5- Edição especial limitada

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Depois de 15 minutos desde o início da viagem, o carro estacionou na garagem de um prédio simples de 8 andares. O layout cinza-claro ainda era o mesmo de 3 meses atrás, quando Owen visitou o local pela última vez. 

 Desde que Timmy resgatou um filhote de cachorro que apareceu no campus misteriosamente há dois anos, esse prédio tem sido a residência do pequeno Lucky, um mestiço de maltês de pelagem creme com o qual Owen é completamente apaixonado. Pelo menos uma vez no mês ele vem com Timmy, o dono verdadeiro de Lucky, visitar a bolinha de pelos mais adorável do mundo. Isto é, até três meses atrás, quando Austin, o primo de Timmy e também proprietário do apartamento, foi comunicado da transferência para uma filial em outro estado por um período de dois anos. Desde então o apartamento está uma bagunça e o cachorrinho estava passando esse tempo na casa dos avós, na cidade vizinha. Ontem a mudança finalmente acabou e ele voltou para a casa, portanto nada mais justo do que Owen ir visitá-lo. 

 - Mal posso esperar para ver o Lucky! Estou morrendo de saudade! - Owen sorriu, saindo do carro. Ele já pode praticamente sentir aquela coisa fofa pulando na perna dele e pedindo colo com as patinhas para cima. 

Simplesmente adorável!

- Se você estava com tanta saudade, deveria visitá-lo mais vezes. - Timmy comentou, abrindo a porta para a portaria e entrando no elevador. 

Owen apertou o botão 7 e mirou o amigo. - Agora eu vou! Antes com o seu primo aqui, eu não me atreveria a brincar com Lucky sempre que quisesse. 

Apesar de Austin ser um cara legal, o jeito esquisito que ele sorri toda vez que Owen visita o apartamento é de gelar o sangue. É como se ele fosse capaz de observar do alto a vida de todos e conseguisse olhar para o mais profundo segredo da sua alma e após deflorar sua intimidade ele sorri, porque sabe o quão sujo você é, e prefere não dizer nada. Assustador! O pior é que ele faz isso principalmente quando Timmy está perto... Owen realmente não sabe como eles são parentes, um tem um sorriso macabro de juiz do apocalipse e quando o outro sorri o sol aparece, os pássaros cantam e a primavera chega trazendo harmonia e prosperidade. 

 A porta do elevador se abriu. Até agora nada mudou, a porta de entrada para o 701 ainda é a mesma. Timmy abriu a fechadura e o latido animado do outro lado ecoava pelo corredor.Quando a porta se abriu, Owen abaixou e pegou a bolinha creme no colo, lhe dando um abraço apertado enquanto cantarolava. - Lucky~ Lucky~ Eu senti tanto a sua faltaaa~ 

Ele estava tão animado em ver o pequeno que nem reparou na mudança óbvia na sala do apartamento. Só depois que Timmy fechou a porta foi que o outro reparou na decoração harmonizada priorizando cores claras. As paredes eram cinza-claro, o sofá bege, a cozinha também era cinza e a bancada entre ela e a sala era cinza-escuro, o contraste disso tudo com o piso marrom equilibrava todos os ambientes. Owen não entende nada de Feng Shui, mas sabe tudo que eles compraram combinará muito bem com a decoração geral. 

- Ei, Tim, cadê as compras? Oh você trouxe o Owen, oi. - Uma voz sonolenta surgiu da porta do quarto e uma figura esguia só de cueca preta combinando com tom do topete desgrenhado apareceu coçando os olhos.Timmy rapidamente tapou os olhos de Owen, enquanto este tapou os olhos de Lucky que ainda estava em seu colo. 

- Agora você entende a importância dos roupões? - Timmy comentou solenemente. Analisando o tom de voz, Owen sabia que essa não era a primeira vez que ele fora recebido com tal visão e para evitar se tornar esse tipo de monstro, ele tomou as precauções necessárias. Guerreiros nascem na adversidade e os olhos de Timmy já foram sujos com tantas impurezas que ele não pode mais virar as costas para tal problema. 

- Oi, vocês não acham que isso é drama demais? Todos nós somos homens, não ajam como donzelas virgens do século XIV! - Austin se aproximou de Timmy e colocou as mãos ao redor do pescoço dele. Como ele era um pouco mais baixo, sua cabeça repousava perfeitamente no peitoral do outro, permitindo ao primeiro uma visão vip do rosto inchado de sono e cheio de remelas do primo. 

Me apaixonei pelo personagem não capturávelOnde histórias criam vida. Descubra agora