Rosa

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Após ouvir minha mãe gritar pra cidade inteira, que por sinal nao era muito grande, sou puxada por meu irmão a caminho dela.

-falei que nao ia dar problema - ele sussurra, poucos segundos antes de chegarmos na mamãe, não me dando tempo pra responder.

-Vamos! vamos almoçar por aqui, não vai dar tempo de ir em casa e cozinhar até a hora do almoço, já tá tarde demais!

Assim que diz isso, eu puxo o relógio; 13H30. O tempo aqui passa estranhamente rápido. Não discordo nem concordo, simplesmente a sigo, que caminha ao lado do papai sem grandes preocupações.

Ao longo das ruas e vielas, consigo notar a Beleza da cidade. É realmente uma cidade pequena, sem muitos ruído e poluição visual como uma cidade grande. As casinhas brancas detalhadas em madeira de Carvalho passam uma serenidade. Os cidadãos em geral são muito simpáticos, e nos cumprimentam sempre de sorriso no rosto.

Conforme passamos pelas casas de tons claros, viramos em uma pequena viela bonita. Aqui especificamente o tom de amarelo é mais destacado nas casas, bem apertadas entre si. Ao meio da rua nos deparamos com uma construção um pouco maior; tinha uma base um pouco menor, e um segundo andar espaçoso, com as paredes de base amarelada quase branca, e com vigas de madeira mais escuras. Sua chaminé fumegante era bem destacada, mas não tanto quanto a grande placa, quase que em formato de uma grande coroa pontuda em sua entrada :

« Restaurante Arcano: 'um lugar mágico para se comer' »

Eu pisco algumas vezes, incrédula. - Sério? -é um bom marketing, admito, mas considerando minhas últimas experiência, não tenho tanta confiança que seria so marketing.

-não zoa, é até que legalzinho. - Ravi sorri.

-Me disseram que aqui é muito bom! - papai alegremente afirma, entrando. Com isso todos vamos atrás.

Diferente da Ruazinha, a entrada é bem escura. Ha poucas janelas, além de ser feita da mesma madeira quase negra do exterior. Não presto atenção em nada mais além do balcão, e de uma escada ao lado dando acesso ao Segundo andar para os clientes.

De uma pequena porta de trás do balcão surge um garotinho, com o rosto pálido e cabelos castanhos, assim como os pequenos olhos levemente puxados.

-No que posso ajudar senhores? - Pergunta sorrindo, com muita calma na voz, andando até o balcão para anotar o pedido.

-Estamos com fome garoto. - minha mãe se intromete - o que tem pra comer?

-Poderia se dirigir ao segundo andar por favor? - ele mostra as escadas com as mãos abertas, com toda a calma do mundo- irei os acompanhar com os cardápios!

sem questionar, subimos ao segundo andar; um lugar aberto e espaçoso com diversas mesas espalhadas feitas de uma pedra acinzentada num tom claro. as paredes com diversas janelas perto das mesas, tinham um tom amarelo mais forte do que o lado de fora, e eram decoradas com alguns quadros que ilustram a paisagem dos campos ao redor da cidade.

Quando nos sentamos perto de uma janela, encaro a paisagem. por ser um restaurante na borda da cidade, é possivel ver as paisagens que os quadros pintam. os campos esverdeados fazem um grande contraste com o tempo ainda chuvoso. era uma bela paisagem, notando os morros um pouco mais longe, até notar um certo detalhe: no topo do relevo mais proximo, havia uma ruina. tomada pela natureza, meio quebrada, era possivel ver o que talvez um dia tenha sido um castelo, bem velho. meio escurecido pela garoa, nao era possível ver muitos detalhes além da grande mata que o dominava e do seu contorno de varias torres pontiagudas.

E você? O que deseja? - escuto a calmaria do menino. nao tive tempo de ler direito o cardapio, nao tive muita escolha- quero o mesmo que a mamãe- (que apesar de seu exagero na quantia, tem sempre um ótimo gosto para comida).

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