VII - Contra o tempo

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Faz 4 dias que estou aqui e tento me aproximar da Mariana, ela tenta me manter longe, mas não irá conseguir.

Seria difícil continuar com o plano. Estava ali apenas por ela e ninguém jamais imaginaria.

Sabia que seria muito mais difícil me tornar amigo dela e não tinha muito tempo, ele havia me avisado e o tempo estava passando, as coisas estavam saindo do controle.

Ela é uma menina muito fechada e sempre que me aproximo, foge de mim igual diabo foge da cruz. Estava certa, nunca deveria confiar em alguém que não conhecia, mas eu estou aqui justamente para protegê-la dele.

Talvez devesse desistir disso. Talvez devesse continuar, mas não sei mais de nada.

Chego ao orfanato, que não é lá aquela coisa e estava com dores nas costas de tanto dormir no chão – Minha cama? Estou esperando ate agora. - mas logo isso vai passar, não irá demorar muito para termos que sair, o perigo esta cada vez mais perto e agora que ela já se transformou fica cada vez mais difícil, sua altura não esconde isso.

Subo as escadas e entro no quarto. Pelo barulho do chuveiro deve estar no banho.

Hoje mariana chegou com as roupas sujas e cresceu de um dia para o outro, isso não e boa coisa e não devia acontecer agora. Eu sabia que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, mas ainda é cedo de mais.

A porta do banheiro se abre e ela sai com seus longos cabelos envolta com uma toalha e um vestido laranja muito curto. Acho que por ela crescer, perdeu muitas roupas. O vestido esta quase como uma blusa.

Ela caminha ate o espelho e eu fico admirado quando ela fica de costas para mim. Agora mais alta suas pernas grosas de pele branca e lisa me tira no mundo me levando para outras dimensões. Eu nunca a olhei assim, nem poderia, mas agora é quase impossível.

– DROGA - ela grita e eu volto a realidade

Olho para ela que esta tentando inutilmente abaixar o vestido e corre para a cômoda onde ficam as roupas.

Logo ela coloca um short por baixo e senta na cama com as mãos sobre os olhos.

Vendo ela assim me sinto mal. Ela, uma menina tão bonita, tão nervosinha e esta ali quase chorando. Vou até ela e abraço, um abraço tanto para ela quanto para mim e vendo-a desse jeito me sinto na obrigação de protegê-la.

– Quer conversar? - ela levanta o rosto e me olha e vejo que seus olhos estão marejados.

– Eu estou ficando louca. – disse quase sussurrando, de onde estou consigo ver lagrimas em seus olhos.

Espero ela continuar:

– Eu começo a falar comigo, depois tenho sonhos loucos e agora viro sonâmbula, você viu? Eu não me lembro de nada ontem, eu simplesmente acordei no meio do nada e tive que vir correndo para ninguém perceber, agora estou grande como se alguém tivesse me esticado, não sei .

Abracei-a mais forte. As coisas estão muito fora de ordem. Não poderia acontecer agora.

– Ei, ei você não esta louca. Conta pra mim o que aconteceu certinho – disse calmo para não assusta-la, mas já fazia ideia do que havia acontecido.

– Não, obrigada você já fez de mais. – disse ela se levantando e secando o rosto. - Não quero te encher com meus problemas, alias nem sei por que estou te contando isso tudo, me desculpe tenho que ir. - Ela vira e sai andando, passando pela porta do quarto. Minhas suspeitas se confirmam, não temos mais tempo.

Não acredito que esta acontecendo agora. Como vou levá-la daqui? Tenho que pensar rápido.Meu telefone toca e sei que já não tenho mais tempo nem para pensar.

– Eles chegaram, vocês tem que sair o mais rápido dai, vou estar do lado de fora, não demora.

O telefone desliga ao mesmo tempo em que meu coração acelera. Acabou o tempo. Desço correndo as escadas enquanto na minha cabeça se passa filmes de o que pode acontecer se não chegar a tempo.

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