bem-vinda ao inferno

001 | olhos azuis acinzentados

Melanie Parker

Já avistei a dona Selene, do outro lado da rua sentada em um papelão Enrolada com o lençol rosa que eu dei a ela. Acenei para a mesma, que abriu um sorriso ao me ver, atravessei a rua com cuidado, e me aproximei a ela.

— dona selene, como a senhora está hoje? — perguntei me sentando ao lado dela.

— estou bem, minha filha. — ela falou ainda sorrindo.— e como foi seu dia?

— Foi estranho, Estou sentindo que estou sendo observada, já tem alguns dias. — afirmei olhando para um ponto fixo. Isso estava perturbando a minha mente por boas horas.

— tome muito cuidado, as ruas andam perigosas e Há vários cartazes com rostos de garotas jovens e bonitas, igual a você que estão desaparecidas.

— irei tomar cuidado, agora coma, eu que fiz essa comida. — Falei entregando a quentinha para ela, tirei a minha da bolsa, e comecei a comer junto com ela.

Dona selene mora nas ruas a muitos anos, conheci ela recentemente e passei a ajudá- lá com o que posso. As vezes eu trago comida, dinheiro e roupas pra ela se agasalhar. Eu fico muito triste em saber que eu não posso ajudá-la com uma casa, ou convidá-la pra morar na dos meus pais, mas eles não permitem.

Terminamos de comer e eu tava me despedindo da Dona selene.

— vá com Deus querida, tome cuidado — disse ela me dando um abraço apertado. Peguei minha bolsa e dei um beijo na testa da mesma.

...

Antes de chegar em casa eu tenho que passar por uma rua escura, eu estou passando por ela agora.

Andei com pressa na rua escura, me sentindo observada, a pequena Floresta que ficava do outro lado da estrada só complicava pro meu lado.

Apressei os passos e tirei o telefone da minha bolsa, disquei o número da Dayana, coloquei o telefone no ouvido, e olhei pra trás, arregalei os olhos assim que viu um homem de casaco, com o capuz na cabeça e de cabeça baixa. Comecei a correr assim que vi outro homem mais na frente, ele estava encostado em um carro de luxo mexendo no celular.

Cheguei até ele é parei em sua frente, ele me olhou confuso, por um segundo me senti hipnotizada com seus olhos azul acinzentado, engolir o seco e olhei pra trás. Vendo que o homem estava escondido em uma parte escura, eu ainda conseguia vê-lo. Voltei meu olhar para o homem e o abraçei.

Queria que ele pensasse que o moço, que agora estava rígido, fosse meu marido. Pra assim parar de me seguir.

— por favor, me ajude, aquele homem escondido perto da floresta estava me seguindo.

Acredito que você esteja vendo ele — sussurrei é encostei minha cabeça nele.

Eu estava morrendo de vergonha. Sentia meu rosto incendiando de vergonha, mas no momento eu só precisava sair dessa, e para conseguir isso eu posso fazer qualquer coisa.

Me afastei do homem dos olhos azuis acinzentados, ainda um pouco tensa.

— hum... pode ir embora, deixa que eu cuido dele.  —desviei o olhar assim que escutei sua voz..

— observada, tome cuidado. — falei e o olhei pela última vez, antes de ir embora.

...

espirei fundo e abrir a porta, Fechei os olhos assim que vi meu pai com a cara fechada e os braços cruzados.

— Eu já falei que não quero você chegando tarde em casa? Você não irá sair mais. — Meu pai falou com raiva, abaixei a cabeça e escutei o sermão

— Desculpe, pai.

— Toda vez você faz isso! Eu não admito mais que você chegue tarde em casa. — Meu pai falou gritando, e acertou um tapa em meu rosto.

Em questão de segundos meu rosto já estava repleto de lágrimas.

— D-desculpa.. é que eu já tenho dezessete anos e eu achei que poderia chegar um pouco mas acima da hora.. — sussurrei com a voz trêmula. 

— vá para o seu quarto melanie, não saia de lá até eu mandar. — ele falou com raiva,eu subir as escadas entrei no meu quarto. Minha bochecha esquerda estava dolorida e meu peito doía, me sentia destruída, sem entender porque ele é tão agressivo comigo.

Fui até o banheiro tirei minhas roupas e entrei embaixo do chuveiro. Depois de um tempo escovei meus dentes, troquei de roupa. Deitei em minha cama e peguei no sono

Continua...

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