Malandragem

25. Pois sou Criança

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Atenção! Essa fanfic pode conter gatilhos sobre violência, manipulação emocional, insuficiência, ansiedade e depressão, abusos físicos e mentais, parents insusnes e etc., muito cuidado ao ler!

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Kazutora cantarolou satisfeito enquanto apreciava seu sorvete apesar de não desviar os olhos do Kawata a sua frente, quem poderia imaginar que Takemichi tinha irmãos?! Como nunca ouviu falar sobre isso?!

E tudo o que foi discutido no escritório de Shinichiro... só de lembrar fazia seu sangue ferver! Por sorte, Takemichi já vinha consultando um psicólogo que estava ajudando a lidar com tudo o que Kisaki o causou, além dos abusos de seus pais.

Kazutora sabia que ser maltratado por seus pais era errado e, bem, sua família toda era errada, então fazia sentido, porém não fazia sentido Takemichi ser machucado dessa forma e o Hanemiya não gostava nada de toda essa situação.

Infelizmente não havia muito o que poderia fazer além de estar lá pelo amigo e era exatamente isso que faria!

- Não está gostando do sorvete?

- Ahn? - Kazutora encarou seu kohai, claramente não estava prestando atenção no menor.

- O sorvete, não está gostando? - O Kawata sorriu, um sorriso que dizia saber no que o outro pensava, porém não tocaria no assunto.

- C-claro que estou!

- Então é do nosso encontro que não está gostando? - Takemichi fez bico - Minha companhia é tão ruim assim?

- O-o que?! Claro que não! Adoro sua companhia e... espera aí! Encontro?! - Kazutora sorriu de orelha a orelha - Considera isso um encontro, Takemichi?

- Eu vou buscar mais sorvete... - Takemichi levantou com as orelhas vermelhas fazendo Kazutora gargalhar.

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Era realmente uma boa tarde, esse foi o pensamento de Takemichi enquanto se sentava na grama ao lado de Kazutora, os dois observando o horizonte enquanto o sol se punha lentamente.

Realmente uma boa tarde de uma boa vida, o Kawata sorriu, e pensar que quase jogou tudo isso fora por conta das atitudes de terceiros!

- Um beijo pelos seus pensamentos - A voz de seu senpai o fez rir antes de negar, sequer sabia se os dois estavam flertando ou era apenas brincadeira, porém era tão confortável que não queria parar de forma nenhuma.

- Seu beijo vale tão pouco assim ou meus pensamentos que são valiosos?

- O que você acha?

- Kawata! - A voz sobressalente fez os dois se assustarem, só agora notando quão perto estavam enquanto se levantavam para encarar Shiba Taiju que se aproximava com um sorriso vitorioso - Finalmente nos reencontramos!

- Estava me perseguindo agora, Shiba? - Takemichi cruzou os braços - Já disse que não quero nada contigo!

- Não minta para mim, apenas diga em que gangue está e lutarei para ter você na Black Dragons!

Takemichi franziu o cenho irritado e então se pôs de pé.

- Que tal isso: nós dois lutamos, se eu vencer você me esquece, se você vencer eu entro nessa sua maldita gangue!

- Takemichi - Kazutora segurou a mão do mais novo - Você não precisa fazer isso.

- Preocupado de eu perder, senpai? Não se preocupe, sou mais forte do que se pensa.

- Feito - Taiju sorriu animado, alguém que espancou o líder Moebius não deveria ser fraco, seria uma luta interessante - Chame sua gangue, a luta será no fim de semana, no ferro velho.

- Esteja pronto para se ajoelhar, Shiba.

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- Takemichi fez o que?! - Smiley gritou, os olhos arregalados enquanto encarava Kazutora.

- Ele marcou uma luta contra Taiju...

- E por que caralhos você não o impediu?! Puta que pariu! - O alaranjado bagunçou os cabelos estressado, nenhuma sombra de sorriso em seu rosto.

Uma risada cortou a garagem fazendo os capitães ToMan virarem o rosto assustados em ver Angry rir abertamente.

- Puta que pariu! - O gêmeo conhecido por estar sempre irritado parecia extremamente divertido - M-Mithy vai dar uma surra nele!

- Smiley, quão bem Takemichi sabe lutar? - Mikey questionou cruzando os braços fazendo o alaranjado tornar a sorrir.

- Ele se garante, não é com isso que estou preocupado - Nahoya garantiu - Me preocupa porque Mithy odeia violência, Taiju deve ter o encurralado várias vezes até ele concordar.

- Ou ele estava extremamente estressado - Souya apontou - Ou um momento muito legal foi estragado e isso o frustrou, Mithy é impulsivo.

- Se Shiba passou dos limites com ele...

- Não se preocupem, eu estive com ele o dia todo - Kazutora garantiu.

- Isso não conforta ninguém, Kazutora! - Chifuyu zombou - Então... o que fazemos?

- Vamos assistir - Baji deu de ombros - Ele já é bem grandinho para tomar suas próprias decisões e lutar suas próprias batalhas.

- Baji tem razão - Nahoya suspirou - Por mais que odeie isso, prometi dar mais espaço para Mithy e se ele quiser nossa ajuda irá falar.

- Kazutora... você disse que passou o dia com Mithy? - Souya encarou o Hanemiya que assentiu - O que exatamente quer dizer com isso?

- A gente estuda na mesma escola, então isso meio que é óbvio, mas, fora isso, a gente foi até Shinichiro e então saímos em um encontro!

- Que porra?!

- Bem, foi ele que chamou de encontro.

- Eu te mato! - Nahoya levantou de uma vez sendo segurado pelos amigos.

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Takemichi respirou profundamente enquanto encarava as árvores, em sua visão periférica notou alguém sentar do seu lado nas escadas que levavam para o quintal, porém não se moveu ainda concentrado nas folhas que balançavam com a suave brisa da noite.

- Estão todos muito preocupados - A voz de Emma o fez sorrir.

- Naho e Sou são super protetores e, bem, como sou contra violência desnecessária a maioria das pessoas nunca me viu sequer dar um soco e me tacham de fraco.

- Espancar Tetta Kisaki até a inconsciência não conta como 'violência desnecessária'? - A Sano riu.

- Claro que não, foi bem necessário! - O Kawata protestou antes de rir - Em todo caso, não estou preocupado, nunca quis entrar em uma gangue porque isso é um lance dos gêmeos e não meu, além disso, se eu ganhar consigo meus amigos de volta já que o motivo de eles se afastarem é manter a Black Dragons longe.

- Entendi... você realmente vai bem longe por seus amigos não vai?

- Assim como você por sua família.

Os dois sorriram enquanto ouviam o farfalhar das folhas, realmente, eles iam longe por quem amavam.