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VOCÊ SUSPIROU CANSADA colocando seu casaco preto enquanto mantia os olhos no celular, vendo todas as notificações de Nijiro uma atrás da outra.
Mais uma vez, isso acontecia toda a semana e sempre todas as vezes você se perguntava o porquê continuava ajudando Nijiro com os seus problemas, deixando você de lado.
Você leu a última mensagem dele, que dizia que ele te amava, você suspirou cansada e então pegou a chave do próprio carro.
Quando finalmente chegou no bar, não saiu do carro, apenas esperou de braços cruzados dentro do carro em silêncio. Até que Nijiro aparecesse um pouco desnorteado entrando dentro do carro.
—— Você me salvou de novo —— Nijiro murmurou jogando a cabeça no banco do carro cansado.
—— Essa é a última vez —— Você respondeu voltando a dirigir.
Quando chegaram na casa de Nijiro, o garoto continuou dentro do carro, com os cabelos bagunçados e a camisa de botões branca um pouco aperta dessarumada.
—— Por quê você só me liga quando está assim? —— Você perguntou se virando para Nijiro.
—— Eu amo você —— Nijiro sussurrou sem graça.
—— Não, você ama que eu esteja aqui —— Você corrigiu o garoto, parecia furiosa. —— Pare de me ligar quando estiver bêbado.
—— Eu não consigo, quando fico assim eu fico vulnerável —— Nijiro explicou. —— E então ligo pra você, por quê você me deixa vulnerável.
—— Por quê só me quer por perto quando está assim? —— Você perguntou novamente.
—— Eu não sei qual é o meu problema —— Murakami passou as mãos no próprio rosto tentando se manter acordado.
Nijiro se arrumou no banco do carro, você podia ver seu olhar frustrante de alguém que não entendia nem os próprios sentimentos.
—— Eu sinto muito —— Murakami se desculpou baixo.
Você apenas concordou em silêncio, ligou o carro novamente esperando que Nijiro saísse o mais rápido possível do carro.
—— Quando você entender o quê sente, não acha que as coisas serão mais fáceis? —— Você perguntou.
—— Você acaba com a minha mente, é por isso que eu fico assim —— Nijiro respondeu.
O homem saiu do carro, parecia bravo, bêbado e principalmente frustrado, vocês eram frustrante um pro outro.
Não sabiam o quê sentiam, suas vidas eram diferentes demais, um dos dois sempre vacilava com o ouro e isso era um loop sem fim.
Você saiu do carro, andou até a frente da casa de Nijiro que se virou para você novamente se perguntando qual humilhação você jogaria na sua cara novamente.
—— Eu vou mudar, eu juro —— Nijiro prometeu.
—— Não faça promessas que não vai cumprir, você sempre diz isso —— Você disse se lembrando de todas as vezes na madrugada que você teve que ir atrás de Murakami.
—— Mas dessa vez é verdade, eu não quero perder você —— Nijiro parecia falar sério.
Você não acreditava nas mentiras dele, ele estava bêbado e sinceramente, era provável que não fosse lembrar amanhã dessas promessas toscas.
—— Só, fique longe de confusão —— Você deu de ombros. Se virou e voltou para o seu carro ignorando Murakami na frente da própria casa.
No outro dia, exatamente como sempre fazia as três da manhã, Nijiro estava ligando outra vez.
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