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"Nós tememos o que não pode ser visto. E respeitamos com todas as forças o que não pode ser explicado."
-Rukia Kuchiki.


[Flashback...]


E LÁ ESTÁVAMOS NÓS, voltando da escola juntos como sempre. Não conversamos muito durante o caminho de volta para casa, e isso é bem estranho.

Eu e Ichigo sempre fomos muito próximos, nunca faltava assunto ou animação em nossos momentos juntos, mas por algum motivo ele anda muito na dele ultimamente. Não tentei perguntar o que aconteceu, é melhor deixar ele descobrir isso primeiro. Está parecendo muito confuso.

Seguimos para casa, a tarde estava nublada e com ventos que causam arrepios. Sempre gostei muito da sensação boa que o frio trazia, era como se houvesse um entorpecente entrando em contato direto com a minha pele, mas por alguma razão os arrepios que sinto não me trazem uma boa sensação. Talvez Ichigo esteja calado por sentir o mesmo.

Ainda enquanto andávamos vimos um grupo de garotos andando de skate, e um dos idiotas acabou derrubando uma garrafa de vidro no chão. Mas não era qualquer garrafa, era uma homenagem a um ente querido. Foi Ichigo que colocou aquela garrafa ao lado do poste, e como meu irmão nunca teve muita paciência, tenho certeza que isso não vai acabar bem.

Antes mesmo que eu pudesse fazer algo, vi Ichigo indo em direção aos garotos para tirar satisfação.

—Você está maluco?–se assustou–Acha que pode bater no nosso amigo e nós não vamos fazer nada?!

Eram quatro garotos que pareciam ser repetentes do terceiro ano. São claramente o tipo de pessoa que não tem um pingo de respeito pelos mortos, eles nem se deram conta de que quebraram a garrafa.

—Eu só vou perguntar uma vez.– esbranjou irritadisso– O que vocês acham que é aquilo?

Era visível em suas linhas de expressão o quanto estava bravo, tinha até mesmo uma veia em sua testa. O dia já foi questionante demais para ele ficar se preocupando com meros garotos.

—Deveria se acalmar, já se meteu em brigas demais essa semana. –minha tentativa de acalma-lo foi totalmente ignorada.

Um dos garotos se pronunciou. —A-acho que é uma homenagem. –o coitado nem mesmo teve tempo de respirar e já levou um carinhoso chute no rosto.

Ichigo se levantou exalando uma falsa paciência. —Isso mesmo. Mas por que está deitada?

—Acho que um de nós acabou derrubando enquanto andávamos sem querer... –e lá se foi mais um chute.

Não é difícil de prever que meu irmão espancou todos eles e os fez pedir desculpas. Mesmo que eu não tivesse muito interesse na tal homenagem, até que foi satisfatório vê-los correndo de medo. Cômico.

Desde quando Ichigo começou a espanca-los eu sinto uma presença familiar, mesmo que ainda tentasse se esconder. E agora que os outros já correram daqui, posso ir conferir.

—Hei, já pode sair daí. Nós já te vimos.

E em questão de segundos uma jovem espírito saiu de seu esconderijo -vulgo poste- com uma expressão cabisbaixa. Ela aparentemente parecia ter a idade de Yuzo e Karin, uma criança na pré-adolescência. Me questiono se os espíritos têm idade.

—Não se preocupe, aqueles caras não voltaram mais aqui.–chigo andou até a garota–Trarei outra flor para você amanhã.

Eu sempre estranhei o respeito que meu irmão tem pelas almas, mesmo na infância quando ficávamos assustados, ele sempre fazia homenagens para elas e nos acalmava.

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⏰ Última atualização: Sep 14, 2023 ⏰

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MY SUNSHINE, Toshiro Hitsugaya.Onde histórias criam vida. Descubra agora