IX

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BRUNA

As nuvens negras cobriam o sol.
  Em breve a chuva chegaria e eu precisava sair daqui, a caçadora acabou de ir mas ela deixou água e maçã para mim.
  As trovejadas já começaram e a chuva veio logo em seguida, consigo me abrigar em baixo de uma árvore, ela não é grande para subir mas é grande o suficiente para proteger da chuva. Eu só queria voltar para casa.
 
A chuva parou ao amanhecer do dia seguinte e eu finalmente pude sair debaixo da árvore.
  Não pretendo sair tão cedo de perto do rio, não faço ideia de onde estou nem se estou mais dentro do reino das trevas, eu deveria ter perguntado a caçadora, ela concerteza saberia.
  
Tento olhar para o sol para tentar descobrir a hora e chuto q deva ser umas 2 horas da tarde?

Vou para detro da floresta atrás de frutas, poderia encontrar outra amoeira ou uma macieira e até quem sabe uma bananeira! Estou sonhando demais, foi um milagre encontrar aquela amoeira.
   Uma árvore não-queimada com frutas diante dos meus olhos, eu não acredito. É uma laranjeira.
   Encho minhas mãos e faço uma cestinha com os braços encostados na barriga para caber mais.

— Se eu fosse você não comeria essa fruta. — fala alguém do meio das árvores
eu me assusto e deixo todas as laranjas caírem
— Quem está aí? — pergunto olhando em volta — Oi? — ninguém responde

Acho que estou enlouquecendo.
  Pego as laranjas que caíram no chão e volto para o rio, no caminho de volta acabo dando uns tropeços e deixando umas laranjas para traz, mas, não faz muita falta agora que eu sei onde está a árvore.

Me sento na beira do rio molhando os pés, estou tentando usar uma pedra comprida e fina como faça para cortar a laranja.

"Eu falei para não comer essa fruta". — diz alguém atrás de mim, eu me viro devagar e com calma.
— Eu pensei que você tinha uma casa — quando me viro dou de cara com a caçadora do outro dia, ela estava parada atrás de mim com os braços cruzados. — O que está fazendo aqui? — pergunto
— Pensando em te empurrar rio abaixo — ela abre um sorriso sarcástico
— Não seria a primeira vez
— Ela me olha confusa — como assim?
— Ontem você perguntou como eu cheguei aqui, foi "caindo" lá de cima — aponto para a cachoeira.
— Aham — ela me olha desconfiada
— Você não acredita em mim né?
— Não, nem um pouco, você poderia tentar ser mais convincente.
— Quer saber a história? — me levando e fico de frente pra ela
— Claro, eu não tenho nada pra fazer mesmo — diz irônica
— reviro os olhos — eu não vou te amarrar na árvore usando uma corda e te obrigar a ouvir minha história.
— Mas isso é óbvio né Princesa. Nem corda você tem.

Eu queria afogar ela no rio nesse exato momento.
  Ela me encara por alguns segundos e senta em uma pedra e me chama para sentar do lado dela.

— Senta aqui — pede ela
— Por que? Pra você me jogar dai de cima?
— Como adivinhou? — ela da sorriso brincalhão — quero saber como você caiu e sobreviveu — fala séria.
— Por que o interesse repentino? — pergunto desconfiada
Sei lá — ela balança o ombro com desdém
— Certo, vou te contar, mas depois você vai embora, eu não aguento mais você.
— Tranquilo
— No dia do meu casamento eu fugi do palácio com ajuda de um guarda e da minha ex dama de honra, o nome do guarda é Antônio. Ele me deu mantimentos e eu corri para a floresta, nas primeiras noites eu dormir em cima de uma árvore grande, os guardas passavam por baixo dela em cavalos de manhã e a noite.
  Eu continuei a minha caminhada, eu queria chegar no reino gelado mas acabei encontrando um bar no caminho e pensei que fosse uma boa ideia entrar e tentar arranjar um pouco de água por que tinha acabado tudo. então eu entrei, e aquela porta fez tanto barulho que todos olharam pra mim, mas não eram quaisquer pessoas, eram guardas dad trevas e da terra e eu entrei em Pânico e sai correndo floresta a dentro, e acabei chegando em um impasse que era o bendito rio. Acabei caindo no dentro dele mas, a correnteza era muito forte lá em cima e estava me levanto para a queda livre e ai eu agarrei em uma pedra e não soltei, porém, os guardas já estavam dando a volta para me pegar enquanto outros tentavam me pegar com uma corda, eu só tinha duas opções ou voltava com ele e entregava as consequências ou ia para a cascata, eu escolhi descer a cascata. Muito antes tinha passado uma porta a qual eu segurei com uma das mão, eu usei a porta para fazer um bote para tentar me salvar, mas a porta se partiu ao meio então a minha única opção era aceitar o meu destino. Segurei os meus joelhos com os braços e segurei a respiração, a minha esperança era que esse rio fosse fundo o suficiente para amortecer a queda, e foi o que aconteceu. O rio é muito fundo, eu engoli muita água e pensei que não teria fôlego nem forças para chegar no chão de novo, mas eu só parei quando senti a terra nos meus dedos e fiquei por aqui. — agora você entendeu?
— Nossa — ela me olha com pena
— Eu te contei como cheguei aqui, agora você pode ir.. — sou interrompida por um trovão que assusta nos duas. — vai chover, de novo.
— Parece que sim. — diz ela ainda sentada
— Bom, é hora de você ir, e eu preciso encontrar uma árvore maior.
— Por que? — ela pergunta confusa
— Uma árvore maior me protege mais e faz com que eu me molhe menos.
— Entendi. — ela continua me fitando — Não coma essa fruta, isso não é uma laranja. E uma Viveiro Ciprest. — Ela se levanta e vai embora para a floresta

The Princess BruLari Onde histórias criam vida. Descubra agora