𝗣𝗥𝗢𝗟𝗢𝗚𝗢

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࿐ 𝗰𝗮𝘁𝗼𝗿𝘇𝗲 𝗮𝗻𝗼𝘀 𝗮𝗻𝘁𝗲𝘀...

Os Hidalgos estavam em uma breve viagem de carro até Girona

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Os Hidalgos estavam em uma breve viagem de carro até Girona. Os mais velhos ouviam uma música suave e a cantarolavam em voz baixa, enquanto suas filhas gêmeas brincavam animadamente com suas bonecas.

Âmbar olhou para as filhas pelo retrovisor e sorriu, admirando as pequenas. Vincent, percebendo a expressão da esposa, segurou sua mão e a beijou, recebendo um sorriso em troca.

A paz dos dois não durou muito, pois Vênus começou a implicar com sua irmã por nenhum motivo, como sempre. Âmbar respirou fundo e fechou os olhos, pensando que comemorou cedo demais.

— Essa é minha boneca! — puxou a boneca da mão da irmã pelos cabelos.

— Mas Vê, você sabe que eu pedi a boneca cacheada de Natal. Ela é minha! — protestou, esticando o braço para tentar recuperar a boneca, mas Vênus a afastou. — A sua é a ruiva!

— Vênus, filha, devolve a boneca da sua irmã — pediu Âmbar com calma, se virando para trás. — Ou então dá a sua para ela e vocês podem dividir.

A menina revirou os olhos e atirou ambas as bonecas na direção da irmã, voltando-se para a janela e cruzando os braços em um acesso de irritação.

Não satisfeita em causar um pequeno estresse na família, Vênus decidiu provocar ainda mais. Para ela, era extremamente prazeroso ver todos irritados, enquanto se divertia com a situação que parecia sempre controlar.

— Pai, quando eu posso dirigir? — perguntou, olhando para o pai pelo retrovisor.

— Quando você tiver dezoito anos — respondeu ele, mantendo o foco na estrada.

— Faltam catorze anos e isso é muito tempo! — cruzou os braços, emburrada. — Eu quero agora! — bateu os pés no banco.

— Vê, eu te compro um carro elétrico mais tarde, mas sem birra — disse Vincent, lançando um olhar sério para a filha pelo retrovisor.

— Por favor, Vênus — interveio Âmbar. — Seu pai precisa se concentrar, a estrada está perigosa por causa da chuva. Então, fique quieta, filha.

— Eu não quero um carro falso, eu quero um verdadeiro! — ignorou o aviso da mãe, exaltada.

— Mas é verdadeiro para crianças de quatro anos! — Vincent insistiu, novamente olhando para a filha.

— Vai ser muito legal ter um carro! — exclamou Sol, animada, abraçando sua boneca.

— Sua burra, vai ser um carro falso! — Vênus disse, percebendo que o sorriso da irmã começava a desmanchar.

— Vênus, veja como fala com sua irmã! — Âmbar chamou a atenção da filha.

— Quer saber? Cansei disso! — Vênus retirou o cinto e se apoiou no banco.

— O que você está fazendo? — Sol perguntou, assustada, pois nunca tinha visto a irmã tão agitada.

Vênus ignorou a pergunta e colocou um pé no banco do motorista, fazendo Vincent se assustar e olhar para ela.

— Volte a se sentar, Vênus! — Âmbar ordenou. A garota então deu uma cotovelada forte na mãe, fazendo o nariz de Âmbar sangrar.

— O que está acontecendo? — Âmbar perguntou, alarmada, colocando a mão no nariz e sentindo os olhos marejarem.

— EU QUERO DIRIGIR! — gritou Vênus, colocando a mão no volante e girando-o para a direita.

— Você não pode, Vênus! — Vincent respondeu entre dentes, lutando para girar o volante para a esquerda.

A tensão aumentou. Enquanto Vênus e Vincent lutavam pelo controle, Âmbar sentia-se fraca diante do sangue, e Sol estava quieta, assustada em seu canto.

Vincent se perguntava de onde Vênus havia tirado tanta força. Com apenas quatro anos, ela quase o estava forçando a não conseguir girar o volante.

— Vê, se senta, por favor — pediu Sol em voz baixa.

— CALA A BOCA! — gritou Vênus, virando o volante para a esquerda e quase colidindo com uma caminhonete, fazendo o motorista buzinar. — EU QUERO DIRIGIR E EU VOU!

O coração de Vincent disparou. Ele não sabia o que estava acontecendo com a filha, alternando seu olhar entre a estrada e Vênus.

Percebendo que estavam prestes a bater, a única solução que Vincent encontrou foi empurrar a filha. Vênus caiu de volta na cadeirinha, batendo a cabeça.

— Filha, você está bem? — perguntou Vincent, preocupado olhando para trás, tentando olhar para a filha enquanto ainda dirigia

— Papai, um caminhão! — Sol gritou, apontando para a frente.

Quando Vincent se virou, sua última visão foi de um caminhão vindo em direção ao carro.

E, em um instante, tudo ficou escuro...

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