela tentava ser perdoada, mesmo que uma parte sua não quisesse nada além de repetir.

Olhou para cima,vendo a imagem de Jesus sangrando e se sentiu envergonhada. Será que o senhor e seu filho me perdoariam? Ela pensava, mesmo sabendo que não existia perdão para aquilo e que ela queimaria no inferno. Se sentia angustiada. Seus queridos pais jamais a perdoariam por tamanha atrocidade, porque não podia ser como Alice? Ela já os ouvia dizendo, ter um relacionamento normal com quem fora feito por Jesus e indicado a ela.

Ela a viu quando saiu do culto. Tinha aquele sorriso e olhar presunçoso, o olhar que sabia que desmontava Rosé. Olhou para ela assim que viu a família Park saindo, estes que imediatamente voltaram seus olhos para Lalisa Manoban, a garota problema da cidade. Encostada em sua moto, a pose despojada, o top cinza mostrando a barriga sarada e em formato de V que despertou um tremor em Rosé. Lalisa não retirou os olhos dela, e Rosé tentava fugir, mesmo sabendo que se renderia e desejaria aquele corpo junto ao seu novamente. Os pais comentavam que ninguém de boa índole ficaria perto daquela garota, e se orgulhavam de suas duas filhas pensarem assim.

Rosé sem querer desceu seus olhos por todo o corpo escultural de Lalisa, e ela não deixou de notar isso imediatamente, se exibindo de forma presunçosa para ela. A garota engoliu em seco e desviou o olhar, e mesmo longe, não precisa estar perto de Lalisa para saber que ela também olhava enquanto ria com vitória, pois sabia que já havia vencido no momento em que a Park olhou para ela.

Rosé foi para casa, evitando o olhar dela no carro dos pais. Eles jantaram juntos, como sempre, e a garota subiu para o quarto. Havia começado a chover naquele momento, e por conta da falta de luz os Parks se deitaram cedo. Assim que abriu a porta do quarto, ela a viu parada ali, de costas e com os braços cruzados. Engolindo em seco e apavorada, Rosé rapidamente fechou a porta e passou o trinco ali.

— Olá, pequena Rosie.

— Você enlouqueceu?! — Ela disse, tentando falar baixo. Caminhou até ela e a virou, e logo o lindo sorriso de Lalisa surgiu em seu rosto. — Meus pais não pod-

— Seus papais estão ocupados fazendo sexo querida, não se preocupe. Você melhor do que eu sabe o quão sujo são os cristãos.

Ela andou pelo quarto, a única luz que entrava era da lanterna de Lisa, em cima da mesa perto da cama dela. Rosé engoliu em seco e fechou os olhos com força quando Lalisa parou atrás dela e puxou seu cabelo até mostrar o pescoço, onde ela começou a distribuir beijos.

— Pare... — A garota sussurrou sem fôlego quando as mãos de Lisa subiram por seu corpo e os beijos se tornaram molhados.

— Não sentiu minha falta, pequena Rosie? Aposto que sei o que você fez hoje na Igreja. — Ela mordeu lóbulo de sua orelha e Rosé arfou, jogando a cabeça para trás. — Olhou para Jesus e se sentiu envergonhada de todos os beijos que já trocamos, de todos os gemidos que você já me deu, desejou ser como Alice, uma "normal".

— Você-

— Você pode tentar o quanto quiser, pequena Rosie. Pode tentar procurar um homem e viver sua vida como querem que viva, mas você sabe que ele jamais será eu. Ele jamais te tocará como eu te toco, não vai te satisfazer e arrancar tudo de você. Não será com as mãos dele que você gozará, não será com a boca dele que você vai tentar conter os gemidos. Procure o quanto quiser, mas só existe uma Lalisa e ela está bem aqui, louca para tirar toda a sua maldita roupa e observar você pecando tão graciosamente.

— Lalisa... — Rosé ofegou novamente.

— Você quer que eu pare? Eu paro. — Ela parou e se afastou. — Você quer que eu vá embora? Eu vou.