CAPÍTULO 20

25 2 37
                                    

Ingrid teve uma excelente lembrança de sua infância, ela não era uma criança por assim dizer, mas tinha uma mente muito inocente do que acontecia ao seu redor. Seus pais eram um casal feliz em relação ao comportamento de Ingrid, ela não demonstrava nenhum tipo de raiva, ódio ou tristeza no seu dia a dia. Isso só mudou quando seus pais decidiram se divorciar um do outro. Isso aconteceu meses depois de seu aniversário, ela ficou amarga só de pensar que seu pai não ia estar no seu aniversário de 16 anos.

A vida dessa garota foi muito boa antes de seus pais se separarem, Ingrid vivia sem medo de ferir ninguém, somente se divertia com seus amigos, e eles respeitavam muito ela, inclusive, deram muito apoio quando souberam do divórcio dos pais dela. Eles planejaram ser mais cuidadosos com Ingrid, para que ela não ficasse sozinha, mas infelizmente, Ingrid decidiu se distanciar de algumas pessoas, pessoas que pra ela, não eram como ela gostaria que fossem.

Para alguns, ela agiu certo em querer distância de pessoas que ela não achava importante pra sua vida. Conviver com isso, só a faria se sentir mal, não ia ser muito bom para seu psicológico. O comportamento dela só começou a mudar quando sua mãe arranjou outro homem, e quando seu pai deu a notícia que ia se casar com outra mulher. Foi o começo para se tornar uma assassina, culpando cada um que conhecesse. Qualquer pessoa era a culpada por seu psicológico estar quebrando aos poucos. Mas no fim de tudo, era seu psicológico que a controlava, um alter ego maligno que só faria Ingrid ser uma má pessoa para os outros.

Durante suas lembranças, Ingrid foi chamada por Anthony, o policial que a prendeu. Ela estava prestes a ouvir a declaração de Ben, pai de Kevin, e com certeza, não será fácil ouvir acusações feitas por alguém que sofreu mais do que ela. Ingrid entende o sofrimento de Ben, já que quando era controlada por seu alter ego, não sentia nada, nem se importava com o sofrimento dos outros, era como se estivesse com uma venda em seus olhos, que impedia dela ver o real sofrimento de suas vítimas.

O pai de Kevin sobe na tribuna, ele olha fixamente nos olhos de Ingrid, com um olhar que mostra o quanto ele tem ódio por ela ter matado seu filho. Ingrid sabe que poderia ter impedido de matar Kevin naquela noite, Ingrid podia ir para casa e esquecer o que ele disse quando encontrou ela na rua. Agora, o pai de Kevin quer fazer justiça pela morte do próprio filho, que simplesmente não teve a oportunidade de se defender e evitado que sua garganta ser cortada por uma navalha extremamente afiada.

Juíz: Senhor Ben Smith, essa é a última declaração, espero que seja rápido e direto.

Ben: Eu serei mais do isso, excelência.

Juíz: Obrigado, pode fazer sua declaração para todos.

Ben: Meu nome é Ben Smith, e sou pai de Kevin Smith.

Juíz: Pode prosseguir, estamos ouvindo.

Ben: Quero dizer pra Ingrid, seja qual for o nome dela, que eu estou fazendo justiça pelo meu filho.

Ingrid abaixa sua cabeça mais uma vez, fecha os olhos e somente ouve a declaração de Ben.

Ben: É assim que um pai se sente... Quando perde um filho, um filho que ele amou como todo o coração.

Dominic vê Ingrid cabisbaixa e põe a mão em seu ombro para que ela preste a atenção no que Ben está dizendo.

Ben: E agora... Eu não tenho mais um filho, tudo que me restou foi... Lembranças dele.

Anthony também chama a atenção de Ingrid, que ainda não quer ver o que acontece nesse momento.

Ben: Isso foi o que você você arrancou de mim, Ingrid. Você é uma psicopata, uma doente mental.

Suzan: Não precisa disso, Ben.

Juíz: Senhorita Smith, não o interrompa.

Ben: Dominic e Anthony, levem essa garota pra bem longe da nossa sociedade, quero ela fora da minha vista.

Os Segredos de Ingrid Onde histórias criam vida. Descubra agora