Cap 82 - Você Vai Voltar?

495 71 21
                                    


06:15 da manhã, ainda não estava tão claro nas terras Mortais e o céu até estava "limpo" hoje, se fosse chover, provavelmente seria só a noite.

Mesmo sendo uma manhã de Sábado, onde Criança alguma no Vilarejo deveria estar acordada, uma não seguiu essa regra. Na casa onde Vitani havia pegado a flor que seu Tio precisava, a garotinha que lhe entregou já estava acordada desde as 05:30.

Sempre foi assim, como seu Pai, Tomas Mandray, trabalhava até tarde e voltava bêbado na maioria das vezes, a pequena teve que se virar dentro da casa com apenas 7 anos.

Não foi diferente hoje, seu pai sequer dormiu no próprio quarto hoje, se sentou na poltrona com uma garrafa de whisky e adormeceu alí mesmo. Ninath já preparava o café da manhã dos dois, seu pai já era estressado 90% do tempo, e com Fome ele completava os 10% restantes.

Ninath- Pai... - empurrou levemente o ombro dele - Pai, acorda.

Tomas- hmmm...

Ninath- Café da manhã... Você vai se atrasar.

Tomas- hmm... tô indo, tô indo... - praticamente expulsou a menina, querendo dormir mais uns minutos. E ela não insistiu.

Acabou Comendo o café da manhã sozinha, seu pai só levantou depois que ela já havia terminado. Como ia trabalhar, deixou o prato na mesa para ela lavar e falou:

Tomas- Devia ter me dito que o sal estava acabando, os ovos ficaram sem gosto.

Não estava acabando, mas ela preferiu ficar quieta, só lavando os pratos sem desviar o olhar.

Tomas- Eu volto na hora do almoço. Deixe o Peixe descongelar e prepare ele perto das 10:15. - Vestiu o casaco e pegou seu machado antes de sair para cortar lenha.

Ninath- tá... - antes costumava dizer "Tchau papai", ou "te amo", "até mais tarde"... Mas como o pai só respondia "Até", desistiu de continuar. Parecia até que ele nem havia reparado.

Uns minutos depois que ele saiu, Ninath Começou a fazer a limpeza com uma pequena musiquinha que seu pai costumava cantar pra ela... Quando ainda era pequenininha e sua mãe ainda não tinha falecido de uma Doença Pulmonar.

Ninath- Minha Mãe, Sua Mãe, Feéricos vão Levar... Minha Mãe, Sua Mãe, Feéricos vão Matar...

Estava distraída demais pra notar quando o seu gato, Breu, desceu as escadas silenciosamente.

Ninath- Feérico Número 1, com ferro foi queimado... Feérico Número 2, Vai Ser Enforcado... Feérico Número 3, Vamos Ver Queimar...

O Gato olhou o potinho de ração perto da mesa, estava vazio, então foi até sua dona e esfregou o rostinho em sua perna para chamar sua atenção.

Ninath- Feérico Número 4, Flecha de Freixo Vai Levar-...!!! Ah, Breu! Que susto!

Não ficou brava com ele, pelo contrário. Ao pegá-lo no colo, deu o primeiro sorrisinho do dia, beijando seu rostinho enquanto o gato ficava com cara de Tédio, mas deixou ela o beijar.

Ninath- Rabugento, hihi. Vem, vou colocar comida pra você.

Seu pai não tinha muito dinheiro, e nem nunca quis um gato em casa, mas acabou deixando ele ficar quando a filha implorou, prometendo fazer todas as tarefas da casa, sem exceção. Nunca nem se lembrava de comprar comida para o gato... Ou ela dividia a sua com ele "escondido" ou o seu vizinho, Isaac Hale, lhe dava um pouco da ração de seu cachorro. Pelo menos o gatinho nunca se importou com o que comia, tendo o que comer já era ótimo.

Ninath- Vou lá fora regar as flores, você fica aqui comendo. - Calçou seus sapatos e, fazendo um último carinho no gatinho, saiu até o jardim.

.

Duenõ De Las Estrellas - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora