As sereias de Mako

Mako

Admito que depois de um tempo a viajem começou a ficar legal, o sol quente, a brisa do horizonte, o barulho das gaivotas juntamente com o som das ondas do mar e ver a minha mãe em ação estavam tornando aquela viajem minimamente interessante. Porém, o que me fez ficar ainda mais animada foram as reações do senhor Dylan, conforme o barco navegava na direção da ilha, mais ansioso o senhor Dylan ficava.

Suas caras e bocas me faziam segurar a risada, mas era só a Ayla e eu nos olharmos que a gente caía na gargalhada até não aguentar mais. Estava tudo indo bem, os biólogos se preparavam para mergulhar, o Dylan dormia dentro da cabine e a Ayla e eu conversávamos sobre coisas aleatórias da vida, coisas de adolescentes.

Mas ai aconteceu, após alguns minutos falando sozinho e andando de um lado para o outro dentro da cabine, o senhor Dylan decidiu nos agraciar com a sua presença. Enquanto a Ayla e eu conversávamos sobre garotos e a escola, o senhor Dylan falava sobre a sereia e o quão bonita ela era. O mais bizarro era ele dizendo que não viu o rosto dela, mas que ainda sim, ela era linda. Não estou querendo ser babaca, a história sobre a sereia foi engraçada no começo, mas depois... depois de ouví-la por tanto tempo, ela fica insuportável.

Eu bufei e encarei a Ayla, assim como eu a morena também não aguentava mais. Nós duas tentamos mudar de assunto, mas o Dylan estava obsecado pela sua criatura mística. Ele se sentou entre a Ayla e eu e ficou contando a mesma história inúmeras vezes, ele terminava de contar a história se passavam cinco segundos e pah! Ele contava a mesma história de novo. Que insuportável.

_Paris. -A Ayla se aproximou de mim, se sentou no braço do sofá, e deitou sua cabeça em meu ombro. -Eu... -Ela deu uma pausa. -Não... -Outra pausa. -Aguento... mais.

_Amiga, que brisa louca que esse cara está.

_Que espécie de tortura é essa? -Nós duas seguramos a risada. -Sério, eu vou infartar.

_Meu cérebro virou o que eu mais odeio, suco.

_...Sua cauda era laranja e estava coberta por escamas... -Os olhos deles brilhavam de um jeito assustador. -Sua pele branca...

_Ayla, eu to quase pulando do barco.

_Aguenta amiga, virar comida de peixe não vale a pena.

_To começando a achar que vale sim.

Nós duas encaravamos o senhor Dylan como se estivéssemos hipnotizadas, bocas abertas, olhos vidrados sem piscar e o corpo imóvel feito pedra. Eu juro que por alguns segundos eu acreditei na história da sereia, mas graças a poseidon, minha mente decidiu que aquilo iria ser loucura demais para se acreditar.

_Senhor Dylan. -O homem se levantou e foi na direção da Sarah. -Nós chegamos.

_Finalmente. -A Ayla massageava a testa. -Minha cabeça vai explodir de tanta dor.

_Ayla, que cara louco.

_Ele está completamente maluco.

_Quer saber? Eu não aguento mais ouvir a palavra sereia.

_Minha doce sereia. -O Dylan passou atrás de mim. -Eu vou te achar minha sereia.

_Tá de brincadeira, né? -A Ayla começou a rir me fazendo rir também. -Que inferno.

_Paris!? Olha. -Eu olhei para trás, para onde a Ayla estava apontando. -Nós chegamos.