09.Eu Só Peço à Deus

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Atenção! Essa fanfic pode conter gatilhos sobre violência, manipulação emocional, insuficiência, ansiedade e depressão, abusos físicos e mentais, parents insusnes e etc., muito cuidado ao ler!

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Takemichi se sentou ao lado do loiro sorrindo pequeno quando o filhote buscou seu colo para receber carinho.

- Esse é Peke J., ele é super carente - O loiro contou fazendo Takemichi assentir.

- Ele é muito fofo.

- Foi Baji-san quem me deu.

Keisuke sorriu orgulhoso disso e Takemichi examinou os três, seus irmãos já tinham falado sobre eles, os co-capitães da primeira divisão e seu vice.

- Baji Keisuke, Hanemiya Kazutora e Matsuno Chifuyu.

- Então Emma fez seu trabalho - Kazutora sorriu empolgado.

- Emma? - Chifuyu encarou o mais velho confuso.

- Sim, ele é amigo de Emma, certo? Por isso estavam todos falando sobre isso...

- Na verdade...

- Isso, sou amigo de Emma-chan e Kaku-chan - Takemichi sorriu cortando Chifuyu que o encarou confuso antes de assentir - Kaku-chan é um amigo antigo meu, mas Emma-chan eu conheci recentemente.

- E agora é meu amigo! - Kazutora sorriu animado e Takemichi suspirou.

- Você que grudou em mim o dia todo!

- Você que me arrastou pra sairmos da escola juntos!

- Isso porque eu estava fugindo de alguém!

Keisuke riu enquanto encarava a cena com carinho, Kazutora sempre foi péssimo em manter amizades pelo seu jeito de ser então ele ficava feliz de Takemichi não parecer ligar pra isso.

- Mas agora você é meu amigo!

- Isso não vem ao caso da conversa!

- Viu? Você não negou!

- Ora, cale a boca!

Chifuyu gargalhou, isso o lembrava de quando os conheceu, na época ele achava Kazutora extremamente irritante e eles viviam discutindo, exatamente assim.

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Akane sorriu ao ver o velho amigo entrando em seu consultório e se levantou para o recepcionar.

- Sano-san, a que devo a visita? - A mulher abraçou o maior.

- Preciso de ajuda, Inui-san, podemos dar uma volta?

- Problemas com seus irmãozinhos? - A mulher olhou a hora notando que faltavam apenas dois minutos para encerrar o expediente - Vou guardar minhas coisas e te encontro na recepção.

- Hai - Shinichiro saiu para a esperar e Akane sorriu enquanto buscava o espelho retocando o batom e soltando o cabelo loiro e curto antes de buscar sua bolsa saindo atrás do mais velho.

- Então... onde vamos?

- Apenas dar uma volta, talvez te deixar em casa enquanto conversamos - Shinichiro deu de ombros e a menor riu antes de concordar entrelaçando seus braços ao saírem da clínica.

Os dois andaram por algumas ruas em completo silencio, Akane estava cada vez mais curiosa sobre o que o maior queria.

- Então, são seus irmãos novamente?

- Não, na verdade isso é outra preocupação, Mikey e Izana estão quietos demais por muito tempo.

- Talvez eles só estejam amadurecendo...

- Não, conheço aqueles dois, estão aprontando alguma, mas não é sobre eles que quero falar e sim sobre alguns amigos do Mikey.

- Mesmo? O que eles fizeram pra você pedir aconselhamento psicológico?

Shinichiro então narrou o que os gêmeos contaram e o que ele mesmo percebeu para a psicóloga que ouviu tudo atentamente enquanto eles seguiam seu caminho.

Akane soltou o braço de Shinichiro em algum momento levando as mãos pra trás enquanto ouvia o desabafo do amigo, um suspiro deixando seus lábios.

- Shinichiro, onde estão os pais dessas crianças?

O Sano congelou fazendo Akane suspirar, seu amigo raramente lembrava que, normalmente, adolescentes tinham responsáveis presentes.

- Os dois nunca comentam sobre os pais, pelo que sei eles viajam bastante e deixam uma mesada que eles gastam como querem, mas posso verificar isso.

- Bom... o primeiro passo para ajudar é falando com os pais e recomendando o acompanhamento psicológico correto, infelizmente eu não posso dizer muito porque sou uma amiga próxima e isso é anti ético, mas posso te recomendar alguns profissionais que conheço que são muito bons.

- E se não conseguirmos falar com os pais?

- Bem, pensaremos nisso quando o momento chegar sim? Existem várias formas de abordagem, só precisamos achar a adequada para o caso.

Shinichiro sorriu, um sorriso sol que sempre fazia a menor suspirar bobamente.

- Valeu, Inui-san! Você é a melhor amiga do mundo! - Ele a beijou na testa antes de se despedir.

Akane suspirou antes de entrar em casa, se ele ao menos reparasse em si...

- Nee-san, chegou cedo - Seishu estava na sala, mais precisamente deitado sobre Hajime que estava no sofá, os dois nem um pouco envergonhados da posição em que estavam enquanto encaravam a mais velha.

- Oh, Sano-san me acompanhou até em casa - Akane sorriu enquanto colocava a chave no lugar - E vocês dois, se comportaram?

- Nós não temos mais cinco anos - Seishu revirou os olhos fazendo a irmã rir.

- Certo, já jantaram?

- Estávamos pensando em pedir uma pizza.

- Nós não vamos gastar dinheiro com pizza, Inupi - Hajime ralhou fazendo Akane negar antes de ir para a cozinha.

- Mas é só uma pizza! E tá na promoção!

- Se você for comprar tudo o que achar na promoção então nós nunca teremos dinheiro para abrir a sua loja, idiota!

- Você só está com inveja porque eu sempre consigo promoções.

- Porque a maioria dos comerciantes dessa cidade são velhos tarados!

Akane decidiu ignorar a discussão começando a buscar algo para preparar um jantar rápido para os três.

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Keisuke observou Takemichi ressonar baixinho no futon no quarto, Kazutora estava na cama consigo, nenhum dos dois ligando para o fato de que não cabiam os dois ali, e Chifuyu estava em outro futon.

A concentração do Baji estava no Kawata porque, mesmo dormindo, ele tinha lágrimas caindo em seu rosto, as mesmas lágrimas de Kazutora, isso o preocupou muito, com cuidado, Keisuke deixou a cama e saiu do quarto buscando por sua mãe.

Uma batida na porta para se anunciar e então entrou no quarto da progenitora se esgueirando até estar debaixo das cobertas abraçado à mulher que sorriu com a ação do filho.

- Está sem sono, pequeno lobo?

- Preocupado - Keisuke confessou - Takemichi está chorando...

- Aconteceu algo com ele?

- Pelo que os irmãos contaram ele tem ficado muito distante e chorado muito ultimamente, eu tô preocupado de ser... de ser como foi com Kazutora.

A mulher suspirou enquanto passava os dedos pelos fios escuros do filho.

- Seja o que for tenho certeza que vamos cuidar de seu amigo e o ajudar uh? Afinal você é assim.

Keisuke sorriu ao assentir, sua mãe tinha razão, não importava o que fosse, ele daria um jeito de ajudar os gêmeos e Takemichi.

MalandragemOnde histórias criam vida. Descubra agora