The Savior Prince |House Of The Dragon| (Em renovação)

1- What water gave me

Luke não sabia exatamente quanto tempo havia passado naquele lugar. Podiam ter sido dias, anos, décadas, ou talvez até séculos. O tempo ali parecia suspenso, mas uma coisa era certa: ele havia aprendido muito com seus novos irmãos.

Sim, irmãos. Quando chegou, Luke se perguntou como deveria chamá-los. Aegon, o Conquistador, foi o primeiro a se intitular irmão mais velho. Ele argumentou que Luke já tinha pais o suficiente e até um tio chamado Aegon. Por isso, seria mais adequado que ele fosse simplesmente "seu irmão Aegon". Quando Luke mencionou o jovem Aegon III, o Conquistador deu de ombros e riu, dizendo que ele seria "Aegon, grande", enquanto o pequeno seria "Aegon, bebê".

Visenya e Rhaenys também optaram por serem chamadas de irmãs. "Para não faltar com respeito à Rhaenyra", explicaram, embora Rhaenys parecesse especialmente satisfeita por deixar de ser a caçula pela primeira vez.

Os anos – ou o que quer que fossem – ao lado deles foram enriquecedores.

Aegon o ensinou a navegar pelos mares, pescar com maestria, forjar armamentos, esculpir com o fogo de dragão e a caçar como um verdadeiro guerreiro.

Visenya o guiou nas artes da guerra, nas complexidades da história de Valíria, no domínio do Alto Valiriano e em fundamentos de magia branca.

Rhaenys, por sua vez, o ensinou diplomacia, música, métodos médicos e, sobretudo, como aperfeiçoar sua conexão com Silverwing. Sob sua orientação, Luke e sua dragão atingiram um nível de harmonia tão profundo que podiam se comunicar apenas com a mente.

Luke sentia que poderia passar a eternidade ao lado deles, mas sabia que sua missão ainda não havia terminado.

Certa noite, após um jantar no majestoso palácio de Dragonborn – um castelo que ele e Aegon haviam erguido juntos com o fogo de Balerion e Silverwing –, seus irmãos o convidaram para um passeio até a réplica de Pedra do Dragão que haviam construído. Luke percebeu que algo incomum estava acontecendo, mas preferiu guardar o sentimento para si.

Ao chegarem na sala onde costumavam treinar magia, Luke entendeu de imediato o que estava prestes a acontecer. Sua jornada naquele lugar chegara ao fim. Era hora de voltar.

— Vou sentir saudades, pessoal — disse ele, abraçando os três com força.

— Nós nunca vamos te deixar sozinho, irmãozinho — prometeu Rhaenys, depositando um beijo afetuoso em sua testa.

— De forma alguma — concordou Visenya. — Mas, assim que puder, vá até Pedra do Dragão. Nosso castelo é uma réplica perfeita, cada detalhe está disposto exatamente como lá. Nesta mesma sala, você encontrará um presente que deixamos para você.

Enquanto Luke assentia, com o coração dividido, uma dúvida surgiu.

— E quanto a Silverwing? — perguntou, lançando um olhar a Aegon.

— Assim que vocês se virem novamente, ela se lembrará de tudo o que aconteceu aqui. Não se preocupe, sua garota ainda será a mesma — garantiu Aegon, com um sorriso tranquilizador.

Luke suspirou, aliviado, e deitou-se no altar preparado para o ritual. Apesar da despedida, seu coração estava em paz.

— Não se assuste se as coisas parecerem diferentes. Os deuses vão te ajudar a entender — assegurou Rhaenys, mas Luke não teve tempo de responder, pois Visenya chamou sua atenção.

— Você terá seis anos quando voltar, Lucy. Não se esqueça de manter aquela ameaça do seu tio longe da minha garota — pediu Visenya, referindo-se a Vhagar.

Luke não conseguiu conter uma risada antes de tudo se apagar ao seu redor.

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