FLASHBACK - O MOMENTO QUE SOUBE QUE A AMAVA

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Eu também te amo, Thomas, agora será que você pode me colocar no chão?"

— Gritos da Isabelle para Thomas quando o mesmo a pegou pela cintura e a colocou sobre seus ombros.

JUNHO/2007

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JUNHO/2007

THOMAS:

O dia estava ensolarado lá fora e convidativo para aproveitar a brisa que entrava pela janela aberta. A minha vontade, naquele dia, era correr por um campo adornado de grama molhada sob os meus pés. Assim, apenas correr mesmo. Sem objetivo, sem rumo, sem direção e sem me preocupar se estava correndo da maneira correta, de preferência puxando Isabelle em uma de suas mãos para ir comigo para qualquer lugar que fosse.

Contudo, estávamos presos naquela sala de aula assistindo a chatíssima professora de história contar algum fato super relevante, porém igualmente chato. Tão chato que meus pensamentos não conseguiam parar e focar no que era importante.

A escola não era nada ruim. Comparado ao que eu vivi há alguns anos, era perfeito, na verdade. Eu adorava vir para cá apenas por ter a companhia dela e dos demais alunos.

Me encolhi em minha mesa — ou pelo menos tentei. Aos doze anos já passava de um metro e setenta e isso estava me assustando um pouco. Se continuasse daquele jeito, iria chegar aos dois metros na idade adulta e eu não queria aquilo, apesar de saber que homens altos são considerados mais atraentes.

Eu não pensava nisso como um privilégio. Era estranho ser tão alto perto de tantas pessoas menores na sala — principalmente Isabelle, que devia ter menos de um e cinquenta.

A minha perna prendeu entre uma grade e outra e fez um barulho ensurdecedor para tirá-la. Todos os alunos e a professora me encararam naquele momento incomodados.

Isso, infelizmente, era mais comum do que deveria ser.

Eu sabia que era hiperativo. Eu sempre fui, tenho consciência disso desde que me entendo por gente. Preciso fazer alguma coisa o tempo todo ou fico inquieto a ponto de não conseguir controlar os movimentos repetitivos que minhas pernas fazem batendo no chão.

— Desculpa — pedi encarecidamente e um pouco baixo para a professora que aguardava eu me ajeitar na mesa. Antigamente, no colégio onde estudava, levava alguns puxões de orelha da professora por fazer barulho. No geral, eu não podia sequer respirar naquele ambiente tão rígido, mas as coisas mudaram de um tempo para cá para minha sorte.

Senti as mãos de Isabelle tocando a minha quando todos voltaram suas atenções para a aula novamente. Ela se virou, sorriu e as afagou em sinal de apoio.

Apertei-as de volta agradecido por ter a sua compreensão. Ela sabia de todos os meus problemas e ainda assim era minha melhor amiga. De todas as coisas que mudaram em minha vida, ter a sua presença constante me encantava mais do que qualquer outra. Nunca soube dizer se era por causa da minha contínua intromissão em sua vida, ou pelo fato de forçar a minha presença ao lado dela todos os dias. Às vezes me pegava pensando que talvez devesse deixá-la um pouco em paz, afinal, eu fazia barulho — e muito — constantemente e sempre estava a incomodando com algum plano mirabolante no pensamento.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora