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Tudo o que Kate conseguia sentir era ódio

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Tudo o que Kate conseguia sentir era ódio.
Passava a maior parte do tempo chorando em seu quarto e quando finalmente resolvia sair, acabava descontando a raiva nas duas garotas.

Kate acabou se tornando uma mulher friae
agressiva e aquilo só piorava quando ela olhava para baixo e via sua barriga, ou quando o pequeno Jaden se mexia na barriga. Ela o odiava.

Era um ódio mortal. As vezes quando acordava na madrugada com os movimentos do bebê, ela sentia vontade de pegar uma faca e perfurar a sua barriga, ela só queria que ele saísse dali.

E então Kate se lembrou de uma amiga que
realizava abortos, em uma clínica clandestina mas ela sabia que a amiga era de confiança.

Ela estava nervosa e aquilo refletia no bebê,
que parecia nervoso e não parava de se mover na barriga, irritando Kate ainda mais, que mal via a hora de não ter mais nada ali dentro.

- Fica quieto, demônio. - Ela sussurrou, dando
um tapa em sua própria barriga.

As outras mulheres da sala a encaravam como se ela fosse um alienígena afinal sua barriga era gigante, ao contrário de todas elas, que a barriga mal era visível.

Kate ignorou os olhares e agradeceu aos céus
quando finalmente entrou no consultório. Abraçou a amiga de longa data e assim que sentou-se em uma das cadeiras da sala, recebeu aquele olhar assustado mais uma vez.

- Eu...certo, por favor me diga que o aborto não é para você.

-É claro que é. - Kate deu de ombros, a amiga
era a sua última esperança. – Você sabe tudo o que aconteceu comigo Lily, eu odeio esse bebê.

-Quantos meses?

- Seis.

-Seis meses? Você só pode ter enlouquecido!
Seis meses é muito arriscado, Kate.

- Eu sei que é tarde mas não me importo, eu só não quero ter esse demônio crescendo dentro de mim.

Os olhos da mulher marejaram, ela não estava
chorando por sentir tristeza e sim por ódio. Ela
queria acabar com aquele problema logo.
Você pode morrer!

- E o que eu tenho a perder?

- Você tem duas filhas que dependem de você, pense nelas antes de dizer coisas tão absurdas. - Lily a repreendeu, quase não acreditando nas coisas que estava escutando.

Kate se sentiu culpada, ela amava as duas
meninas mesmo que elas a irritassem as vezes. Porém odiava o menino, era como se ele estivesse sugando todas as suas forças e a fazendo perder toda a pouca sanidade que ainda Ihe restava.

- Por favor, você tem que me ajudar.

- Eu me recuso! Eu jamais me perdoaria se você morresse e com um bebê tão grande e avançado, a sua morte é quase que uma certeza.

- Vai ser pior se ele nascer, eu juro.

- Você já chegou tão longe, falta pouco tempo para que ele nasça. Espere Kate, sei que o odeia agora mas você pode amá-lo quando ele estiver em seus braços pela primeira vez.

Kate sentia que aquilo não iria acontecer e
realmente tinha razão. Três meses depois ela
sentiu o peso daquela decisão.

Jaden Hossler nasceu no final de outubro e até mesmo o seu primeiro choro, havia deixado Kate irritada e atordoada. Ela não conseguia olhar para ele sem sentir raiva.

O demônio agora estava em seus braços e ela
odiava olhar naqueles olhos azuis. Odiava aquelas mãos tão pequenas e as bochechas coradas, odiava quando Addison o fazia rir e então aquela gargalhada ecoava pela casa.

Kate odiava Jaden e assim que os anos se
passaram, o ódio apenas aumentou. Olhar para o filho a fazia se lembrar do ex-marido e aquilo doía, ela não conseguiria suportar.

Ela odiaria Jaden para todo sempre.

Kill Game, before | J.H ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora