O vento soprava forte fazendo as grandes árvores dançarem enquanto anunciavam a chegada de uma tempestade, os céus eram iluminados pôr raios que cortavam o horizonte de uma ponta a outra.
Já era de madrugada quando passos foram ouvidos no corredor do castelo, suaves, porém ainda, sim, perceptíveis, visto que o assoalho já era bem antigo.Um homem encapuzado seguia em direção ao quarto que ficava no fim do corredor, os aposentos do príncipe herdeiro. Em sua mão uma adaga de corte certeiro e lâmina suja de veneno.
Ao chegar de frente a porta do aposento, empurrou a mesma com certo receio e cautela, abrindo uma brecha pequena para que apenas ele se passa por ali. Ao atravessar o espaço se deparou com um quarto imenso cheio de objetos de estremo valor, mas nenhum deles se comparava ao que estava sobre a cama, o rapaz de fios dourados que tinha a expressão tranquila e dormia profundamente, nada teria mais valor do que o sangue desse manchando os lençóis, o desespero da mãe pela sua morte, a culpa dos guardas ao perceberem que falharam e o rei sendo corroído pelo remorso por ser o motivo de tal ato.
O homem caminhou até chegar de frente a onde o rapaz dormia, a adaga já estava em mãos quando um trovão ecoou forte despertando o príncipe, que assustado com o som se sentou na cama, porém ao que seus olhos enxergaram a silhueta de uma pessoa sua boca se abriu em desespero e um grito de dor foi ouvido.
༻🐉ο τελευταίος δράκος 🐉༻
Edgar praticamente arrastava Zia até o castelo, estava com pressa, muita pressa e não se importava com a maneira que chegariam lá visto que a barra do vestido da filha e as suas roupas estavam sujas de lama que respingava no tecido de suas vestes ao que seus pés batiam no solo enquanto andavam. As ruas estavam imundas, cheias de folhas e galhos de árvores, a água da chuva empoçada em lugares onde o solo tinha declínio, a lama estava escorregadia e o cheiro forte de terra molhada era evidente.
Edgar não falou para a filha o motivo de estar com pressa, mas Zia notou que seu pai estava nervoso, as mãos suadas denunciavam isso e aquele suor não era porque andaram rápido demais nem pelos vários degraus que subiram correndo, aquele suor era frio, era de medo.
Não demorou muito para chegarem na entrada do castelo onde a enorme porta de madeira que tinha entalhada em si desenhos de rosas estava fechada e os guardas que estavam apostos e tinham um olhar culpado, um olhar de quem havia falhando perante ao seu superior e ao reino.
Lançaram um olhar a Edgar que indicava pesar e logo em seguida abriram a porta do castelo, aquela porta dava acesso a um enorme corredor onde lá no final da imensidão de colunas brancas e enormes estava o rei sentado em um trono de ouro forjado no fogo de dragão, o rei tinha o braço esquerdo apoiado no suporte lateral dê seu trono, e tinha um olhar frio e acusador que se direcionava em Edgar, este que se aproximou depressa más sem parecer desesperado ou inquieto, ao chegar na frente do rei ele e curvou vendo a filha que ele segurava pela mão se curvar também.
— Suponho que saiba o que aconteceu durante a noite de ontem? — O rei disse de maneira um pouco grosseria
— Sim, meu rei! Eu sinto muito pelo príncipe Anatan, lhe garanto que o culpado não ficará impune! — Edgar disse mantendo os olhos baixos sem encarar o rei.
Zia estava ao lado de seu pai e encarou o rei com a expressão séria, não sabia o que tinha acontecido, mas tinha a total certeza que seu pai não era culpado.
— Não quero seu pesar, quero que descubra o responsável, me arranque a cabeça dele para que eu coloque nos portões de Tana! Se não, a sua cabeça será pendurada numa estaca.
Edgar não disse nada, apenas concordou com a cabeça e se afastou.
— Acho que a vossa majestade deveria parar de culpar terceiros por ter tantos inimigos, afinal sua antipatia e tirania perante aos outros são apenas sua responsabilidade!
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Zia e o último dragão
FantasyA lenda conta de um povo capaz de domar feras escamosas, com corpo corpulento, garras, asas grandes que cuspiam fogo pela boca, um povo destemido que virou poeira e cinza de um passado glorioso. Esse povo que muitos acreditavam ter realmente desapa...