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Gulf olhou os papéis jogados em cima da cama e soltou um suspiro frustrado. Estava tão cansado ultimamente. Toda sua vida parecia ter se tornando um conjunto de obrigações, cheia de trabalho e merdas da vida adulta. As gravações do seu novo Larkon e o concerto no dia de seu aniversário estavam tirando todas as suas energias.
Ele lançou um olhar para uma parte que estava marcada em vermelho intenso, em um dos papéis, e sorriu fracamente. Era o nome da música que ele tinha selecionado cuidadosamente para sua pessoa especial.
O pensamento o fez lembrar que Mew estava atrasado.
Haviam marcado de se encontrarem às sete da noite no condomínio e Gulf avisara que deixaria o celular em modo avião para se concentrar no script até a sua chegada. Agora, ao olhar para o relógio que marcava nove horas, ele imaginou que algum imprevisto deveria ter ocorrido e sentiu seu humor decair ainda mais.
Ele queria que Mew o abraçasse, como costumava fazer, e esquentasse seu corpo. Que falasse sobre seu dia, enquanto ele limitava-se a fazer comentários supérfluos, porque ele adorava ver o mais velho falar. Gostava das ruguinhas em seus olhos sempre que ele ria animado com algum acontecimento ou alguma ideia nova para futuros projetos. Gulf talvez fizesse algumas se suas piadas sem graças, que Mew sempre revirava os olhos ao ouvir, mas acabava cedendo a vontade de rir.
Ele queria que Mew brincasse com sua barriga, que agora já não era tão macia quanto antes, mas o mais velho amava da mesma forma. Mew costumava distribuir beijos molhados ali, fazendo a pele do mais novo arrepiar.
Gulf se remexeu no lugar. Havia semanas que não fizera sexo com seu faen. O trabalho tinha ocupado grande parte do tempo de ambos.
Mas era o necessário.
Eles queriam crescer individualmente e queriam estabilidade, antes de tirarem um tempo para os dois. Para que no futuro formassem uma família.
Gulf sorriu ao pensar que poderiam ter crianças correndo pela casa, brincando com Hazard e Chopper.
Suspirando, ele caminhou até seu celular, que estava jogado no sofá, mas a campainha do apartamento tocou antes que pudesse sequer desbloquear o aparelho. Então apenas suspirou e levantou-se do sofá, indo abrir a porta com um sorriso. Mew sempre esquecia as chaves.
No entanto, não foi Mew que estava em sua porta, mas sim os seus pais.
"O que houve?" Gulf perguntou, sua testa franzindo para a expressão hesitante dos pais "Algo errado?"
Seus pais trocaram um olhar misterioso e olharam para o jovem.
"Você não atendeu o telefone…" sua mãe disse, sua voz era estranha e ela parecia um pouco pálida.
"Deixei no modo avião" ele explicou devagar, sentindo um estranho aperto no peito. Algo parecia errado, embora ele não soubesse o que poderia ser. "Eu estava esperando Mew chegar"
