Boyfriend

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Uma das coisas que Syn mais amava em sua rotina era o trabalho. Já fazia alguns anos que trabalhava em uma empresa de marketing e vendas, o que era seu grande sonho desde que era garoto. Todas as manhãs acordava cedo com um sorriso grande no rosto, colocava o café para passar enquanto tomava banho, vestia-se e saia de casa com seu copo quente de café e cheio de grandes ideias para anúncios que colocariam sua empresa no radar de todas as marcas.

Mas há exatos três meses seu lugar de conforto tinha virado um verdadeiro inferno desde que Nuer começou a trabalhar na empresa. Um estagiário vindo de uma renomada faculdade, filhinho de papai que se achava o dono da razão.

Syn tinha certeza que seu rosto ficava igual ao de um mangá quando estava perto do garoto, sua cabeça vermelha de puro ódio e a fumaça saindo pelos ouvidos. Muitos achavam que era porque Nuer começou com o pé esquerdo, em seu primeiro minuto na empresa acabou entornando o café de Syn, deixando o homem com o peito ardendo e uma blusa manchada até o fim do expediente. O mais velho queria dizer que não, mas só de ouvir a voz do garoto, queria apertar seu pescoço.

— Meus parabéns, lindinho, graças a você terei que trabalhar até tarde hoje ao invés de comer porco grelhado com meus amigos. — disse Syn, jogando as pastas com anotações erradas sobre a mesa de Nuer — Mas é óbvio que não vou fazer isso sozinho, você vai ficar aqui enquanto eu estiver aqui.

— Eu não tenho culpa de nada, tenho certeza que você me passou os valores errados para que eu me desse mal com o diretor. — respondeu bravo, levantando para ficar cara a cara com Syn.

— Se eu fosse esse tipo de trapaceiro, pode ter certeza que você não estaria nessa empresa, é só um estagiário, enquanto eu tenho anos de contrato. Mas eu não posso mandar demitir um moleque só porque não quero ver a cara dele no meu setor.

— Quem você acha que está chamando de moleque? Para sua informação eu entrei como estagiário apenas porque queria trabalhar nessa empresa em específico, porque eu não preciso disso, sou muito bem qualificado para trabalhar em qualquer outra agência.

— Então vai meu bem, trabalha em outro lugar e assim eu posso voltar a ter meu ambiente de paz como antes.

Nuer bufou e olhando para os lados, tendo certeza de que não tinha mais ninguém no escritório antes de chegar bem perto de Syn e dizer:

— Sabe o que eu acho? Que esse seu mau humor tem outro nome. Se eu estivesse metendo nesse seu rabo, você estaria bem mansinho. — disse bravo, vendo Syn recuar e engolir em seco.

O homem não sabia o motivo, mas não conseguiu responder a Nuer. Em nenhum momento aquilo passou pela sua cabeça, ainda assim não tinha resposta para tal coisa.

Nuer franziu o cenho, estreitando os olhos e abrindo um sorriso de canto, chegando mais perto de Syn e o deixando sem saída, acabando escorado em outra mesa, com o garoto quase em cima de si.

— Eu estou certo. Não estou? Isso é falta de foda. — disse, vendo Syn piscar várias vezes enquanto o encarava, quase sentando sobre a mesa.

Talvez fosse aquele linguajar do qual não estava acostumado a proximidade dos corpos ou o fato de que realmente não estava sendo satisfeito em casa. Independente disso, apenas ficou parado, olhando o outro.

Nuer, por puro impulso, levou suas mãos às bochechas de Syn e o puxou para um beijo que, ao contrário do que estava esperando, foi rapidamente correspondido, sentindo seus lábios sendo sugados. Levou as mãos até as coxas de Syn e apertou, subindo para a bunda do homem e juntando um pouco mais os corpos.

— O que está fazendo? — disse Syn, colocando as mãos no peito de Nuer e o afastando.

— O que foi? Você não quer?

Enemies on WorkOnde histórias criam vida. Descubra agora